Hades
O cheiro dela, fraco sob a preservação estéril, arranhava memórias que eu havia trancado. Risadas, membros entrelaçados sob o luar, promessas sussurradas destinadas a durar uma eternidade.
Meu peito queimava, um vulcão de dor e saudade explodindo, emoções derretidas queimando através de músculo e osso. Eu a apertava mais perto, balançando suavemente, como se o ritmo pudesse invocar o espírito dela de volta para esse vaso frágil.
Mas nenhuma lágrima veio. Elas nunca vinham. Meu pai tinha garantido isso, escavando canais que ele afirmava serem desnecessários, acreditando que estoicismo equivalia a força. Mas a dor não era menor sem lágrimas — se fosse algo, era mais afiada, uma lâmina afiada pela incapacidade de derramá-la.