Eve
Os batidos na porta me assustaram. Era meio-dia; ninguém jamais vinha ao meio-dia. Levantei-me para atender, tentando engolir meu receio. Ninguém sabia sobre o cartão de memória, eu tinha certeza. Eu receberia um telefonema em breve e descobriria o que precisava ver antes de destruí-lo imediatamente.
A porta se abriu para revelar olhos castanhos familiares e um sorriso caloroso e característico. "Olá, princesa," Lia cumprimentou.
Por um momento, só consegui encará-la, com a boca aberta. Joguei meus braços em volta de Lia sem pensar. Seu corpo se tensionou sob o meu toque, e eu senti a hesitação em sua imobilidade.
Justo quando comecei a me afastar, com medo de ter cruzado um limite, os braços de Lia me envolveram, firmes, mas suaves.
"É bom ver você também," ela sussurrou.
Segurei um momento a mais antes de recuar. O sorriso de Lia não tinha desaparecido, mas havia algo indecifrável em seus olhos.
"Entre," eu disse suavemente, afastando-me para deixá-la passar.