Capítulo 13: Entre Beijos e Conflitos
Laura despertou com o frescor do dia, sentindo-se renovada. O clima europeu parecia inspirá-la. Tomou um banho quente, vestiu uma roupa esportiva que realçava suas curvas e, com o notebook em mãos, se acomodou na poltrona do quarto para sua consulta virtual com o psicólogo, Renato.
Ele apareceu na tela com o semblante acolhedor de sempre.
— Bom dia, Laura. Como você está se sentindo hoje? — perguntou com a voz calma.
— Bom dia, Renato. Estou um pouco confusa, mas disposta a tentar entender esses sentimentos conflitantes.
— Isso já é um excelente começo. Vamos falar sobre o que está incomodando você.
Laura respirou fundo antes de responder.
— Acho que ainda estou lutando para juntar as peças do meu passado, especialmente sobre o Daniel. Eu sei que ele foi alguém importante, mas não consigo me lembrar dele. Isso me frustra.
— É natural sentir essa frustração. Mas lembre-se de que a memória pode ser estimulada com o tempo. O que você sente ao lembrar de Daniel?
— Sinto... amor. E, ao mesmo tempo, uma sensação de perda. Como se ele fosse uma parte de mim que desapareceu.
Renato assentiu.
— Você já considerou que essas emoções podem estar impactando como você se relaciona com outras pessoas no presente?
— Sim, especialmente com Ethan — confessou. — Ele é... intenso. E, de alguma forma, mexe comigo, mas isso me deixa confusa.
— A confusão pode ser o reflexo de não querer se abrir por medo de repetir algo do passado. Vamos trabalhar isso juntos.
Após a conversa produtiva, Laura agradeceu e finalizou a chamada. Pegou uma bolsa pequena e desceu para o restaurante do hotel, onde um buffet farto de café da manhã a aguardava. Escolheu uma mesa próxima à janela, com vista para a cidade, e começou a saborear um croissant quando seu celular vibrou.
Era Ethan.
— Bom dia, Laura. Onde você está? — perguntou com a voz firme, mas calorosa.
— No restaurante, tomando café — respondeu, curiosa.
— Perfeito. Estou descendo agora.
Poucos minutos depois, Ethan apareceu. Vestia uma camisa social leve, com as mangas arregaçadas, e calças casuais. Ele parecia descontraído, mas seu olhar carregava uma intensidade que Laura não conseguia decifrar.
— Espero não estar atrapalhando — disse ele, sentando-se à mesa dela.
— Não, claro que não — respondeu, tentando soar natural.
Enquanto tomavam café, a conversa fluiu sobre os preparativos da turnê, as cidades que visitariam e algumas histórias engraçadas de apresentações passadas. Ethan, no entanto, parecia estar sempre buscando algo mais em suas palavras, como se quisesse decifrá-la.
— Portugal é incrível — comentou ele, mudando de assunto. — Já viu os pontos turísticos?
— Não tive tempo ainda.
— Então é o que faremos hoje. Vou mostrar alguns lugares.
Laura hesitou por um momento, mas acabou aceitando.
— Certo, vamos.
Eles caminharam pelas ruas históricas de Lisboa, explorando monumentos, pequenas praças e cafés encantadores. Ethan a guiava com segurança, sempre atencioso, mas havia um momento em que o tom da conversa mudava para algo mais íntimo.
Enquanto Laura comentava sobre as cores vibrantes das fachadas portuguesas, Ethan parou de andar. Ele a observava atentamente, o olhar fixo em seus lábios.
— O que foi? — perguntou ela, desconcertada.
— Você não faz ideia do quanto mexe comigo — respondeu ele, com a voz grave.
Laura corou, desviando o olhar.
— Não diga essas coisas, Ethan.
— Por que não? — Ele deu um passo à frente, aproximando-se dela. — Porque é verdade?
Antes que ela pudesse responder, sentiu as mãos firmes dele em sua cintura. Ethan inclinou-se e beijou-a, de forma intensa e arrebatadora. No início, Laura tentou resistir, mas não conseguiu. O desejo a envolveu, e ela correspondeu ao beijo. Enquanto as mãos de Ethan percorriam o seu corpo , tocando os seus seios e a beijando ardentemente...
Mas, de repente, algo a puxou de volta: a memória de Daniel. Ela se afastou abruptamente, respirando com dificuldade.
— Eu... eu não posso fazer isso — disse, a voz trêmula.
Ethan parecia confuso, mas respeitou a distância.
— Laura, o que está acontecendo?
— Eu preciso voltar para o hotel. Por favor, Ethan.
Sem dizer mais nada, ele acenou para um táxi e os dois entraram. O silêncio no carro era ensurdecedor. Laura olhava para a janela, tentando organizar seus pensamentos, enquanto Ethan permanecia sério, olhando para frente.
Quando chegaram ao hotel e entraram no elevador, Ethan quebrou o silêncio.
— Precisamos conversar sobre o que aconteceu — disse, com a voz firme.
Laura o encarou, balançando a cabeça.
— Eu não vou participar desse jogo de sedução, Ethan.
Antes que ele pudesse responder, as portas do elevador se abriram. Laura saiu rapidamente e correu para o quarto, lágrimas escorrendo pelo rosto. Fechou a porta, sentindo o peso de todas as emoções daquele dia.
Enquanto isso, Ethan ficou no elevador, o olhar perdido. Ele sabia que tinha sido precipitado, mas também sabia que não podia ignorar o que sentia por ela.