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Chapter 19 - Capítulo 19: Preparativos para a Masmorra Perigosa

O amanhecer pintava o céu com tons de laranja e dourado enquanto o grupo despertava no acampamento. As chamas do fogo da noite anterior ainda crepitavam suavemente, lançando faíscas no ar frio. O som da natureza ao redor era suave e tranquilizador, mas Alastor sabia que a calmaria era temporária. Ele foi o primeiro a se levantar, já vestido com sua armadura carmesim dracônica. A armadura refletia os primeiros raios de sol, parecendo viva, enquanto ele se movia em direção ao centro do acampamento. Sua mente estava focada no intenso dia de treinos e preparações que viriam.

Azriel já estava acordado, sozinho em uma clareira próxima. Sua respiração era pesada, e suas mãos tremiam enquanto segurava a espada de treino. Diante dele, Sorya movia-se como uma sombra, desviando com facilidade de seus ataques desajeitados. Cada movimento dela era gracioso e calculado, enquanto Azriel lutava para acompanhar o ritmo.

"Mais rápido, Azriel. Você está hesitando. Se fosse um inimigo real, você já estaria morto," disse Sorya, desviando de mais um golpe sem esforço. Sua voz era firme, mas não desprovida de incentivo. Ela queria que ele melhorasse, mas sabia que seria um processo lento.

Erina estava sentada em um galho de árvore próximo, observando a cena com atenção. Ela mantinha os braços cruzados, e seus olhos avaliavam cada movimento de Azriel, sem perder nenhum detalhe. Quando o jovem quase tropeçou após mais uma tentativa frustrada de atingir Sorya, Erina saltou do galho com a graça de um felino, pousando suavemente ao lado de Alastor, que acabara de chegar.

"Ele tem determinação, mas falta muito para ser útil em uma luta real," comentou ela, enquanto ajustava os punhos de suas luvas reforçadas.

"Por isso estamos aqui," respondeu Alastor, cruzando os braços e observando a clareira. "Se ele conseguir aprender o básico antes de enfrentarmos a masmorra, já será uma vitória."

Com isso, Alastor se aproximou de Azriel, que estava visivelmente frustrado e ofegante. Ele posicionou-se atrás do jovem damphir, colocando uma mão firme sobre seu ombro. O gesto era de apoio, mas também para chamar sua atenção.

"Azriel, você precisa entender algo," disse Alastor, sua voz firme, mas não severa. "Força sem controle não significa nada. Cada movimento deve ser calculado, cada ataque deve ter um propósito."

Alastor então ajustou a postura de Azriel, reposicionando suas pernas e corrigindo o ângulo da espada em suas mãos. Com paciência, ele demonstrou como realizar um golpe básico, explicando os princípios por trás de cada movimento.

"O objetivo não é apenas acertar o inimigo, mas garantir que você não se exponha no processo. Lembre-se disso," disse ele, guiando os braços de Azriel em um ataque mais eficiente.

O treinamento continuou por horas, com Azriel suando e ofegando enquanto tentava absorver as lições. Sorya, mesmo sendo uma professora dura, começou a perceber pequenos progressos no jovem. Quando ele finalmente conseguiu acertá-la com um golpe simples – claramente permitido por ela –, um raro sorriso apareceu em seu rosto.

"Bom trabalho, garoto," disse Sorya, batendo levemente no ombro dele. "Mas não se acomode. Esse é apenas o começo."

Enquanto Azriel se recuperava, o grupo reuniu-se para discutir os próximos passos. Decidiram que precisavam de mais informações sobre a masmorra antes de arriscar uma incursão. Com isso em mente, seguiram para a guilda do vilarejo.

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A guilda estava especialmente movimentada naquele dia. Aventureiros de diferentes níveis circulavam pelo salão, discutindo missões e compartilhando informações sobre monstros e locais perigosos. A atmosfera era vibrante, mas também carregada de tensão. No balcão, a recepcionista Elena acenou para Alastor e Erina assim que os viu entrar.

"Ouvi dizer que vocês têm chamado atenção ultimamente," disse ela com um sorriso brincalhão, inclinando-se sobre o balcão.

"Estamos apenas tentando sobreviver," respondeu Alastor, mantendo um tom humilde.

Enquanto esperavam, o grupo começou a ouvir fragmentos de conversas sobre uma masmorra ao leste da floresta. Um aventureiro veterano, com cicatrizes no rosto e uma expressão severa, contou sobre os perigos do local.

"Dizem que a masmorra é cheia de monstros metálicos, criaturas que disparam raios e absorvem energia. Poucos voltaram de lá, e os que voltaram estavam gravemente feridos," explicou ele. "Mas há algo valioso lá dentro: um cristal de herança que concede uma classe única e poderosa."

Erina olhou para Alastor, seus olhos brilhando com interesse. "Um cristal de herança seria perfeito para Azriel. Mas se a masmorra for tão perigosa quanto dizem, precisamos nos preparar."

"Vamos confirmar esses rumores," respondeu Alastor, decidido.

Elena, que havia ouvido a conversa, confirmou a existência da masmorra. "Eu sugeriria cautela. Esse tipo de masmorra não é para aventureiros despreparados."

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De volta ao acampamento, o grupo mergulhou nos preparativos. Alastor organizou o inventário, separando poções de cura, pergaminhos de proteção e armas adequadas para a missão. Ele entregou a Azriel uma espada mágica de baixa qualidade, mas prática.

"Esta será sua companheira até encontrarmos algo melhor," disse Alastor, colocando a arma nas mãos do jovem.

Sorya afiava suas lâminas com concentração, enquanto Erina verificava seus punhais das sombras gêmeas, armas feitas de um material raro que absorvia luz. Astra, a pixie guia, flutuava ao redor, oferecendo conselhos sobre os possíveis monstros.

"Eles provavelmente serão vulneráveis a magia de terra ou fogo, mas resistentes a ataques físicos diretos," explicou ela, desenhando pequenos diagramas no ar com suas mãos minúsculas.

Os animais do grupo também estavam sendo preparados. O Corcel Noctívago, com seus cascos negros que pareciam feitos de obsidiana, relinchava suavemente enquanto Alastor ajustava sua sela. O Gryphon de Vendaval, por sua vez, esperava pacientemente, sua majestosa plumagem dourada brilhando à luz do entardecer.

Antes de dormirem, Alastor reuniu o grupo ao redor da fogueira para discutir a estratégia. Ele designou os papéis de cada um com clareza, destacando a importância de trabalhar em equipe. Apesar do nervosismo, todos concordaram com o plano.

Quando a noite caiu, Alastor permaneceu acordado por mais algum tempo, observando o fogo dançar. Ele pensou em tudo o que havia acontecido até ali, nas responsabilidades que agora carregava. Finalmente, murmurou para si mesmo:

"Estou pronto."

Então fechou os olhos, preparando-se para o que o dia seguinte traria.