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Chapter 6 - Capítulo 6: Explorando o Vilarejo

O vilarejo era um pequeno ponto de luz em meio à vastidão do desconhecido, mas para Alastor, era um passo essencial para se adaptar ao mundo de Infinite Gacha. As ruas de terra batida eram iluminadas por lamparinas a óleo e o som de vozes animadas preenchia o ar. Pequenos comércios alinhavam-se pelas ruas principais, e o movimento era uma mistura de jogadores e NPCs.

Ao lado de Alastor, Eryon caminhava com confiança. Seu sorriso casual e a postura relaxada pareciam desconcertantes, considerando a intensidade do mundo em que estavam. Alastor, por outro lado, permanecia em alerta, observando cada detalhe.

"Bem-vindo a um dos muitos vilarejos periféricos," começou Eryon, gesticulando amplamente. "Este é o Vilarejo de Tenebra. Não é grandioso, mas serve como ponto de apoio para jogadores e NPCs que se aventuram por essa região."

Enquanto caminhavam, Alastor notou que as Moedas do Gacha, que ele vinha coletando ao derrotar monstros, não eram apenas uma forma de acessar o sistema de cartas. Elas também funcionavam como a principal moeda deste mundo. Jogadores e NPCs as utilizavam para tudo, desde comprar comida e equipamentos até contratar serviços.

"Essas moedas são mais valiosas do que parecem," explicou Eryon, ao notar a curiosidade de Alastor. "Não apenas para o gacha, mas para transações. O engraçado é que ninguém sabe de onde vêm originalmente. É como se fossem geradas pelo próprio mundo."

Na entrada do vilarejo, Alastor viu guardas armados com lanças e espadas, patrulhando as ruas. Eryon explicou que cada vilarejo ou cidade possuía suas próprias regras, geralmente impostas por NPCs líderes, conhecidos como Protetores.

"Esses guardas? NPCs. E antes que você subestime um deles, saiba que eles não apenas seguem ordens; eles pensam, reagem, e são incrivelmente fortes se forçarem a mão," alertou Eryon. "Os jogadores, por mais que se achem especiais, são apenas mais uma peça nesse mundo."

Alastor franziu o cenho. "E as regras?"

"Simples: sem brigas dentro do vilarejo, sem roubo ou assassinato. Quebre as regras, e você estará lidando com os guardas... ou pior, com o Protetor local."

Os NPCs: Mais do Que Simples Figurantes

Conforme avançavam, Eryon começou a detalhar os NPCs. Eles não eram apenas parte do cenário; eram habitantes autônomos do mundo, com inteligência e sentimentos comparáveis aos dos jogadores.

"Os NPCs aqui não sabem que nós os chamamos assim," comentou Eryon. "E honestamente, é melhor não usarmos o termo na frente deles. Para eles, somos apenas pessoas de 'lugares distantes'. Eles têm suas vidas, objetivos e até rivalidades. Se você pensa que pode tratá-los como figuras descartáveis, estará cometendo um grande erro."

Alastor notou um ferreiro martelando uma espada em sua forja e um grupo de crianças correndo pela rua. Uma mulher carregava uma cesta de frutas e sorriu para eles enquanto passava. Era um vilarejo vivo, pulsante, como qualquer cidade de um mundo real.

Eryon parou em frente a um mural de madeira, onde mapas e avisos estavam pregados. Ele apontou para o mapa, indicando as várias regiões.

"Infinite Gacha é imenso," começou ele. "Nós estamos em um dos continentes menores, chamado Lumen. Cada região tem sua geografia única, desde desertos abrasadores até florestas tropicais e montanhas geladas. E não se esqueça dos mares; eles são repletos de perigos e riquezas."

Eryon então falou sobre as raças que habitavam o mundo. Além dos humanos, havia elfos, anões, vampiros, orcs, ferais (humanoides com características animais) e muitas outras. Cada raça tinha suas características e regiões de origem, mas não havia limitações para onde poderiam viver.

"Os jogadores podem ser de qualquer uma dessas raças, dependendo de como foram 'escolhidos' pelo gacha. Mas os NPCs... eles são os verdadeiros nativos."

Alastor ficou intrigado. "E quanto aos jogadores? Quantos existem neste mundo?"

Eryon olhou para ele com um sorriso enigmático. "Milhares, talvez milhões. Mas aqui vai uma verdade cruel: os jogadores só têm uma vida. Se você morrer sem uma carta que te conceda outra chance... acabou."

Chegando a uma praça movimentada, Eryon mostrou a Alastor uma banca onde cartas estavam sendo negociadas. Havia cartas de criatura, habilidades, equipamentos e até montarias. Cada carta tinha um sistema de raridade que determinava seu poder.

"Cartas comuns são abundantes, mas as raras, épicas e lendárias... essas são o que todos buscam," explicou Eryon. "Cartas de criatura são ainda mais diversificadas. Você pode obter um simples cavalo como montaria ou um dragão que incinera exércitos inteiros."

"E quanto às cartas que concedem vidas extras?" perguntou Alastor, intrigado.

Eryon estreitou os olhos. "Essas são as mais raras de todas. Chamadas de 'Cartas do Renascimento'. Quase ninguém as possui. E mesmo que tenha uma, usá-la é um risco; algumas têm condições absurdas."

Eles finalmente chegaram a um prédio maior, com um brasão simples na entrada: uma espada cruzada com uma pena. Era a Guilda de Aventureiros, um lugar onde jogadores e NPCs podiam se registrar para missões.

"A Guilda é onde a maioria começa. Aqui você pode aceitar missões, encontrar aliados, ou simplesmente trocar informações. NPCs e jogadores trabalham lado a lado, mas nem sempre em harmonia," explicou Eryon.

Ao entrarem, Alastor viu um salão animado, com mesas ocupadas por grupos de aventureiros. No balcão, uma mulher – uma NPC com uma expressão séria – organizava papéis e atendia a fila de pessoas.

"Este é o coração de qualquer vilarejo ou cidade. Se você quer crescer, a Guilda é indispensável."