O sol já começava a se erguer no horizonte, pintando o céu de laranja e dourado. A brisa suave da manhã passava pelas ruas do vilarejo, trazendo o frescor de um novo dia. No Refúgio do Viajante, Alastor acordou cedo, como sempre, sentindo a necessidade de aproveitar cada momento em sua jornada. Ele olhou para a cama onde Erina descansava ainda, seus cabelos negros espalhados sobre o travesseiro, imersa em um sono tranquilo. Era difícil para ele entender o que a fazia tão desconfiada, mas ele sabia que, com o tempo, ela se abriria mais.
Alastor se levantou, vestindo sua armadura carmesim dracônica e pegando sua espada Umbraeternal, mas antes de sair do quarto, ele abriu sua caixa de inventário dentro da orbe de gacha. O item que ele procurava estava lá, simples, mas possuía uma característica única que poderia ser útil para Erina. O Arco Cipestre, uma arma rara, não muito forte em termos de poder ofensivo, mas com um talento especial: ele não precisava de flechas. O arco gerava flechas de energia mágica que se comportavam como as normais, mas com a vantagem de não precisar de recursos externos. Era uma ferramenta que se encaixava perfeitamente para alguém como Erina, que gostava de ataques rápidos e versatilidade.
Com um leve sorriso, Alastor guardou o arco em sua bolsa e se dirigiu ao quarto de Erina. Ele tocou a porta suavemente, entrando quando ouviu um "hmm?" de dentro.
"Erina, acorda, tenho algo para você," disse ele, um tom de expectativa na voz.
Erina se levantou lentamente, os olhos ainda pesados de sono, mas ela logo se sentou na cama ao ver o arco que Alastor segurava. Seus olhos se estreitaram, demonstrando uma curiosidade guardada.
"O que é isso?" ela perguntou.
"Um arco. O Arco Cipestre. Embora não seja muito forte, tem uma vantagem única: ele gera flechas mágicas. Não precisa de munição, é só... usar sua energia mágica para disparar. Achei que poderia ser útil para você, dado o seu estilo de combate." Alastor disse, estendendo a arma para ela.
Erina pegou o arco com um olhar pensativo, suas mãos imediatamente se ajustando ao formato da arma, como se já o conhecesse. "Isso... pode ser muito útil," ela murmurou, testando o peso do arco. "Você não tem medo de me dar uma arma dessas?"
"Não. Você merece uma chance de lutar como preferir," respondeu Alastor com sinceridade. "Agora, vamos escolher algumas missões para hoje. Acho que temos trabalho a fazer."
O casal, agora de novo unido por um laço de confiança crescente, caminhou até a Guilda de Aventureiros, que ficava próxima à praça central do vilarejo. A movimentação na guilda era intensa, com vários aventureiros entrando e saindo, prontos para suas próprias missões. Ao entrarem, a recepcionista Elena os cumprimentou com um sorriso acolhedor.
"Bom dia, Alastor, Erina. Como estão?" Elena perguntou enquanto colocava um punhado de papéis sobre a mesa, preparava-se para ajudá-los com as missões do dia.
"Estamos bem," respondeu Alastor, "viemos ver quais missões estão disponíveis hoje. Algo interessante?"
Elena pegou uma pilha de papéis, passando-os para Alastor e Erina, enquanto dava uma olhada neles. "Temos várias missões de caça, exploração e coleta. Aqui, por exemplo, temos uma missão de caça a Gorilas da Floresta Sombria, outra para coletar Ervas de Cura nas montanhas, e uma missão de resgate de um comerciante perdido nos campos de Gelo de Tundra. E, claro, se estiverem procurando algo mais desafiador, temos missões de exterminação de monstros, como o Dragão do Pântano, mas eu recomendaria aguardar um pouco antes de pegar essas."
Alastor olhou para Erina, que já estava examinando os papéis com atenção. "Acho que podemos pegar a missão de Gorilas da Floresta Sombria e, quem sabe, também algumas de coleta. Não devemos nos arriscar muito logo no começo."
Erina assentiu com a cabeça. "Sim, parece razoável. A missão de resgate pode ser mais arriscada do que parece."
Enquanto estavam na mesa, discutindo quais missões pegar, a porta da guilda se abriu com um estrondo e um grupo de aventureiros entrou, chamando a atenção de todos. No centro do grupo, Alastor reconheceu a figura de Eryon, o Paladino autointitulado, que estava retornando de uma missão.
"Ah, Alastor! Erina!" Eryon exclamou, sua voz profunda e autoritária. Ele se aproximou deles com um sorriso acolhedor. "Vejo que encontraram boas missões. Eu e meu grupo estávamos nas montanhas. Cansado, mas nada que não se resolva com um bom banho e uma refeição quente."
Erina deu um sorriso curto, mas educado. "Boa missão?"
"Sim, bastante tranquila até o final. Encontramos uma Gárgula de Gelo perto do pico. Uma batalha interessante, mas nada que meu escudo não tivesse resolvido." Eryon deu um sorriso confiante.
"Você parece gostar de se meter em problemas," Alastor disse com um sorriso sarcástico, mas sem malícia.
"De fato, gosto de desafios." Eryon olhou para Erina e, então, voltou os olhos para Alastor. "Ouvi dizer que tem uma nova aliada. Espero que ela seja tão forte quanto parece."
Erina, que já estava observando Eryon de canto de olho, finalmente falou: "Sou forte o suficiente para não precisar de sua ajuda, se é o que está perguntando."
"Bem, não é isso que eu queria dizer, mas boa resposta," Eryon respondeu, sorrindo com respeito. "Bom, já que estão aqui, que tal pegarmos algumas missões em conjunto? Meu grupo está indo para a região norte, e seria bom ter reforços."
Alastor olhou para Erina, que parecia desconfortável com a ideia, mas depois, ela deu de ombros. "Não temos que nos unir a eles. Mas podemos compartilhar algumas missões e trabalhar lado a lado. Isso nos beneficia a todos."
"Concordo," disse Alastor, então se voltou para Eryon. "Vamos ver o que podemos fazer juntos, por enquanto."