Após a luta contra meu tio, meu corpo sucumbiu ao cansaço extremo. Passei uma semana inteira confinada à cama, tentando recuperar forças. Cada músculo doía, como se estivesse carregando o peso do mundo, e talvez estivesse.
Meu pai, o Grão-duque, permanecia inconsciente. Os curandeiros fizeram o possível, mas a exaustão mágica e os anos de manipulação pelo meu tio deixaram marcas profundas. Ele agora repousava no quarto de Caleb, onde estaria mais protegido.
Caleb, sempre fiel e estrategista, tomou as rédeas da situação. Hoje, ele convocou todos os cavaleiros leais ao Grão-duque para uma reunião importante. O futuro do nosso território dependia da lealdade daqueles homens.
E eu estava a caminho dessa reunião também.
Caminhar pelos corredores do castelo parecia surreal. As paredes que antes pareciam tão ameaçadoras agora eram um lembrete de tudo que havia acontecido. O silêncio era opressor, interrompido apenas pelo som suave das minhas botas contra o chão de pedra.
Sul caminhava ao meu lado, suas patas grandes e firmes ecoando junto às minhas. Sua presença era reconfortante. Ele parecia perceber minha ansiedade e, de vez em quando, lançava-me um olhar tranquilizador.
Ao chegar à sala onde a reunião aconteceria, encontrei Caleb no centro, de pé diante de uma mesa longa cercada por homens armados. Ele estava impecável, como sempre, seus olhos observando cada pessoa na sala com intensidade. Quando me viu, fez um leve aceno, indicando que eu deveria me aproximar.
— Lady Lucia, — ele disse, com um tom formal que raramente usava comigo. — Sua presença nos honra.
Os olhares dos cavaleiros se voltaram para mim. Alguns carregavam respeito, outros dúvida. Eu não os culpava. Até pouco tempo, eu era apenas uma jovem isolada no castelo, sem papel algum nas questões políticas ou militares.
Respirei fundo, ignorando o peso de seus olhares, e me aproximei de Caleb.
— Todos aqui são leais ao Grão-duque? — perguntei, tentando manter minha voz firme.
Um murmúrio de concordância percorreu a sala. Caleb interveio:
— Eles são os melhores homens que temos. E todos estão cientes do que aconteceu. Sabem que seu tio nos traiu e que você o enfrentou.
Houve um momento de silêncio antes de um dos cavaleiros, um homem de cabelos grisalhos e olhos cansados, se levantar.
— Com todo o respeito, Lady Lucia, enfrentou-o e venceu, sim, mas... e agora? O Grão-duque ainda está inconsciente. Quem liderará até que ele se recupere?
Meu estômago revirou. Era uma questão justa, mas carregava um peso que eu não estava pronta para assumir. Instintivamente, olhei para Caleb, esperando que ele respondesse, mas ele permaneceu em silêncio, seus olhos fixos nos meus. Ele estava me testando, me desafiando a ser forte.
— O Grão-duque é forte, — comecei, tentando controlar a emoção na voz. — Ele se recuperará. Mas, até lá, farei o que for necessário para proteger o que é nosso.
A resposta saiu mais firme do que eu esperava, e os murmúrios cessaram. Alguns cavaleiros trocaram olhares, enquanto outros assentiam lentamente.
Caleb finalmente quebrou o silêncio:
— Lady Lucia é jovem, mas provou sua força. Não podemos permitir que dúvidas enfraqueçam nossa posição. Nosso território ainda corre perigo, e precisamos de unidade.
O homem grisalho assentiu, embora relutante.
— Então estamos com você, Lady Lucia. Pelo Grão-duque e por tudo o que ele construiu.
Assenti, tentando não demonstrar o alívio que senti ao ouvir o apoio do homem grisalho. Aquilo era apenas o começo, e eu sabia que precisaria provar meu valor a cada passo.
— Meus senhores, antes de qualquer coisa, devemos agir com sabedoria e rapidez. Todos os funcionários e cavaleiros que estiveram aliados ao meu tio ou que tenham qualquer ligação com o rei precisam ser afastados imediatamente.
Um burburinho se espalhou entre os homens, até que o mesmo cavaleiro grisalho se levantou novamente.
— Com todo o respeito, Lady Lucia, por que incluir aqueles que têm envolvimento com o rei? Isso não seria um ato precipitado contra a coroa?
Fixei meu olhar nele, sentindo o peso da desconfiança na sala.
— Meu tio, o rei e até o príncipe herdeiro estão envolvidos nisso, — comecei, mas pausei, ajustando minha abordagem. — Pensem comigo, senhores. Este ataque não foi apenas uma traição familiar. É uma conspiração. Alguém na coroa permitiu que isso acontecesse. Não podemos arriscar manter pessoas com laços duvidosos próximas de nós.
Outro cavaleiro, mais jovem, com cabelos curtos e expressão cética, interveio:
— O príncipe herdeiro? Ele tem apenas 15 anos. Não acredito que alguém tão jovem esteja envolvido em algo assim.
Encarei-o, escolhendo cuidadosamente minhas palavras.
— A idade não protege ninguém da política da corte. Ele pode ser jovem, mas não é ingênuo. O príncipe é o futuro da coroa. Mesmo que não esteja diretamente por trás disso, ele é uma peça nesse jogo, assim como qualquer um de nós.
O jovem cavaleiro franziu o cenho, mas ficou em silêncio. Eu sabia que não havia convencido a todos, mas não podia me dar ao luxo de mostrar hesitação.
Caleb interveio, sua voz cortante:
— Lady Lucia está certa. Não podemos confiar em ninguém com laços com a coroa. Qualquer brecha pode ser usada contra nós.
O burburinho cessou. Alguns cavaleiros murmuraram concordância, enquanto outros assentiram em silêncio.
— Organizaremos uma inspeção imediata, — continuei. — Todos os que tiveram contato próximo com meu tio ou com o rei serão avaliados. E se houver suspeitas, serão dispensados.
Um cavaleiro mais velho, com cicatrizes cruzando o rosto, assentiu, erguendo a voz:
— Concordo com Lady Lucia. O momento exige decisões firmes. Precisamos garantir que não restem traidores entre nós.
Sul rosnou baixo ao meu lado, como se aprovasse o rumo da conversa. Meu peito se apertou, mas ergui a cabeça e finalizei:
— Sei que não será fácil, mas não podemos falhar. Nosso povo e o Grão-Ducado dependem de nós.
A tensão na sala diminuiu. Era apenas o começo, mas eu sabia que havia dado um passo importante.
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Nos dias que se seguiram, o Grão-Ducado se transformou em uma fortaleza. Nenhuma entrada ou saída era permitida sem autorização direta. Os portões estavam guardados dia e noite, e os cavaleiros leais patrulhavam os arredores incansavelmente.
Dentro das muralhas, uma purga foi iniciada. Funcionários e cavaleiros com qualquer ligação suspeita com meu tio ou com o rei foram dispensados sem piedade. Aqueles que tentaram resistir foram banidos imediatamente.
O silêncio era absoluto. Nenhuma notícia escapava para o exterior. Para o mundo, o Grão-Ducado havia se fechado em luto, e qualquer tentativa de comunicação externa era interceptada.
Quando o rei enviou um mensageiro, a tensão no ar aumentou. Ele exigia explicações sobre a súbita reclusão do Grão-Ducado.
Com Caleb ao meu lado, elaborei uma resposta. Para convencer o rei, sabia que precisaria usar um recurso perigoso: a magia de ilusão.
Coloquei-me em frente a um espelho encantado. Caleb ficou de guarda enquanto eu canalizava a energia mágica. Aos poucos, minha imagem se transformou, assumindo as feições de meu pai. A postura altiva, os olhos cansados, mas severos, tudo estava ali.
Quando o mensageiro entrou, a ilusão estava completa.
A conversa foi tensa, mas precisei manter o disfarce até o fim. Ao mensageiro, deixei claro: o Grão-Duque estava recluso, cuidando de sua filha e do Grão-Ducado. O rei não seria bem-vindo até que tudo estivesse resolvido.
O mensageiro fez uma reverência.
— Sua Graça, o rei deseja saber o motivo do silêncio. Há rumores preocupantes sobre um incidente envolvendo seu irmão.
Olhei para ele com falsa exasperação.
— Meu irmão perdeu o juízo. Ele atacou minha filha, quase a matou. Estou focado em cuidar dela e em restaurar a ordem no Grão-Ducado. Enquanto minha filha não se recuperar, não permitirei interferências externas. Espero que o rei, como pai, entenda minha posição.
O mensageiro hesitou por um momento, mas finalmente assentiu.
— Transmitirei sua mensagem ao rei, Vossa Graça.
Ele se retirou, e assim que a porta se fechou, a ilusão se dissipou. Meus ombros caíram, exaustos pelo esforço mágico.
— Foi um risco necessário, — disse Caleb, observando-me com um misto de preocupação e aprovação. — Mas ainda precisamos reforçar nossas defesas. O rei pode não acreditar completamente, e seus próximos passos serão imprevisíveis.
Assenti, sentindo o peso da responsabilidade aumentar a cada instante. O Grão-Ducado agora era uma fortaleza em todos os sentidos, mas eu sabia que essa paz tensa não duraria para sempre.
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Os dias que se seguiram foram dedicados à reconstrução interna do Grão-Ducado. Apesar do silêncio externo, dentro das muralhas a movimentação era intensa. Cada decisão minha era acompanhada de perto por Caleb, que agia como meu conselheiro e, em muitos momentos, como meu apoio emocional.
O quarto de meu pai agora estava sob vigilância constante. Apenas os curandeiros e Caleb tinham permissão de entrar. As notícias sobre sua condição não mudavam. Ele continuava inconsciente, e o progresso era lento.
Enquanto isso, eu precisava me manter firme.
Na manhã seguinte, uma ideia que havia surgido no dia anterior se tornou uma decisão. Precisávamos entender o que os cidadãos pensavam sobre a situação do Grão-Ducado. Afinal, quanto mais apoio popular tivéssemos, maior seria nossa força para lidar com os desafios vindos da coroa e de fora das muralhas.
Disfarcei-me como uma empregada, acompanhada pela babá, que parecia mais animada do que eu esperava. Vestidas de forma simples, saímos discretamente do castelo e seguimos para o mercado central.
Assim que chegamos, percebi que o local fervilhava de vida. Barracas de frutas, tecidos e especiarias preenchiam o espaço, enquanto os cidadãos trocavam histórias e novidades. Mas uma conversa em particular chamou minha atenção.
— Coitado do Grão-Duque, — disse uma mulher, com expressão preocupada. — Acabou de voltar da guerra, perdeu a esposa há alguns anos e agora foi obrigado a matar o próprio irmão para proteger a filha.
— Será que o rei vai até o Ducado para visitar o amigo? — perguntou outra.
— Não sei, mas se essas histórias continuarem circulando, com certeza ele virá, só para mostrar que é um "bom amigo", — respondeu uma terceira mulher, em tom ácido.
Aproximei-me devagar, fingindo estar interessada nas frutas de uma barraca ao lado. Então, intrometi-me na conversa:
— Realmente, o meu senhor está muito mal, — comentei, simulando tristeza na voz.
As mulheres se viraram para mim, e uma delas perguntou:
— Você trabalha no Grão-Ducado?
Assenti, mantendo meu disfarce.
— Sim, trabalho lá. Ele está sempre ao lado da filha, cuidando dela como se pudesse desaparecer a qualquer momento. Ele tomou a decisão de manter o Ducado recluso até que ela se recupere, mas parece que o rei não quer aceitar isso.
As mulheres se entreolharam, visivelmente comovidas.
— Que situação horrível, — disse uma delas. — O Grão-Duque já sofreu tanto.
— Se o rei forçar algo agora, vai parecer que não se importa com o estado do amigo.
Continuei a conversar com elas e, ao final, senti que tinha plantado a semente que precisava. A notícia logo se espalharia, e a narrativa de um Grão-Duque dedicado à filha e exausto pela guerra ganharia força entre o povo.
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Não demorou muito para que as palavras do mercado chegassem aos ouvidos do rei. Comentários sobre a dedicação do Grão-Duque à filha e o sacrifício de um homem que havia enfrentado uma guerra e a traição do irmão começaram a ecoar por todo o reino.
A pressão popular foi suficiente para fazer o rei recuar.
— Que o Grão-Ducado permaneça recluso, — declarou ele, em uma mensagem formal enviada ao Ducado. — Desde que cumpra seus deveres, aceitarei a decisão de isolamento até que a jovem Lady Lucia esteja recuperada. Assim que ela se restabelecer, uma grande festa será realizada para celebrar o retorno do Grão-Duque, como o herói que é.
Ao ouvir a notícia, suspirei de alívio. Por enquanto, estávamos seguros.
Mas sabia que isso era apenas uma pausa no jogo político que se desenrolava.
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O salão de reuniões estava tomado por um ar de alívio e celebração. Caleb e os outros cavaleiros reunidos ao redor da mesa comemoravam o sucesso de nossas estratégias. Minha ideia de usar magia de ilusão para me passar pelo meu pai e confrontar o servo do rei, combinada com a campanha para ganhar o apoio do povo, havia funcionado perfeitamente. Por ora, o rei havia recuado, dando-nos o tempo necessário para nos fortalecermos.
— Lady Lucia, sua visão estratégica foi impressionante, — comentou o cavaleiro de cabelos grisalhos, erguendo sua taça em um gesto respeitoso. — Duvidamos no início, mas agora está claro que você está mais do que à altura deste desafio.
Um coro de murmúrios de aprovação percorreu o salão. Caleb, sempre calmo e observador, se aproximou de mim com um sorriso discreto, embora seus olhos mantivessem a atenção nos outros cavaleiros.
— Lady Lucia, o tempo que ganhamos graças à sua estratégia será vital, — disse ele, sua voz baixa e cheia de admiração. — Seu uso da magia e sua habilidade em manipular a narrativa para o povo e para a corte foram dignos de um líder.
Tentei conter a onda de alívio que percorreu meu corpo. Por mais que a vitória fosse importante, ela também era um lembrete de que o perigo ainda pairava sobre nós.
— Não podemos nos permitir distrações, — respondi, minha voz firme, mas gentil. — O rei pode ter recuado por ora, mas ele certamente está observando cada movimento nosso.
Caleb assentiu, satisfeito com minha resposta.
— Exatamente. É por isso que devemos usar esse tempo para consolidar nossas forças e preparar defesas. O próximo movimento será dele, e não podemos ser pegos de surpresa.
Os cavaleiros continuaram discutindo entre si, claramente mais relaxados agora que a tensão inicial havia diminuído. O cavaleiro mais jovem, que antes questionara minhas suspeitas sobre o príncipe herdeiro, aproximou-se com um sorriso tímido.
— Lady Lucia, fui precipitado em minhas dúvidas, — admitiu ele. — Sua liderança nos surpreendeu. Suas ideias nos colocaram em uma posição de vantagem.
Assenti em agradecimento, embora ainda houvesse um nó de incerteza em meu estômago.
— Obrigada. Mas lembre-se, essa é apenas a primeira de muitas batalhas que virão.
Um brinde foi levantado, liderado pelo cavaleiro grisalho.
— À coragem de Lady Lucia e à proteção do Grão-Ducado!
— Ao Grão-Ducado! — ecoaram os outros cavaleiros, levantando suas taças.
Observei o grupo por um momento, permitindo-me sentir uma centelha de orgulho e esperança. Sul, sempre ao meu lado, deixou escapar um rosnado baixo, como se aprovasse a comemoração.
Quando os cavaleiros voltaram à conversa, Caleb se aproximou novamente.
— A festa é curta, Lady Lucia, — ele murmurou, um brilho de seriedade retornando aos seus olhos. — Amanhã começaremos a trabalhar na próxima fase. O rei pode ter recuado, mas sabemos que ele está aguardando um motivo para agir.
— E não daremos esse motivo, — respondi, a determinação clara em minha voz.
Enquanto os cavaleiros comemoravam, prometi a mim mesma que usaria cada segundo desse tempo conquistado para fortalecer nossa posição. O rei podia estar temporariamente afastado, mas o jogo político estava longe de terminar. E eu estava determinada a jogar até o fim.
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Enquanto a noite avançava, a celebração no salão começou a se dispersar. Os cavaleiros, embora aliviados, sabiam que os próximos dias seriam cruciais. Cada um retornava às suas funções, enquanto Caleb e eu permanecíamos no salão, sentados ao redor da grande mesa de madeira.
— Você está cansada, — ele observou, sua voz carregada de preocupação.
— Cansada, sim. Mas satisfeita por termos conseguido essa vitória, — admiti, inclinando-me na cadeira. — No entanto, ainda sinto que isso é apenas o começo.
Caleb apoiou os cotovelos na mesa, entrelaçando os dedos.
— Você está certa. O rei é astuto. Ele recuou, mas provavelmente usará esse tempo para reunir informações sobre nós. Precisamos estar um passo à frente.
Assenti, já sentindo o peso da responsabilidade sobre os ombros novamente.
— Caleb, precisamos reforçar nossas defesas mágicas. Meu tio foi uma ameaça, mas sabemos que a corte do rei possui magos poderosos. Precisamos de algo mais para protegê-lo, — indiquei, referindo-me ao meu pai, ainda inconsciente.
Caleb franziu o cenho, claramente pensando em uma solução.
— Temos alguns aliados que podem ajudar, mas isso exigirá recursos e negociações delicadas. Talvez possamos chamar a ajuda de Arlian, o mago exilado.
Arlian. O nome trouxe memórias de antigas histórias sussurradas pelos corredores do castelo. Ele era um mago renomado, poderoso, mas expulso do Grão-Ducado anos atrás por motivos que poucos conheciam.
— Ele aceitaria nos ajudar? — perguntei, desconfiada.
Caleb deu de ombros.
— Ele tem um passado difícil, mas acredito que, com a abordagem certa, ele poderá ser convencido. E se conseguirmos trazê-lo de volta, isso será um grande trunfo para nós.
— Faça os preparativos, — ordenei, minha voz firme. — Não podemos correr riscos desnecessários. Cada segundo conta.
Ele assentiu e se levantou, mas antes de sair, hesitou por um momento.
— Lady Lucia... Você se saiu muito bem hoje. Tenho certeza de que o Grão-Duque ficaria orgulhoso.
Fiquei em silêncio, absorvendo suas palavras. Depois que Caleb saiu, permaneci ali por mais alguns minutos, olhando para as tochas que iluminavam o salão com sua luz bruxuleante.
"Eu me saí bem," pensei, mas a dúvida logo tomou conta. Será que conseguiria continuar? Será que estava realmente à altura de proteger o Grão-Ducado contra o rei, o príncipe herdeiro e qualquer outra ameaça que surgisse?
Sul, sempre perceptivo, se aproximou e deitou a cabeça no meu colo. Sua presença me trouxe um conforto imediato, e, ao acariciar sua cabeça macia, decidi que não havia espaço para hesitação.
— Vamos, Sul. Ainda temos muito a fazer.