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Chapter 14 - Dilema de Serafim 2

O Duque de Everwyn sentou-se ao lado de Serafina na borda do sofá, sua expressão severa, mas preocupada.

"Pé."

"Está tudo bem se você deixar isso—"

"Pé."

Com um tom resoluto, Serafina cedeu e levantou os pés, sufocando um grito enquanto ele tirava seus sapatos, revelando os pés descalços e feridos dela.

Enquanto ele inspecionava os ferimentos, perguntou gentilmente, "...não havia ninguém que te incomodasse?"

"Não," ela respondeu, a absurdidade da pergunta pairando no ar. Quem ousaria incomodar uma noiva em seu dia de casamento? No entanto, o ceticismo dele persistia.

"Mesmo? Você não está encobrindo alguém, está?"

"É verdade. É só por não ter amaciado os sapatos novos."

"Isso não é normalmente feito por um assistente?"

"..."

O silêncio dela dizia muito. Ela não tinha um assistente em quem confiar, gerenciando até as tarefas mais simples por si mesma. Felizmente, o Duque não insistiu mais e, em vez disso, concentrou-se em tratar seus ferimentos. Ele triturou as ervas medicinais até formar uma pasta grossa, aplicando-a gentilmente com um algodão nas áreas afetadas, fazendo-a estremecer.

"Se doer, me avise. Nunca tratei os ferimentos de alguém antes."

Serafina assentiu, embora a dor fosse algo a que ela estava acostumada. Ela permaneceu silenciosa durante o tratamento até que a bandagem, tão branca quanto sua pele, estivesse seguramente no lugar.

Assim que ele terminou, o pé dela escorregou de seu alcance, os dedos dos pés se contorcendo desconfortavelmente.

"…Obrigada pelo tratamento."

O olhar do Duque demorou em seus pés e depois subiu para suas pernas descalças. Sua pele excepcionalmente branca, corando de constrangimento, fascinou-o. Desde o momento em que a viu pela primeira vez, ele não conseguia desviar o olhar. Ela parecia tão delicada, como se pudesse desaparecer se ele não mantivesse os olhos nela.

Compelido por seus pensamentos, ele se moveu reflexivamente, capturando os dedos dos pés dela com as mãos e acariciando gentilmente suas pernas.

"Duque?"

"Por quanto tempo minha esposa me chamará de Duque?"

Seus olhos, escuros como a noite, possuíam uma intensidade que fazia o coração de Serafina acelerar. Ele sorriu quando seus olhos se encontraram.

"Gostaria de fazer uma aposta?"

"Uma aposta?"

"Sim, uma aposta."

Os olhos de Serafina se arregalaram com a proposta repentina.

"Em que estamos apostando?"

"Uma aposta que termina quando você chamar meu nome primeiro. Fácil, certo?"

Os lábios dela se comprimiram em reflexão. Ela nunca tinha chamado alguém pelo nome facilmente, nem mesmo seu irmão mais novo. A ideia de se dirigir a alguém de maneira tão pessoal lhe parecia estranha, mesmo com o homem que agora chamava de marido.

"E se eu não fizer isso?"

"Então eu farei o que quiser até você fazer."

"O que você quer fazer?"

As palavras dela vacilaram quando a mão dele deslizou por baixo de sua saia, seus dedos aquecendo sua pele.

"Assim."

"...este é o lounge," ela protestou, apontando para o ambiente. Ele riu de sua preocupação.

"É um lounge silencioso. Nenhum dos convidados pensaria em vir aqui."

Nesse momento, os convidados provavelmente estavam cochichando sobre o desaparecimento repentino dos recém-casados. Os interesses do Conde estavam longe das preocupações do Duque.

"Mas ainda assim…"

Desesperadamente, ela procurou uma desculpa. Seus dedos avançaram mais para cima, aumentando sua tensão.

"As outras pessoas te incomodam?" ele perguntou, sua mão acariciando a parte interna de sua coxa. Os músculos dela se tensionaram sob seu toque.

"Mesmo que eu não me importe?"

Como ela poderia não se importar? Seu casamento foi recém-selado, a tinta no certificado mal tinha secado. Eles poderiam facilmente ter alugado um quarto para terem privacidade.

"Não somos um casal agora? É um segredo para recém-casados. Às vezes, estar fora do lugar adiciona à excitação."