Reneguei a lua. Eu parei de contemplar o brilho que ela espalhava na noite escura e as estrelas que ela gerava entre os vastos céus. Minha alma que ansiava com cada respiração que eu tomava, pelo meu abençoado pela lua continuava se afogando em um desejo nunca satisfeito, pois ela nunca realizava meu desejo. Ela me mantinha rezando. Ela me mantinha na palma da mão dela brincando comigo como se eu fosse seu brinquedo, esmagando meus sonhos e esperanças nunca morrentes, pouco a pouco, a cada dia.
A lua zombava de mim, ela presenteava as fêmeas ao meu redor com o que seus corações desejavam, mas não eu. Observar meus amigos encontrando seus companheiros e exibindo seu amor para todos verem parecia que o meu estava perdido na escuridão silenciosa e ele nunca apareceria ao meu alcance.
Sempre que o dia se tornava sombrio ao despertar das nuvens cinzas inchadas, prontas para dar à luz à chuva, e uma tempestade se formava com trovões altos e relâmpagos, o som e a visão disso me lembravam dele. A suave brisa fria que acariciava minha pele embalada pelo som das ondas beijando a praia me lembrava dele. Um macho que era meu, mas eu nunca havia encontrado. Um sentimento em minha alma era tudo que eu possuía.
Diziam que você sonha com o seu companheiro, mas eu não tinha nenhum. Eu ficava acordada até tarde da noite, mesmo quando a lua dormia, esperando que, quando eu fechasse os olhos, eu seria agraciada com um vislumbre dele. Mas eu nem sequer poderia ter essa simples semente de esperança como presente. Eu não tinha nada.
A cada dia que passava, a lua se certificava de que eu visse a felicidade pura mergulhada em mel que envolvia os companheiros. Ela se certificava de que eu sofresse e encharcasse meu travesseiro de lágrimas todas as noites. Era verdadeiramente injusto. Por que só comigo?
Desejando curar a dor do meu coração, com dor, busquei outro. Um que não era meu. Eu fui contra seus ensinamentos e desejos, eu tomei as rédeas da minha própria vida arrancando-a das mãos da lua. Não, não havia atração entre ele e eu. Ele era apenas um macho com quem cresci, então ele se tornou meu conforto.
Eu o observei enquanto ele crescia de um filhote com quem eu brincava para um jovem juvenil e finalmente para um adulto macho pleno. A maneira como ele ficava maior, peito estufado, músculos salientes, pelo mais espesso e olhos mais afiados. Eu sabia, no entanto, que ele não possuía sentimentos por mim, mas me considerava apenas como um irmão olharia para sua irmã.
Não importa que conexão tentássemos forjar entre nós, ele não conseguia preenchê-la. O vazio dentro da minha alma continuava crescendo dentro de mim, aumentando cada vez que nossos olhos se encontravam. Sem faísca, sem amor, nada, apenas uma frieza estranha. Mas eu tinha meus afetos por ele que ele se recusava a retribuir. Quando ele finalmente encontrou sua fêmea, eu não consegui encontrar dentro de mim a força para deixá-lo ir, pois ele era o único que eu possuía que me mostrou como seria ter um macho.
Eu estava muito errada pelo que fiz, enquanto minha alma gritava e soluçava todas as noites transbordando acima das barreiras de arrependimento puro e quente.
Após anos da minha existência dolorosa, Phobos se aproximou. Uma fera que emergiu dos limites de uma tempestade trovejante impiedosa. O macho que eu ansiava. Ele me pegou de surpresa e eu estava sob o feitiço que ele lançou através de seus olhos oceânicos. Um feitiço que eu não podia desfazer, e naquele exato momento eu soube que estava em apuros. No segundo em que nossos olhos se encontraram, eu sabia que ele me causaria dor e se ele fosse um arqueiro com suas flechas revestidas de fogo, eu teria aceitado alegremente ser seu alvo e queimar em chamas.
Um macho de poucas palavras que só falava com seus olhos me atingiu como um raio e me provou que não importava o que, não importava quão doloroso ou quão solitária eu me sentisse, eu deveria ter esperado. Que eu deveria ter ficado como estava até que o destino nos permitisse cruzar caminhos. Que eu deveria ter treinado e ganhado força para ser digna de estar ao seu lado direito. Que eu deveria ter acreditado nele. Em nós.
Eles eram irmãos, o macho que eu havia buscado e meu companheiro. Phobos, o jovem com quem eu era bastante próxima quando filhote, desapareceu e foi substituído por um bárbaro, ele me assustava enquanto matava muitos com um piscar de olhos. Sem arrependimento, sem dor, sua fera muitas vezes no controle, avançando, tomando conta de seus sentidos. Eles eram iguais.
Como eu poderia me conectar com um macho assim? Como eu poderia fazer com que ele me chamasse de sua? Um macho que não precisava da presença de uma Luna. Eu não era nem um desejo, nem uma necessidade para ele como ele era para mim. A maneira como ele olhava para mim, eu podia sentir na medula dos meus ossos. Desinteresse, indesejado... desnecessário.
Minhas ações passadas com seu irmão fariam com que ele me visse como fraca e indigna em seus olhos, mas para mim, ele sempre seria merecedor.
Embora eu seja fraca, lutarei até o meu último suspiro. Por ele e pelo meu lugar de direito em sua matilha, pois ele é aquele a quem amei mesmo antes de nossos olhos se encontrarem. Ele é meu e eu dele. Há um motivo pelo qual o chamam de Král, pois ele é um rei. Meu rei.
**AVISOS**
1) Isto é um ROMANCE OBSCURO, então, se você não está confortável com este tipo de livro, por favor, não leia. Você foi avisado!
2) Não há rejeição ou segundas chances de companheiros nos meus livros. Deve-se aprender a amar com quem se é abençoado.
3) A espécie masculina nos meus livros é DOMINANTE sobre as fêmeas, pois seu mundo segue uma certa hierarquia. Seu mundo é muito diferente do nosso mundo humano, com valores e éticas diferentes.
4) A protagonista feminina deste livro é tímida e submissa, mas possui sua força única e está cheia de vida, o que você verá se escolher ler.
5) Há uma diferença de idade de 9 anos entre os protagonistas. Se você se sente desconfortável com este tipo de cenário, não leia mais.
6) Este é um livro de ritmo lento para oferecer aos leitores essa queima lenta e sentir o crescimento dos personagens.
7) Você deve ter pelo menos 18 anos ou mais para ler este livro, é um livro maduro destinado a adultos e não a jovens leitores devido ao conteúdo sexual explícito e violência.
8) Eu tendo a escrever capítulos realmente longos, então eu os dividirei em uma série de partes para diminuir o comprimento dos capítulos / atender aos requisitos de contagem de palavras apenas para os capítulos pagos.
Tudo bem, terminado! Agora aproveite a viagem, meus pequenos lobos!