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Chapter 5 - CAPÍTULO 5 Não Aguento Mais

Ela bufou baixinho e se inclinou para sussurrar no ouvido de Ana.

"Não me admira que Brad não via a hora de estar dentro de mim, é só olhar para o estado que você está." Ela zombou.

Ana apertou os dedos em punhos enquanto lutava desesperadamente para impedir que Maeve avançasse em Ada e escalasse ainda mais a situação.

'Não fique aí parada aguentando isso, a pequena vadia precisa saber o lugar dela. Deixa eu ensinar uma lição que ela não vai esquecer.' Maeve rosnou com raiva.

'Maeve, nós não podemos, ela ainda não tem um lobo. Você conhece as leis, não seria uma luta justa, e a punição...'

'Dane-se a punição, Ana, deixe eu mordê-la um pouquinho, talvez arrancar um dos membros dela. Pelo menos assim ela terá menos apêndices para se enrolar em torno dos companheiros dos outros.' Ela retrucou ferozmente enquanto tentava avançar à força.

Ana fechou os olhos com força, travou a mandíbula e lutou contra sua loba interior enquanto Ada gargalhava.

"Awww, qual é o problema? Sua lobinha está brava?"

Não demorou muito para Ana recobrar o controle, sua loba recuando para se encolher num canto e rosnar ameaçadoramente. Em pouco tempo, a fúria de sua loba havia diminuído e o silêncio se assentou. Ana abriu os olhos para lançar um olhar gelado à sua irmã.

"O que você acha, Ada? Você dormiu com a alma gêmea dela, aquela que era suposta ser nossa combinação perfeita! Eu sei que você me odeia, mas não era necessário." Ana finalmente respondeu, seu rosto calmo e composto.

Ada franziu a testa antes que seus olhos escurecessem e seu rosto se contorcesse em uma máscara feia de raiva e desprezo.

"Desnecessário? Eu acho que foi muito necessário, na verdade. Só para provar que eu serei sempre melhor que você. Você anda por aí se achando a senhorita perfeita. Marque minhas palavras Ana, vou me certificar que você não seja nada e não tenha nada até eu terminar. Estou farta de viver na sua sombra." Ela sibilou furiosamente.

"Ana! O que significa isso?! Por que você chegou tão tarde?!" Uma voz pegajosa e doentia chamou.

Narcisa, a madrasta de Ana, surgiu da sala de desenho, com o pai de Ana logo atrás.

Ana, relutantemente, desviou o olhar da sua meia-irmã e concentrou sua atenção em Narcisa. As duas se encararam por um tempo enquanto Ada andava até o lado da mãe e inclinava a cabeça arrogantemente ao virar-se para enfrentar Ana mais uma vez.

"Eu precisava clarear a mente." Ana finalmente respondeu secamente, sentindo-se uma exibição à mostra com todos os olhares voltados para ela.

"Oh, mas o seu vestido chegou! Que lindo!" Narcisa disse com um sorriso venenoso no rosto. "Estou surpresa que você não correu para mostrar aos seus pais antes de desaparecer na noite fazendo sei lá o quê." Ela continuou levianamente, seus olhos cheios de malícia.

Antes que Ana pudesse se conter, ela se viu bufando, alto.

"Pais? Acho que você está enganada... não quer dizer pai? Minha mãe morreu há muito tempo e você não é digna de compartilhar essa honra com sua memória." Ana respondeu casualmente.

Narcisa respirou fundo e tapou a boca enquanto se virava para enfrentar o pai de Ana com uma expressão horrorizada e magoada.

"Sua ingrata! Como você pode falar com sua madrasta dessa forma?!" O pai de Ana esbravejou.

"Porque ela é o tipo de madrasta que a gente lê sobre em contos de fadas. Ela não merece um lugar aqui." Ana respondeu simplesmente.

Ela estava cansada dessa farsa forçada de uma família feliz. A família era suposta ser acolhedora e convidativa com uma sensação de conforto e segurança, não fria e inamistosa com a necessidade constante de ter que olhar para trás sem apoio algum.

Seu pai estalou na parede ao lado com raiva enquanto começava a avançar em direção a Ana, rosnando um aviso.

Ada correu para ele e segurou seu braço com um sorriso matreiro na direção de Ana enquanto fingia uma tentativa de tentar detê-lo.

"Papai! Por favor! Calma! Não fique bravo! Está tudo bem, já estamos acostumados aos comentários que ela nos joga." Ada lamuriou.

Ana olhou furiosamente para o trio enquanto Narcisa se juntava à filha na patética atuação de cuidar dos membros da família. Como seu pai não conseguia ver através dessa farsa?!

Enquanto Narcisa fazia círculos calmantes nas costas de seu pai, ela focou sua atenção em Ana novamente.

"Por favor, Ana, você sabe que a saúde de seu pai não está boa. Não vamos desencadear outro episódio com maldades desnecessárias, hmm?" Ela pediu com uma voz doentia e doce.

Mas Ana não perdeu o sorriso que dançava nos lábios dela.

"Você deveria dar uma boa olhada no jeito da sua irmã Ana. Você poderia realmente aprender como se conduzir direito!" O pai de Ana rosnou.

"Aprender o quê?" Ana riu incrédula, "Aprender como seduzir e dormir com o companheiro de outra fêmea? Talvez. Ela parecia ter talento para isso quando estava transando com o meu companheiro no quarto dela lá em cima!"

Suas palavras pairaram no ar antes de um rugido feroz escapar do pai dela.

"Como você ousa falar assim da sua irmã?! Não há como ela faria uma coisa tão desprezível!"

"Irmã? Você perdeu o juízo, pai?? Minha mãe só deu à luz a um filho." Ana zombou enquanto passava o olhar desdenhosamente sobre Narcisa e Ada.

"Você sabe de uma coisa? Existe um ditado popular, não é? Agora, qual era mesmo... Ah, sim! 'A fruta não cai longe do pé.' Será que isso não se encaixa perfeitamente tanto em Narcisa quanto em Ada, você não acha? A mãe dela seduziu o meu pai e partiu o coração da companheira dele, e agora a filha dela tem como objetivo fazer o mesmo. É irônico, não é?" Ana continuou furiosamente, seu rosto coberto de desprezo.

Um silêncio frio se assentou no corredor, seu pai, Narcisa, e Ada todos congelados em choque com as palavras que ela havia proferido.

Durante anos, Ana ficou em silêncio e agora que sua vida estava prestes a mudar tão drasticamente, não havia mais necessidade de manter a pretensão.