Chereads / Minha Esposa Frágil é uma Verdadeira Deusa da Guerra / Chapter 3 - Capítulo 3 Um Retorno Espetacular

Chapter 3 - Capítulo 3 Um Retorno Espetacular

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O silêncio pesava no quarto de enfermo.

Charles olhava para Lucille, e a decepção e a indiferença em seus olhos enviavam um arrepio por sua espinha.

De repente, ele se lembrou de como ela havia estado em constante desespero na noite anterior, questionando Samuel e Zoey incansavelmente, com lágrimas escorrendo pelo rosto.

Ela nunca tocou em ninguém. Na realidade, foi Zoey quem estendeu a mão para segurar a dela. Quando Zoey caiu da escada, Lucille parecia chocada, como se toda a situação fosse inesperada.

Será que ele havia se enganado sobre ela todo esse tempo?

"Charles, estou com tanta dor," Zoey choramingou, cobrindo o rosto e se voltando para Charles em busca de atenção. "Você acha que meu rosto está machucado?"

Desta vez, ela não estava fingindo.

Seu pulso doía como se milhares de formigas o mordessem, e seu rosto estava em chamas.

"Maldita Lucille," Zoey pensou. Ela não sabia o que Lucille havia feito com ela, mas se vingaria assim que tivesse a chance.

Charles encarou o rosto inchado de Zoey e fervia de raiva, "Lucille, você é um monstro! Quase desfigurou o rosto da Zoey!"

Lucille debochou e respondeu sarcasticamente, "E daí? O rosto dela não está desfigurado, está?"

"Você!" Charles estava tão enfurecido que nem conseguia falar, e seu peito arfava de raiva.

Samuel encarou Lucille com desprezo. "Lucille, eu amo Zoey, e não suporto mais olhar para você. Vou encontrar uma forma de romper nosso noivado. Agora você está por sua conta."

Com isso, Samuel pegou a chorosa Zoey e saiu do quarto de enfermo. "Não chore, Zoey. Vou te levar para ver um doutor."

Charles se manteve firme, encarando Jules. "Samuel e Zoey são perfeitos um para o outro, você não tem chance com ele. Meu conselho é que pare de incomodá-lo ou você vai acabar virando piada!"

Com isso, ele partiu irado.

Lucille sorriu com desdém, seus olhos cheios de desprezo.

O noivado entre Samuel e a dona original desse corpo foi testemunhado pelos anciãos de ambas as famílias e registrado em um contrato de noivado escrito pelo avô de Samuel. Até mesmo a cerimônia de noivado foi imersa em costumes tradicionais e antigos. Tudo isso eram claras indicações do comprometimento de ambas as famílias com a união.

Era irônico que a dona original agora estivesse sendo culpada, apesar de Samuel, que havia traído ela com Zoey, originalmente estava destinado a casar-se com ela.

A família Jules estava verdadeiramente cega ao que estava acontecendo!

Lucille apertou o peito com dor. "Você vê agora? Não vale a pena se abalar por pessoas sem coração como eles."

Anos atrás, ela também testemunhou a queda de sua família, assumindo o fardo de vingá-los e continuar seu legado.

Como jovem garota, ela achava que a situação política em Dilsburg era complexa demais para navegar, com alianças ocultas e esquemas enganosos a cada virada. Os inimigos de seu pai estavam por toda parte.

Assim, ela não teve escolha senão esperar seu momento, cuidadosamente preparando o terreno e construindo seu poder em segredo, esperando pela oportunidade certa de agir.

Mesmo assim, ela ainda não havia limpado o nome de seu pai ou dado um fechamento às mortes injustas da família Jules, enquanto era enganada por aqueles ao seu redor.

Mas e daí? Lucille nunca acreditou no destino!

Determinada a aproveitar ao máximo sua segunda chance na vida, ela jurou aproveitar todas as oportunidades que surgissem.

Nada ficaria em seu caminho, pois ela iria reescrever sua história e criar o futuro que merecia.

Com isso em mente, Lucille respirou fundo, levantou da cama e deixou o quarto.

Ao chegar à entrada, ela viu Howard saindo rapidamente do seu carro e correndo para dentro do hospital, com uma aparência de pânico e preocupação. Ele devia estar aqui por Zoey.

Se ela não soubesse melhor, teria pensado que ele estava vindo reivindicar o corpo de Zoey.

Hmph!

Que tolo cego!

Sua própria filha estava bem na frente dele, mas tudo que conseguia pensar era em Zoey.

Lucille debochou e olhou para o lado, caminhando direto para a guia a fim de chamar um táxi.

Do outro lado da rua, um Maybach preto estava estacionado.

A janela de trás se abaixou, e o homem dentro lançou um olhar, que caiu diretamente sobre Lucille. Ela era alta e esguia, seu roupão largo de hospital pendurado nela. Era como se uma rajada de vento pudesse derrubá-la.

Seu rosto delicado e de traços limpos estava um pouco pálido, exalando um ar de fragilidade.

Abaixo havia um pescoço longo e elegante. Com a gola aberta, revelava um pequeno trecho de sua clavícula requintada que brilhava ao sol.

O homem ficou momentaneamente atordoado, seu olhar fixo nos olhos de Lucille.

Eram tão claros e brilhantes, ainda mais do que cristal, com uma aura fria.

Ele diria que sua aura era principalmente distante, mas com uma boa dose de orgulho.

Ela parecia tão familiar...

Joseph Collins estreitou os olhos enquanto sua voz profunda e sedutora enchia o carro. "Culver, dirija até lá."

Culver Johnson virou-se surpreso, apenas para ver Joseph olhando com uma paixão rara e intensa em seus olhos.

Seguindo seu olhar, Culver viu Lucille impacientemente mexendo no cabelo.

"Ela?!" Culver exclamou. "Sr. Joseph, talvez você não saiba, mas essa mulher é Lucille Jules, a filha mais nova da família Jules. Sua fama é terrível – ela não só é melancólica e hostil, mas também agride Zoey, a filha adotiva da família Jules, todos os dias!"

"Lucille Jules?" Joseph murmurou o nome baixinho, com um brilho em seus olhos.

"Alguém melancólico e hostil não parece alguém que faria bullying com outros."

"Sr. Joseph..."

"Dirija até lá." A voz de Joseph era calma, mas havia um senso de autoridade subjacente que tornava impossível dizer não.

Culver não teve escolha a não ser dirigir o carro até lá.

Lucille estava esperando por um táxi há muito tempo, mas nenhum havia parado para ela.

O sol escaldante a estava deixando cada vez mais irritável. Justo então, o Maybach preto parou lentamente na frente dela.

A janela se abaixou, revelando o perfil estonteante do homem dentro.

Lucille olhou para cima e se surpreendeu com seu charme.

Joseph era um homem com linha da mandíbula marcada, olhos penetrantes e nariz orgulhoso. Seus recursos requintados eram impecáveis, e seu terno designer preto abraçava seu quadro muscular com um ar de sofisticação. Sua presença era marcante, e sua postura notável exigia respeito.

Talvez sentindo seu olhar, Joseph se virou levemente, revelando um rosto impressionantemente bonito. Seus olhos amendoados traziam um toque de flerte, com os cantos levemente levantados e uma vermelhidão esfumaçada que se espalhava para fora.

À primeira vista, Joseph era um encanto completo.

Mas seu olhar frio e distante enfraquecia seu fascínio, dando-lhe um ar de desapego frio.

Lucille arqueou uma sobrancelha com desdém, sem fazer esforço para esconder seu espanto.

Não havia como negar: este era o homem mais bonito que ela já tinha visto.

Ela só não gostava da maneira como ele a olhava.

Era tão composto e escrutinador, como se estivesse medindo sua presa.

Os olhos de Lucille se estreitaram enquanto sua expressão se tornava fria. "O que você quer?" ela perguntou.

O olhar de Joseph tornou-se ainda mais intrigado, pois ela era a primeira mulher que ousava falar com ele naquele tom.

Ele deu um sorriso discreto, sua voz baixa e sedutora. "Para onde você está indo? Deixe-me te levar."

Lucille, que estava ficando impaciente à espera de sua carona, não hesitou em abrir a porta do carro e entrar. "Obrigada," ela disse.

Os olhos de Joseph brilharam de divertimento enquanto admirava seu perfil requintado. "Você não tem medo de que eu seja um cara mau?" ele perguntou em uma voz baixa e sexy.

Lucille olhou para frente de modo indiferente e ergueu uma sobrancelha. "Em plena luz do dia, você pode me comer?"

Afinal, ela era o Deus da Guerra, acostumada a viver no limite. Dois homens grandes como eles? Nem pensar.

Joseph riu de sua atitude despreocupada e perguntou, "Onde?"

Lucille disse o nome do hotel onde a dona original do corpo havia feito sua festa de aniversário na noite anterior. Joseph assentiu, então se virou para o atônito Culver. "Não sabe o caminho?" ele perguntou com uma sobrancelha erguida.

Culver virou a cabeça antes de voltar a si. Ele então deu partida no carro.

Meu Deus, não só o Sr. Joseph havia convidado a notória Lucille para andar com ele, mas também havia iniciado uma conversa e até sorrido para ela.

Deve ser uma ilusão.

Enquanto o Maybach preto avançava lentamente pelo trânsito congestionado, Lucille olhava para fora da janela.

O carro mal se movia, e ela não podia deixar de se perder em seus pensamentos.

Já se passaram quase 20 horas desde o incidente na noite anterior.

As imagens de vigilância provavelmente já haviam sido deletadas, mas ela estava determinada a encontrá-las e mandar pessoalmente para a prisão aqueles que haviam matado a dona original desse corpo, um por um.