A batalha estava concluída e o exército de Aranden reinava agora absoluto sobre o território de Ethill. Magnus, sentado em seu trono temporário na capital de Ethill, a imponente cidade de Thandor, observava o cenário devastado ao redor. Thandor, outrora o coração do reino, era conhecida por suas torres altas e muralhas intransponíveis. Mas agora, suas muralhas estavam despedaçadas, e seu povo observava com medo e desespero o avanço das forças de Aranden. Heitor, ao lado de seu pai, Duque Erick, se mantinha em silêncio, mas sua aura de poder ainda parecia ressoar pelo ambiente, impondo respeito e temor.
Em uma cerimônia pública na praça central de Thandor, o rei Magnus demonstrou a severidade de Aranden ao executar o rei Augustus de Ethill e toda a nobreza que ainda se mantinha leal a ele. Essas execuções foram vistas como uma punição exemplar, uma declaração de que a lealdade à coroa de Ethill não seria tolerada sob o novo governo de Aranden. O povo de Thandor, reunido em silêncio, assistia à queda de seus antigos líderes com olhares de resignação e, em alguns casos, até de alívio. Muitos sabiam que Augustus, ao se aliar a Westphalen, havia levado o reino à ruína, mas não esperavam que a vingança de Aranden fosse tão rápida e implacável.
Com a rendição de Ethill formalizada e a nobreza abatida, Magnus ordenou que o símbolo da realeza de Ethill, um estandarte azul com o emblema do leão dourado, fosse removido e substituído pela bandeira de Aranden. Thandor agora seria a nova sede do governo regional de Ethill, sob o controle direto de um governador escolhido por Magnus. Essa decisão visava manter a ordem e a submissão no território recém-anexado, garantindo que a influência de Ethill fosse minimizada em seus próprios domínios.
Entretanto, a vitória sobre Ethill não passou despercebida por Westphalen. Tendo se aliado a Ethill na esperança de conter a expansão de Aranden, Westphalen agora temia que o próximo alvo de Magnus fosse seu próprio reino. Em resposta, os governantes de Westphalen enviaram um mensageiro com urgência até Thandor para negociar um acordo de paz. O mensageiro, um homem humilde mas orgulhoso, foi conduzido à presença de Magnus e dos quatro duques de Aranden.
Ajoelhando-se, o emissário declarou: "Meu soberano, em nome de Westphalen, oferece ao grande rei Magnus um pacto de não agressão, bem como uma compensação justa em ouro, para mostrar nossa sinceridade em evitar futuras hostilidades." Ele revelou uma bolsa cheia de moedas de ouro reluzentes, símbolo da proposta de Westphalen, e prometeu que o valor total das reparações seria enviado regularmente ao tesouro de Aranden.
Magnus, ouvindo atentamente, refletiu sobre a oferta. Para ele, as reparações em ouro de Westphalen eram uma oportunidade para fortalecer ainda mais o reino de Aranden, garantindo a estabilidade econômica e militar. Ele trocou olhares com Erick e os outros duques, avaliando as possibilidades e os riscos de aceitar o acordo. A decisão final, contudo, não se baseava apenas no ouro, mas na estratégia. Magnus sabia que o fortalecimento do reino, aliado à neutralização de uma possível ameaça de Westphalen, era o caminho mais sábio para assegurar sua hegemonia na região.
Após uma longa pausa, Magnus levantou-se e se dirigiu ao mensageiro: "Aranden aceitará o pacto de não agressão, bem como as reparações prometidas. Mas haverá condições. Westphalen deverá manter um destacamento de observação em território neutro, para garantir que não haja preparações militares contra Aranden. E qualquer aproximação de tropas de Westphalen de nossas fronteiras será considerada uma violação do acordo e uma ameaça direta ao nosso reino."
O mensageiro de Westphalen aceitou as condições com um semblante aliviado e partiu rapidamente para levar a resposta ao seu rei. Aranden, com isso, assegurava não apenas a paz temporária, mas também uma vigilância cuidadosa sobre qualquer movimento futuro de Westphalen.
Nos dias seguintes, Magnus iniciou uma reorganização completa das terras de Ethill. Thandor foi designada como capital regional, e uma nova administração foi instalada, composta de oficiais leais a Aranden. A economia de Ethill, antes devastada pela guerra, foi reforçada com o auxílio de recursos e conhecimento de Aranden, mas sempre sob controle rigoroso. Vilas e cidades foram reorganizadas, e o sistema de cobrança de impostos foi ajustado para garantir que as riquezas de Ethill fluíssem diretamente para Aranden.
Enquanto as estruturas de poder eram estabelecidas, Heitor e Erick começaram a sentir os olhares da nova população, que, apesar de inicialmente hostil, começava a ver a presença de Aranden como uma possível estabilidade após o caos da guerra. Heitor, em particular, tornou-se uma figura de rumores e histórias entre o povo. Sua presença poderosa na batalha de Thandor e o brilho intenso de sua aura, que até alguns dos soldados de Aranden não compreendiam completamente, lhe deram o apelido de "Filho do Amanhecer", um título que rapidamente se espalhou pelo novo território.
Para Erick e os outros duques, a vitória era, sem dúvida, uma conquista. Contudo, os três duques que temiam o poder de Heitor continuaram a observar atentamente. O fortalecimento de Aranden em Ethill era um marco, mas o crescimento contínuo do poder de Heitor era uma força imprevista.