Após um ano da guerra contra Ethill o rei magnus decidiu fazer um baile.O salão de Damasco estava iluminado por centenas de candelabros dourados, criando um brilho suave e acolhedor que refletia nas paredes de mármore e nos trajes dos convidados. A música suave de uma orquestra ecoava pela grande sala, e os nobres dançavam com elegância, movimentando-se como sombras encantadas no brilho das velas.
Heitor, apesar da agitação ao seu redor, sentia uma calma estranha. Ele estava ali, não apenas como herdeiro do Duque Erick, mas também como um guerreiro que, em seu coração, sabia que sua jornada estava apenas começando. Seus olhos observavam atentamente cada movimento, cada gesto. Ele se sentia confortável em sua vestimenta de terno escuro, que o tornava imponente, mas algo dentro dele estava esperando, algo que ele não conseguia definir.
Foi quando ele a viu pela primeira vez. Ela estava distante, conversando com algumas damas da corte, mas a forma como sua presença parecia se destacar em meio à multidão fez Heitor suspirar involuntariamente. A moça tinha cabelos prateados que caíam em ondas suaves sobre seus ombros, como fios de lua refletindo a luz suave da sala. Seus olhos vermelhos como rubis brilhavam com uma intensidade silenciosa, como se guardassem segredos antigos e misteriosos. Sua pele clara parecia quase translúcida sob a luz dourada, um contraste encantador com a cor viva de seus olhos e os detalhes sutis em seu vestido de seda prateada.
Heitor sentiu uma inexplicável atração por ela, como se uma força invisível o puxasse para perto. Ele caminhou lentamente na direção onde ela estava, seus passos quase silenciosos sobre o chão de mármore. Quando ele chegou mais perto, o som da música e das conversas parecia desaparecer, como se o mundo ao seu redor tivesse se tornado um cenário distante. Ele se aproximou com cuidado, respirando profundamente.
A jovem moça, ao perceber sua presença, olhou para ele com uma expressão serena, mas seus olhos rubros brilharam com uma curiosidade. Ela o observou por um momento, e então sorriu de maneira sutil, como se tivesse reconhecido a necessidade de uma conversa entre os dois.
"Você parece ter uma aura diferente, jovem príncipe," ela disse com uma voz suave, mas com uma força oculta que Heitor sentiu imediatamente. "Não é comum ver alguém com tanta… presença."
Heitor, surpreso pela confiança dela, respondeu com um sorriso discreto. "Eu poderia dizer o mesmo sobre você, senhora. Existe algo em sua presença que torna difícil desviar o olhar."
Ela inclinou levemente a cabeça, seus cabelos prateados brilhando com o movimento. "Talvez seja o destino que nos trouxe aqui, não? Ou apenas uma coincidência interessante."
O sorriso de Heitor se ampliou, e ele sentiu algo se acender dentro de si, uma chama que parecia crescer mais forte a cada palavra dela. "Talvez seja mais do que uma coincidência. Posso perguntar seu nome?"
Ela olhou-o por um instante, como se ponderasse a pergunta. Então, com um brilho enigmático em seus olhos vermelhos, ela respondeu: "Elara. E você, príncipe?"
"Heitor," ele respondeu, sentindo um calor estranho tomar conta de seu peito. "É um prazer finalmente conhecê-la, Elara."
Os dois continuaram a conversa por um tempo, perdendo-se no meio de palavras e risos, enquanto a dança ao redor deles parecia continuar sem fim. Heitor não conseguia tirar os olhos dela, cada vez mais cativado pela suavidade de sua voz e pela profundidade de seus olhos vermelhos. Algo nele se iluminava toda vez que ela falava, como se o destino tivesse cruzado seus caminhos por um motivo maior.
A música mudou, e ao longe, os outros casais se preparavam para a próxima dança. Heitor olhou para Elara, que o encarava com uma expressão misteriosa, como se tivesse lido algo em seu olhar.
"Gostaria de dançar comigo?" ele perguntou, quase sem pensar, mas sentindo que não havia outra escolha senão seguir seu impulso.
Elara sorriu, um sorriso que fez o coração de Heitor bater mais rápido. "Eu adoraria."
Ele estendeu a mão, e ela a aceitou com graça, seus dedos gelados contra os dele. Quando eles começaram a dançar, o mundo ao redor parecia desaparecer, e, por um breve momento, nada mais existia além deles dois, envolvidos em uma dança que parecia destinada, como se o próprio tempo tivesse se alinhado para permitir esse encontro.
Heitor, com seu olhar fixo em Elara, sabia que havia algo especial entre eles. Sua atração por ela não era apenas física, mas algo mais profundo, algo que ele ainda não compreendia, mas que o fazia sentir como se estivesse se conectando com uma parte de si mesmo que ele nunca soubera existir. Ele se apaixonava, não apenas pela beleza dela, mas pela aura que ela carregava, uma força silenciosa que o envolvia de maneira tão completa quanto sua própria magia.
A dança continuou, e Heitor se perdeu no momento, sentindo que a noite poderia durar para sempre.