Layla levou a mão à boca, e assim os lábios de Lucius roçaram sua palma. Seus olhos se encontraram, criando uma sensação carregada no ar.
"Não escovei os dentes," sussurrou Layla, com a voz suave, mantendo a mão sobre a boca. Ela não conseguia encontrar uma desculpa forte o suficiente para detê-lo, seu coração acelerado com o pensamento de onde esse beijo poderia levá-los - um lugar aonde ela ainda não estava pronta para ir.
*Buzz! Buzz!*
O celular de Lucius vibrou insistentemente no bolso dele, mas ele ignorou. Sua atenção estava totalmente voltada para Layla, suas intenções claras enquanto considerava a possibilidade de levá-la ao quarto. O zumbido persistente do telefone era a única coisa que o impedia de agir conforme seu desejo.
"Você deveria atender sua chamada," Layla insistiu, sentindo sua oportunidade de escapar. "Deve ser importante."
Lucius retirou o telefone do bolso com relutância, sua expressão endurecendo com frustração. Conforme se soltava dela, Layla aproveitou o momento e escapou, recuando rapidamente.
Lucius deu uma risadinha suave enquanto atendia a chamada, observando-a fugir.
Layla não parou até chegar ao lado de fora da mansão, seu coração martelando no peito. Colocou ambas as mãos sobre o coração, ainda atordoada. "Ele começa em qualquer lugar, a qualquer hora," murmurou, olhando por cima do ombro para ter certeza de que Lucius não a tinha seguido.
Seus olhos pousaram na grande piscina, cuja água azul-cintilante brilhava sob o sol intenso.
Layla foi até a piscina e observou seu reflexo nela. "É surpreendente. Não estou mais trabalhando como uma criada. Lucius não é tão ruim. Os rumores sobre ele estão errados?" ela murmurou e tirou os saltos. Levantando o vestido na altura dos joelhos, ela deixou as pernas balançarem dentro da água e as moveu devagar.
Quando foi a última vez que ela relaxou assim? Ela levantou a mão, cobrindo o sol brilhante de sua mão enquanto o anel de diamantes no seu quarto dedo brilhava intensamente.
"Como vou convencer Lucius a me ajudar? Mas ele também está certo. O mundo funciona na base do dar e receber. Preciso dar algo para tirar proveito dele," Layla murmurou e baixou o braço, olhando em frente para os vastos campos verdes diante dele.
Bang!
Layla ouviu um tiro e seu coração acelerou naquele momento. Ela tinha ouvido um tiro mesmo? Um tiro de verdade? O terror infiltrou-se em todo o seu ser, ela se levantou rapidamente, deixando o vestido cair.
"Será que ele matou alguém?" Layla murmurou. Ela queria verificar o que estava acontecendo, mas seus pés colaram no lugar. Ela não conseguia se mover um centímetro sequer.
Ainda assim, decidiu verificar mais uma vez para acalmar seus nervos. Esquecendo de calçar os saltos, Layla caminhou e chegou à proximidade da sala de estar. Seus olhos grudaram em Lucius, que realmente tinha uma arma na mão. Ela notou que na sala de estar estavam aqueles homens vestidos de preto, que eram os homens de Lucius.
Escondida atrás de uma coluna, Layla encontrou alguém de joelhos diante de Lucius. Ele implorava pela misericórdia de Lucius para poupar sua vida.
"Eu te poupei da última vez. Você quer outra chance. Isso é muita ganância sua," Lucius disse, esfregando a ponta da arma no templo dele.
"Mande-o embora, Roger," Lucius ordenou e guardou a arma atrás das costas. Ele checou o celular novamente antes de colocá-lo no bolso.
Layla permaneceu escondida atrás da coluna, não querendo ser vista por ele.
'Em que estou metida? Eu achava que ele tinha aquela arma só para assustar as pessoas. Ele realmente atirou naquele homem? E se atirou? Não posso ser esposa de um assassino!'
"No que você está pensando encostada nessa coluna?" Lucius sussurrou em seu ouvido e ela congelou no lugar. Suas costas podiam sentir o calor de seu corpo conforme ele roçava nela.
Virando-se, Layla olhou para ele. "Você mata pessoas? Tipo, de verdade?" ela perguntou.
"Por quê? Você vai me odiar se eu te contar a verdade?" Lucius sorriu de escárnio.
"Você está levando minha pergunta na brincadeira? Estou falando sério, então responda!" Layla exigiu. "Veja bem, eu sou uma garota normal. Não gosto de violência ou de machucar os outros."
"Eu pensei que você queria machucar Roderick e Orabela por terem sido desonestos com você. Eu deveria usar a palavra matar no lugar de machucar." O sorriso em seus lábios ficou mais largo.
"Não era isso que eu queria dizer. Eu só quero destruí-los," Layla disse.
"Seja clara, Layla, o que você deseja," Lucius disse, prensando seu corpo mais perto do dela. Seus peitos se tocaram e sua mão descansou em sua cintura, acariciando-a lentamente.
Ela mordeu o lábio inferior, sentindo novamente aquela estranha sensação no corpo, especialmente no fundo do estômago. "Não faça isso," Layla sussurrou.
"Fazer o quê? Eu nem sequer te toquei direito ainda," Lucius disse roucamente. Seu hálito aqueceu seus lábios. Ela podia sentir a palpitação de seu coração, tornando difícil respirar direito.
"Não me diga que você já está sentindo algo com esta proximidade. Será que devemos descobrir mais sobre seus próprios desejos em vez daqueles de vingança?" Lucius inclinou-se para seu ouvido, seus lábios beijaram seu lóbulo. "Além disso, preciso mostrar a você que só você pode me tentar a fazer isso."
Ela ouviu direito? 'Não. Não. Esse homem está brincando com a minha cabeça.'
Layla não conseguiu empurrá-lo. De uma certa forma ela o queria, mas de outra não. Ela sentiu sua mão subindo e parando logo abaixo de sua curva. 'Que sensação é esta?' ela pensou.
Lucius sugou sua pele bem abaixo do lóbulo da orelha, fazendo seus olhos se arregalarem. Involuntariamente, um gemido escapou de sua boca, fazendo-a ficar boquiaberta.
"Você tem cheiro de rosas do meu jardim," Lucius murmurou contra sua pele.
Os olhos de Layla se fecharam quando seus lábios continuaram aquela tortura em seu pescoço. Sua mão se moveu lentamente até o peito dele, pressionando-o, mas ele segurou sua mão. Ele acariciou sua mão para acalmar seus nervos, murmurando contra sua pele, "Não me afaste, porque depois será difícil para você."