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Chapter 50 - 48- Exame escrito (2)

"O tempo acabou, parem de responder!" Anunciou Ibiki, sua voz firme ecoando pela sala.

Com a ordem, os últimos sons de canetas sendo postas sobre as mesas preencheram o ambiente. Cada um dos genins restantes, suados e tensos, retirou a caneta com relutância, claramente aliviados por finalmente terem terminado aquele teste torturante.

Vale notar que, dos 100 genins que haviam começado o exame, menos da metade permanecia na sala.

Entre eles estavam os 12 genins de Konoha, o time de Gaara da Areia, o time Dosu do Som e vários outros genins que, aguentaram até o fim.

E claro, entre os que ainda estavam ali, estava Sekiro, sentado em sua postura relaxada. Olhos fechados e uma respiração suave, parecia que ele estava dormindo.

Ibiki permaneceu em pé, observando cada um dos estudantes enquanto sua voz cortava o ar, fria e autoritária:

"Agora está na hora de responder a última pergunta," ele começou, fazendo com que todos na sala se tensionassem ainda mais. "Mas primeiro, devo avisar... Se vocês escolherem responder a décima pergunta e errarem, então nunca mais poderão fazer o exame Chunin."

Um silêncio mortal tomou conta da sala. Alguns rostos ficaram pálidos, outros mais tensos. A ameaça de uma eliminação eterna pairava sobre os genins como uma espada afiada.

"Mas, se não responderem, vocês serão eliminados agora mesmo," Ibiki completou, com um sorriso sutil que não alcançava seus olhos, mantendo a pressão nas costas de todos.

O dilema estava lançado. Os genins trocavam olhares entre si, alguns refletindo profundamente, outros mais visivelmente perturbados com a decisão difícil à sua frente. A última pergunta não só testava seus conhecimentos, mas também sua coragem. O risco de errar significava o fim de seus sonhos de se tornarem chunins para sempre.

"Decidam, e lembrem-se," Ibiki continuou, "essa é a última oportunidade que terão. Agora, se ainda tiverem dúvidas, pensem no que vocês querem para o futuro... e se realmente estão prontos para ser chunins."

Sekiro, no entanto, manteve-se calado, sem qualquer reação, seu olhar fixo no papel à sua frente. Ao contrário de muitos outros, ele não parecia perturbado pela escolha. Isso causava uma estranha impressão nos observadores, como se o garoto já tivesse visto aquele tipo de pressão antes — e não fosse facilmente abalado.

A tensão na sala aumentava conforme os minutos se arrastavam, enquanto cada genin ponderava, calculava e tomava uma decisão difícil.

"Argh, eu não fui treinado para esse tipo de coisa, tô fora."

"É mesmo, é melhor eu voltar pra casa e tentar ano que vem."

"Agora que sabemos o que nos espera, vamos estar mais preparados para a próxima."

De repente, alguns candidatos começaram a se levantar, com a cabeça abaixada e uma expressão resignada. Eles saíram da sala, derrotados.

Junto a eles, os outros membros de seus times não tiveram escolha se não ir junto. A pressão era imensa, e a sensação de derrota estava no ar.

O ato dos primeiros candidatos saindo foi como a gota d'água em uma barragem prestes a ceder. Logo, vários outros começaram a seguir o exemplo e saíram, resignados.

Não demorou muito para que a sala, que antes estava repleta com quase 50 pessoas, agora não passasse dos 30.

"Eu irei perguntar uma última vez", disse Ibiki, sua voz cortante e séria. "Vocês têm certeza de que desejam continuar e responder? O futuro de vocês depende dessa escolha."

A sala ficou em silêncio. Ninguém respondeu. Todos estavam tensos em suas cadeiras, suando frio, lutando com o último fio de determinação... e Sekiro estava lá, tranquilamente dormindo.

"Muito bem," Ibiki continuou com um sorriso calculista, "é com muito orgulho que eu digo... todos vocês passaram!"

A sala ficou em silêncio por alguns segundos.

"O que!!!" Todos gritaram, surpresos e aliviados ao mesmo tempo.

Enquanto isso, Sekiro acordou do seu sono profundo, espreguiçando-se lentamente ao som do grito coletivo.

"Isso mesmo que ouviram," Ibiki disse, ainda com um tom impassível. "Todos vocês que decidiram ficar para responder à última pergunta passaram."

"M-mas e a prova? E a última pergunta?!" Perguntou um dos genins, confuso e ainda sem entender.

"Isso não importa," Ibiki respondeu, sua voz baixa, mas cheia de autoridade. "A prova em si nunca teve nenhuma importância do início ao fim. O intuito desse teste era testar suas capacidades de coletar informações."

Ele fez uma pausa, observando a sala que ainda estava em choque.

"Como ninjas, nossa vida sempre está em risco — antes, durante e depois de uma missão. E o que pode definir se você ou seu time vive ou morre são as informações coletadas. A última pergunta — 'salvar o companheiro ou cumprir a missão' — nunca foi feita para ser respondida, pois essa pergunta não tem resposta certa."

Ibiki então se aproximou um pouco, seus olhos varrendo a sala, fixando-se em cada genin.

"Ela apenas serve para testar sua capacidade de manter-se firme em uma situação desesperada. Você está disposto a continuar e tentar responder uma pergunta que você não tem confiança de acertar, com o risco de nunca poder tentar novamente, ou irá desistir de seu objetivo?"

Ele sorriu ligeiramente, com um ar de respeito em seus olhos. "E superar todos esses obstáculos... vocês conseguiram. Parabéns."

O alívio tomou conta da sala, e um murmúrio de felicidade e respiração aliviada passou por todos os presentes. Eles tinham superado o maior desafio até ali.

"Ibiki-sensei, uma dúvida," perguntou um genin, ainda com o coração batendo rápido.

"Fale."

"Se o teste era sobre testar nossa capacidade de coletar informações e trabalhar sob pressão... então, e ele?" O genin apontou para a frente, para Sekiro, que ainda estava se espreguiçando tranquilamente em sua cadeira, como se nada tivesse acontecido.

Todos seguiram seu dedo e olharam para Sekiro. Ele, completamente alheio à conversa, se espreguiçou uma última vez antes de olhar preguiçosamente para os outros. O contraste entre sua postura relaxada e a tensão de todos ao redor era quase cômico.

"Desde o início do teste ele não fez nada além de dormir."

"É isso ai, todos nós estávamos nos esforçando a beça e ele não faz nada para merecer isso."

"Ele não merece passar na prova."

"Calados!" Ibiki

"Eu que decide quem passa ou não, estou pouco me importando para a insatisfação de vocês, ele também passou na prova e ponto final."

Os candidatos que antes estavam furiosos, abaixaram suas cabeças.

"Mas mesmo assim, eu também estou curioso, candidato Sekiro, poderia me explicar porquê fez isso?"

"Fiz o que?"

"Nada, você não tentou responder as perguntas, não tentou colar uma resposta nem ajudar seus colegas. Por que fez isso? Você por acaso não quer passar no exame."

"É que não tinha motivo para fazer algo."

"Como assim?"

"Você disse, que todos começam com 10 pontos e perdem 1 ao responder errado, isso significa que se eu não responder nada eu vou continuar com nota máxima.

Além disso, você nunca disse que para passar era necessário tirar nota alta, apenas que nos falhariamos se fossemos pegos trapaceando.

Mas por que eu faria isso, se eu já tenho nota máxima? Para passar nesse teste, você não precisa ter uma boa capacidade de coletar informações ou trabalhar sobre pressão. Você não precisa fazer nada."

Os outros genins ficaram atônitos, com os olhos arregalados. Como ninguém tinha percebido isso?

'Quer dizer que eu me esforcei atoa?'

'Eu não precisava fazer nada.'

'Onde estou, quem sou eu?'

Até mesmo Ibiki ficou em silêncio por um momento, surpreso com a lógica de Sekiro.

"Eu... não tinha pensado nisso." Ibiki admitiu, com uma expressão de surpresa. "Você está certo."

Há anos, Ibiki servia como fiscal do exame Chunin, tendo visto incontáveis genins passando e reprovando. No entanto, essa era a primeira vez que ele via alguém passar sem fazer nada. E, para piorar, a lógica de Sekiro estava irrepreensível.

Seguindo as regras do exame, você não precisa fazer nada para passar. Uma simples omissão podia ser a chave para a aprovação.

'Eu preciso revisar as regras com o Hokage', pensou Ibiki, preocupado. 'Se a notícia se espalhar, o teste perderá o propósito.'

Mas, além dos genins, que estavam embasbacados com a situação, e Ibiki, que ainda processava o inesperado, havia uma figura nas sombras que estava mais surpreso do que todos. Orochimaru, disfarçado como um dos fiscais, observava a cena com um olhar fixo, como se tivesse sido atingido por uma lâmina afiada.

'Quer dizer que... todos os meus esforços no exame Chunin, desde garantir que Jiraiya passasse até manipular os fiscais e confirmar respostas... tudo isso não significa nada?'

Orochimaru sentiu uma onda de frustração crescente. Durante toda sua vida, poucas coisas o haviam colocado em uma posição tão humilhante quanto aquele momento.

Lembrava-se de sua luta contra Hanzo da Salamandra, onde quase perdeu a vida mais vezes do que poderia contar. Também da humilhação de ter tentado roubar o Sharingan de Itachi, apenas para ser derrotado com uma facilidade aterradora, como se fosse nada. Mas nenhum desses momentos foi tão desesperador quanto tentar manipular o exame Chunin em favor de Jiraiya.

Gastar praticamente todo o seu chakra para colocar os fiscais em um genjutsu, manipular os outros para passar as respostas... Tudo isso, para ver o esforço de semanas sendo jogado fora por causa de uma simples falha. E, no final, o maior desafio ainda foi lidar com a falta de competência de seu próprio aliado, que não conseguiu sequer responder corretamente às perguntas.

O ressentimento de Orochimaru ferveu dentro dele como uma força incontrolável. Cada pedaço de seu ser queria destruir, destruir tudo que estivesse relacionado àquele exame, àquela falha, àquele fracasso.

'Hiruzen... você vai pagar por isso!' A promessa de dor e sofrimento se fez mais forte em sua mente. O ódio se solidificava como uma maldição que, de alguma forma, agora o impulsionava a seguir adiante.

Se antes, Orochimaru ainda tivesse algum resquício de dúvida em seu coração sobre prosseguir com seus planos, agora ele não tem mais.

'Sarutobi Hiruzen vai pagar por me fazer passar por tudo aquilo, e Konoha vai junto com ele!'

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