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Chapter 52 - 50- Floresta da morte (2)

Pela Floresta da Morte, Sekiro se movia com uma velocidade impressionante, sua silhueta mal sendo captada pelos olhos mais atentos. Não era apenas agilidade ninja; a Respiração do Sol amplificava suas capacidades físicas a níveis extremos, tornando-o um borrão que serpenteava pela vegetação.

Mas, ao contrário da maioria dos candidatos, que corriam em direção ao centro da floresta para buscar confronto ou cumprir objetivos, Sekiro adotava um caminho diferente. Ele traçava uma espiral ampla, circundando os limites da área de prova. O motivo? Nenhum objetivo específico. Apenas a intenção de observar, explorar... e talvez encontrar algo que valesse a pena.

Um instinto primitivo cutucava sua mente, como se algo estivesse o espreitando. Ele não desacelerou, mas seus sentidos estavam em alerta máximo. Foi então que um rugido ecoou pelas árvores, um aviso feroz que veio tarde demais.

"Roar!"

De uma moita, uma onça saltou em sua direção, as garras prontas para rasgar sua presa. Porém, antes que pudesse alcançar seu alvo, Sekiro desapareceu. Não foi um salto, não foi uma esquiva. Ele simplesmente se moveu rápido demais para ser visto.

Splash.

O som do sangue jorrando preencheu o ar antes que o corpo do animal sequer tocasse o chão. A lâmina de Sekiro havia feito seu trabalho: um único golpe certeiro que cortou o pescoço da onça, extinguindo sua vida em um instante.

A floresta voltou ao silêncio, exceto pelo leve sussurro do vento entre as folhas. Sem dar atenção ao que acabara de ocorrer, Sekiro embainhou a espada com a mesma eficiência calculada de sempre e continuou correndo, os olhos fixos no caminho à frente.

'Duas horas... Pelos meus cálculos, devo ter coberto cerca de um quarto da volta na maior circunferência. E ainda assim, não encontrei ninguém.'

O pensamento o incomodava. Não era cansaço, nem frustração. Era apenas uma sensação de vazio. Ele esperava que o Exame Chunin fosse um desafio, algo que testasse suas habilidades contra o inesperado.

Mas até agora, era como passear por uma floresta. Uma mortal, sim, para outros mais fracos, não passava uma caminhada tediosa para alguém do seu calibre.

Enquanto continuava, seus sentidos se aguçaram mais uma vez. O que quer que fosse, estaria logo à frente. Sekiro sorriu, um sorriso calmo e quase imperceptível.

...

A algumas dezenas de metros de distância de onde Sekiro corria, um time de genins da Vila da Grama havia encontrado um momento de descanso. Encostados em uma árvore desgastada pelo tempo, o trio parecia exausto, tanto física quanto mentalmente. A tensão na pequena clareira era palpável.

"Droga, estamos procurando faz horas e ainda não encontramos ninguém," reclamou o primeiro rapaz, enxugando o suor da testa. Sua expressão era uma mistura de frustração e cansaço.

"Sem falar nesses animais selvagens!" acrescentou a garota do time, sentada com os braços cruzados. "De onde aqueles malditos macacos tiraram aquelas espadas? Quem armou essas coisas?" Ela olhou para os pequenos cortes em sua roupa, resultado de um confronto recente.

"E o pior é que nem sabemos se estamos indo na direção certa," murmurou o terceiro integrante, visivelmente abatido. Ele observava o mapa amassado que carregava, como se esperasse que magicamente ele apontasse o caminho certo.

O líder do time, um jovem de olhar severo e cabelo preso em um coque desajeitado, soltou um longo suspiro, erguendo-se do chão. "Levantem-se, seus molengas. Não temos tempo a perder com reclamações. Nossa missão é conseguir um pergaminho, não importa o custo."

"Fácil para você falar," retrucou o segundo rapaz, jogando o mapa no chão e cruzando os braços. "Você não luta, só fica escondido jogando genjutsu."

O líder estreitou os olhos, claramente irritado com o comentário. "E é exatamente por isso que ainda estamos vivos, seu imbecil. Se dependesse só da sua força bruta, já estaríamos mortos ou com as tripas para fora graças a algum animal gigante."

A garota deu uma risada seca, tentando aliviar a tensão. "Talvez se você nos ajudasse mais em combate, poderíamos ao menos dividir o trabalho. Estou cansada de ser atacada por macacos malucos enquanto você fica só assistindo."

"Chega!" o líder cortou, a voz firme. "Não estamos aqui para discutir. Foquem no plano. Precisamos encontrar algum time enfraquecido e tomar o pergaminho. Quanto mais cedo fizermos isso, mais cedo poderemos sair dessa floresta maldita."

Enquanto a discussão continuava, nenhum dos genins notou o leve som de passos vindo de cima. Sekiro estava ali, oculto entre as folhas, observando como um predador à espreita. Ele esperou o momento exato, sua mão já firme no cabo da espada.

Thuumm... vush!

Em um salto impecável, Sekiro desceu de uma altura considerável, a espada já em posição para o golpe letal. O líder do time mal teve tempo de levantar os olhos antes de sentir a lâmina penetrar brutalmente sua garganta.

Splash!

O impacto foi tão rápido e preciso que o corpo do genin tombou antes de qualquer reação. Sekiro aterrissou de forma silenciosa, flexionando os joelhos para absorver o impacto, como se o movimento fosse parte de uma dança mortal. Ele retirou a espada com um giro ágil, o sangue jorrando em um arco perfeito, manchando a grama e as raízes ao redor.

Os outros dois genins ficaram paralisados. Eles não entenderam o que havia acabado de acontecer até que o corpo de seu líder caiu no chão com um baque surdo, os olhos vidrados e sem vida.

Sekiro ergueu-se lentamente, sua figura agora completamente visível para os sobreviventes. A lâmina da espada gotejava sangue, mas sua postura era tranquila, quase indiferente. Ele olhou para os dois com olhos frios, avaliando-os sem pressa.

"Qu-quem... quem é você?!" o genin à esquerda gaguejou, a kunai tremendo em sua mão.

Sekiro permaneceu em silêncio por um momento, a ponta de sua espada apontada para o chão, gotejando sangue. Ele ergueu lentamente o olhar, frio e calculista, analisando os dois genins restantes. O ar ao redor parecia mais pesado, e seus inimigos mal conseguiam respirar sob a pressão de sua presença.

"Vocês abaixaram a guarda em território hostil..." Ele falou, sua voz baixa, mas clara o suficiente para atravessar o silêncio opressivo. "Esse foi o primeiro erro."

Com um movimento sutil, Sekiro apontou a espada para o homem.

"Você reagiu errado. Quando um membro do seu time foi morto na sua frente, o instinto deveria ter sido se afastar imediatamente, saltar para longe e observar os arredores, procurando por outros inimigos."

Ele então virou-se ligeiramente para a mulher, apontando a lâmina em sua direção.

"Você, por outro lado, fez bem em manter a calma. Mas... vejo que não tem experiência suficiente. O que pretende fazer com essa kunai? Uma arma como essa é inútil em combate corpo a corpo contra alguém como eu."

Os dois genins permaneceram imóveis, presos entre o terror e a incerteza, o suor escorrendo por suas testas. As palavras de Sekiro cortavam mais fundo que sua lâmina, expondo suas fraquezas como se ele estivesse lendo suas almas.

"O que você... – cuidado!" gritou o homem, tentando alertar sua companheira.

Vush!

Uma shuriken deixou a mão de Sekiro em um movimento rápido e certeiro, zumbindo pelo ar até atingir seu alvo. O genin ergueu a kunai para tentar se defender, mas o impacto ainda o fez vacilar, desequilibrando-o momentaneamente.

Foi nesse instante que Sekiro disparou.

Thuumm!

Ele avançou com uma velocidade assustadora, seus pés quase não tocando o chão enquanto cobria a distância em um piscar de olhos.

Quando o genin percebeu o que estava acontecendo, já era tarde demais. A lâmina de Sekiro brilhou em um arco letal, o som do desembainhar ecoando como um trovão abafado.

Slash!

O corte foi preciso, diagonal, atravessando o torso do homem antes que ele pudesse reagir. O sangue jorrou em um arco, pintando o chão enquanto o genin soltava um grito engasgado. Ele caiu de joelhos, as mãos tentando inutilmente conter o ferimento, mas sua vida já escorria pelo chão.

Sekiro aterrissou em uma posição firme, girando sua espada com elegância antes de limpá-la em um movimento fluido. Ele ergueu o olhar para a mulher restante, e o peso de sua presença tornou o ar ao redor quase sufocante.

'Que rápido... nem vi o vulto dele.' A genin da Grama tentou controlar o tremor de suas mãos, mas sua mente continuava ecoando o que acabara de testemunhar.

A figura à sua frente, uma criança de estatura menor, parecia inofensiva à primeira vista. Porém, o olhar penetrante de Sekiro e a aura esmagadora ao seu redor revelavam algo assustador: ele era alguém que havia matado antes, muitas vezes.

Ela tentou racionalizar. 'O líder caiu porque foi pego de surpresa... mas o segundo...' Um calafrio percorreu sua espinha. A facilidade com que Sekiro havia eliminado seu companheiro demonstrava que força não era algo que os números resolveriam.

Sekiro falou, sua voz calma e firme, cortando o silêncio como uma lâmina.

"Eu acabei de matar seus dois companheiros. Sou mais forte, mais experiente. Você está mal equipada, claramente abalada, e sem estratégia."

Ele deu um passo à frente, como se nada o ameaçasse.

"Então, diga-me: o que você vai fazer agora? Fugir? Me atacar? Render-se? Ou... se oferecer a mim?"

Os olhos da garota se arregalaram por um momento. Ela tentou buscar qualquer saída. Sua mente, embora acelerada e tomada pelo medo, ainda se agarrava à sanidade.

De repente, teve uma ideia. Sem hesitar, ela executou.

"Não chegue perto!" Ela gritou, erguendo uma kunai em uma mão e um pergaminho na outra. "Se der mais um passo, eu destruo o pergaminho!"

O silêncio que se seguiu era tão opressor quanto o olhar de Sekiro.

Ele permaneceu parado, observando-a com uma expressão neutra. A garota sentiu o suor frio escorrer pelo rosto enquanto sua respiração ficava cada vez mais instável.

Finalmente, Sekiro falou.

"Muito bem. Você avaliou suas chances: não pode vencer, não pode fugir, e sabe que rendição é inútil. Em vez de tentar negociar o pergaminho pela vida, sabendo que eu poderia matá-la e pegá-lo depois, você optou por ameaçá-lo diretamente."

Ele indicou com os olhos o pergaminho.

"Além disso, você escondeu o símbolo. Isso me força a considerar a possibilidade de que o pergaminho que segura pode ser igual ao meu. Muito esperta."

Por um instante, os olhos da genin brilharam com esperança. Talvez, apenas talvez, sua estratégia tivesse funcionado.

Mas então Sekiro deu um pequeno sorriso.

"Contudo..."

Vush!

Antes que ela pudesse reagir, Sekiro se moveu como um raio. Ele apareceu à sua frente, a lâmina de sua espada parando a centímetros do pescoço dela.

"Você foi ingênua ao pensar que eu estava atrás dos pergaminhos." Ele murmurou, a voz fria como o aço. "Mesmo se estivesse, eu poderia simplesmente ir atrás de outro time. Não é como se isso fosse difícil."

A kunai tremia incontrolavelmente na mão da garota. Seus olhos estavam fixos na lâmina brilhante de Sekiro, refletindo o desespero em seu rosto pálido. Ele, por outro lado, permanecia imóvel, a expressão serena, como se estivesse no comando absoluto do destino dela e do momento.

Sekiro respirou fundo e afastou a espada lentamente do pescoço da genin.

"Mas, mesmo eu podendo te matar... vou te deixar viver." Sua voz era calma, quase indiferente, como se sua decisão fosse um mero capricho.

A garota imediatamente caiu de joelhos, o pergaminho caindo ao chão, esquecido. Com as mãos tremendo, ela tocou o próprio pescoço, como se quisesse confirmar que ainda estava viva. Lágrimas silenciosas escorriam por suas bochechas, misturadas ao suor frio.

Foi então que Sekiro notou o detalhe desconfortável: uma pequena poça se formava sob ela, denunciando o completo terror que havia sentido.

Ela ergueu o olhar, encarando Sekiro com uma mistura de medo e dúvida, tentando entender por que ainda estava respirando.

Ele a encarou de volta, seus olhos penetrantes agora um pouco mais suaves.

"Não me entenda errado. Não te poupei por ser mulher... ou talvez tenha." Ele deu de ombros, como se estivesse tentando entender a si mesmo. "Ultimamente, nem eu sei o que estou pensando."

Ele deu alguns passos para o lado, afastando-se dela, mas parou, girando o corpo parcialmente para encará-la novamente.

"A verdade é que te deixei viver porque demonstrou... capacidade. Não muita, mas o suficiente." Ele cruzou os braços, inclinando ligeiramente a cabeça. "Talvez uns 5,5 de 10."

A garota permaneceu imóvel, engolindo em seco enquanto tentava processar aquelas palavras. Para ela, não parecia um elogio, mas a mera possibilidade de ter feito algo certo era a única fagulha de esperança que restava.

Sekiro voltou a se mover, caminhando lentamente para longe. Mas, antes de desaparecer completamente da vista dela, ele parou novamente, virando a cabeça o suficiente para que sua voz carregasse pela clareira.

"Se isso te serve de algo... sugiro usar uma katana curta e leve. Combina com seu corpo feminino." Ele lançou um último olhar, avaliando-a de cima a baixo.

E então ele se foi, o som de seus passos desaparecendo tão rápido quanto sua presença.

A garota ficou ali, paralisada, tentando entender o que acabara de acontecer. Seus companheiros estavam mortos, mas ela estava viva — e pela primeira vez, talvez por sorte, talvez por um fio tênue de mérito.

Ela apertou os punhos. Algo dentro dela mudara.

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