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Chapter 57 - Escolhas

 Quando avistamos um navio pirata vindo em nossa direção tivemos uma discussão séria e rápida sobre o que fazer no ataque seguinte. O navio que nos atacava era grande. Se enviássemos uma tripulação pequena no navio menor, ela seria massacrada, e se enviássemos um grupo muito grande a tripulação no Suspiro de Valíria seria grandemente enfraquecida. Era uma aposta alta, mas precisávamos fazer essa aposta rapidamente e a maioria concordou em enviar um grupo de elite em combate próximo seguido por um grupo de arqueiros. Foi minha ideia levar os garotos comigo, isso incluía os 7 órfãos e Ted como nossos arqueiros.

 Se o pior acontecesse eu iria incendiar os dois navios e pularíamos no mar tentando voltar ao Suspiro de Valíria. Mas acabou que eles só colocaram 20 homens lá. O ataque cronometrado de um disparo do escorpião quando os arqueiros entrassem em alcance foi crucial para nossa vitória. Esses 10 arqueiros na popa do navio pirata poderiam ter feito muitas vítimas do nosso lado.

Mas no final acabou sendo um exagero enviar os "10 melhores" para invadir por trás. Sir Arthur poderia ser facilmente incluído nos 5 melhores junto com seus homens, Omar foi incluído porque o cavaleiro se recusou a lutar longe de seu senhor, fazia sentido.

Eu me voluntariei porque poderia incendiar os dois navios se precisasse e também poderia usar minhas armas para matar os arqueiros enquanto ficavam em cobertura. Foi então que chegamos na situação atual. Cerca 50 homens embarcaram no Suspiro de Valíria e os 30 homens de Henry passaram por mals bocados segurando esses 50 homens. Havia os 6 homens solteiros que decidiram participar da batalha já prevendo que o pior poderia acontecer se recusassem ajudar, o jovem recém-casado, Jack, Gordo, o aprendiz de Esmer Vitarys, Jhon, o ex-pirata subordinado de Omar, meu ferreiro e até nosso chefe de cozinha… Todos lutaram dessa vez!

As mulheres ficaram nas cabines VIP de Jhon com seu pai, junto com o velho mordomo de Esmer e seu neto. Os outros homens entre os 19 passageiros também ajudaram. Graças a isso tivemos muitos arqueiros no confronto inicial. E alguns outros sem experiência alguma, foram colocados nos escorpiões e avisados para recuarem quando não fosse mais possível atirar.

O Capitão inimigo me olhava com raiva, medo e dor, sua perna ainda sangrava da bala que entrou ali. a dor de uma arma de fogo era algo que ele nunca sentiu antes, se ele soubesse que minha arma em sua cabeça estava descarregada não teria ficado com medo de me atacar. Depois que todos os piratas foram amarrados eu ajudo os feridos primeiro, vou até o homem que salvei perto do escorpião e faço os primeiros socorros, aproveito e checo as cabines para garantir que nenhuma foi invadida.

Dentro da enfermaria na área da tripulação, Eu e Omar observamos 12 pessoas com ferimentos que variam de leves a mais graves. Nessa batalha até o curandeiro do navio teve que lutar, mas ele ficou em uma posição mais segura devido aos meus avisos, se tivéssemos perdido ele teríamos ainda mais dificuldades agora.

Neste mundo, esse tipo de profissão não era isenta do combate. Jhon e Vitarys vieram a enfermaria e estavam ajudando também já que são alquimistas, vejo eles despejarem líquidos estranhos nas feridas e fazendo os homens beberem anestésicos, logo as feridas param de sangrar e os homens mostram alívio da dor. Henry então chega com uma expressão tensa, deve ser o relatório.

"Além dos 12 homens feridos aqui, perdemos 1 passageiro comum, 2 tripulantes e 2 homens da cabine dos solteiros."

Quando ele termina, lamento tremendamente, foi minha decisão que causou tantas baixas. Mas não tinha como evitar. Um dos tripulantes mortos deve ser o novato ghiscari que vi o capitão inimigo esmagar seu peito. Olho para o Capitão e digo para preparar as compensações para os homens que morreram. Omar aproveita e pergunta do navio, sua carga e os piratas.

"Tivemos sorte dessa vez, fomos atacados por 80 homens, 7 morreram para os escorpiões e 1 ficou gravemente ferido. 18 foram mortos por você e os outros homens na popa. 12 arqueiros foram eliminados por nossos arqueiros e no final 43 homens entraram a bordo com apenas 12 sobrevivendo após se renderem. Já seguimos suas ordens anteriores e executamos os feridos. Não há carga, apenas água e comida para 80 homens por 1 semana. Eles devem ter uma base por perto ou pensaram que poderiam pegar todos os nossos suprimentos. As moedas e bens que eles tinham, além das armas e armaduras também é mínima. Vamos deixar todos pegarem o que querem da pilhagem de armas e armaduras, principalmente os que não pertencem a tripulação. O navio deles sofreu alguns danos mas é possível consertar, deve ter o mesmo valor que o Suspiro de Valíria."

Rafael acena então começa:

"Deixe esses 12 homens acorrentados no convés, vou lidar com eles mais tarde. Priorize os reparos do navio para que possamos partir levando ele conosco, e calcule seu preço, eu e Omar vamos comprá-lo para que os homens possam dividir a parte deles em ouro. De uma parte da água do outro navio para os homens que lutaram possam tomar um banho adequado. Hoje à noite faça um banquete em homenagem aos que caíram e prepare seus corpos para serem cremados e terem suas cinzas levadas as suas famílias.

Omar acena com minhas ordens ao Capitão, as vezes ele deixa eu tomar as decisões sem dizer nada, mas estou sempre mostrando que ele também pode tomar suas próprias decisões diferentes. É estranho ter dois líderes e mais um Capitão, sempre tento não tomar tanta influência de Henry, ele é quem entende dos perigos do mar, mas eu e Omar não vamos brigar ou discutir por algo temporário como essa viagem. Ao sair da enfermaria vejo Jack ajudando um homem que deslocou seu ombro. Ele foi um dos melhores guerreiros na última batalha, faço um cumprimento silencioso ao homem sem rosto e sigo adiante até onde uma armadura grande e redonda está sentada.

"Você está bem Gordo?" Faço a pergunta olhando para o sangue fresco na armadura e machado que ele segura.

"Sim estou bem, tive alguns amassados na armadura e agora estou com dificuldade em remover ela do corpo. Ei Rafa você ficou sabendo eu peguei 2 piratas com essa belezinha aqui haha não sou incrível?"

"Não me lembro de você ser tão bom com um machado, tem alguém te ensinando a bordo?"

"Sim o espadachim subordinado de Sr Arthur aceitou minha comissão para me treinar enquanto estamos na viagem. Ele disse que abandonou o machado porque está muito velho agora, mas ele costumava ser um veterano nessa arma."

"E a armadura como vestiu tão rápido dessa vez?"

"Na hora da pressa pedi ajuda para a mulher recém-casada, ela concordou e disse que me ajudaria se eu ficasse por perto do marido dela durante a batalha. A culpa é minha, eu devia ter recrutado alguns subordinados quando estávamos em Valíria."

"Tudo bem, vá ver meu ferreiro ele deve te ajudar a remover a armadura, depois disso haverá água para tomar um banho em sua cabine. Se você quiser pode recrutar 3-4 pessoas na próxima cidade que pararmos. Mas lembre-se de ser cuidadoso não quero que você morra para alguns piratas aleatórios, você não disse que iria se tornar um grande mago?"

Ele balança a cabeça com o capacete metálico e diz que vai tomar cuidado. Aproveito para olhar para as mensagens do sistema:

Mantenha o máximo de tripulantes do seu navio vivo 105/109

Mate piratas: 119/200

A missão dos piratas vai ser concluída em breve se continuar assim, mas depois dessa luta prefiro não encontrar mais nenhum pirata. Parece que a contagem de passageiros não inclui os tripulantes do outro navio e os piratas em cativeiro. Isso significa que esse número não vai aumentar e apenas diminuir. Preciso ter cuidado com essas duas missões, uma é secundária e a outra é especial. Deixando de lado a missão secundária que pode me dar uma nova função no sistema ou melhorar uma já existente, eu fico animado com a missão especial. Não sei o que vou ganhar, mas não posso perder a recompensa. Passo na minha cabine rapidamente onde recarrego as duas bestas e 3 pistolas então vou até o convés depois de um tempo e vejo os 12 homens já acorrentados.

Vejo o capitão pirata novamente, ele me olha com raiva nos olhos. Dou uma boa olhada até ver 2 mestiços valirianos, digo aos homens para colocar esses 2 juntos com as 4 cobaias restantes do outro ataque. Então digo aos tripulantes para segurarem o Capitão Pirata e não deixarem ele se mover. Retiro o pano de sua perna e me preparo para remover a bala, um dos novos tripulantes ghiscaris se aproxima e fala:

"Chefe não matamos esse porque ele vale muito dinheiro. Acho que sua cabeça deve valer pelo menos 20 moedas de ouro, seu nome é Jones "Quebra ossos". O primeiro imediato dele também vale 3 moedas de ouro, ele aponta para outro prisioneiro."

Tenho que remover o que está dentro da perna dele caso contrário ele vai morrer, vivo ele vale mais né? O homem acena e segura o capitão firmemente. Tiro uma garrafa de álcool do inventário e depois uma pequena pinça que uso na alquimia. Ele geme quando o álcool cai e logo enfio a pinça procurando pela bala, quando encontro ele grita algumas vezes antes de remover ela e jogar na direção do mar, olho bem a ferida, mas não vejo nenhuma artéria atingida, jogo álcool mais uma vez antes de enxugar tudo e tiro um papelote com pólvora, despejo na entrada da ferida e em seguida rapidamente risco uma pederneira em cima.

"ARGH"

Um grito bem alto de dor, seguido por um clarão da pólvora e o cheiro de carne queimada fazem os tripulantes ao redor rirem do sofrimento do pirata e alguns até aplaudem. Os outros piratas começam a se tremer de medo ao presenciarem uma das formas mais cruéis que já viram de se curar alguém. Eu me levanto e digo ao homem ghiscari para levarem os dois prisioneiros valiosos para um local onde fiquem presos com segurança. Olho para os 8 homens restantes e digo para o Capitão Henry cuidar deles.

Quando é noite, vejo o número de piratas mortos em meu sistema aumentar em mais 8.