No porto um homem segurando uma carta estava embarcando em seu próprio navio, ele usava uma armadura de corpo inteiro extremamente grande, seu formato era muito estranho quase como se usasse 2 ou 3 camadas de armaduras, mas os homens do navio não estranharam isso nem um pouco, mesmo que ele a usasse algo tão pesado em um navio. Ele era um dos supostos Magos que não pertenciam às 40 famílias.
"Meu Senhor tem certeza que devemos ir? Não abastecemos o suficiente para uma viagem muito longa e tudo que temos agora pagamos um preço bem alto devido a sua urgência e a inflação dos preços para embarcarmos."
O homem olhou para a carta novamente antes de armazená-la em sua bolsa e confirmar.
—Devemos ir estou com um mal pressentimento e recebi um aviso de alguém amigável. Você se lembra da última vez que tive tal pressentimento né?
O homem suou ao se lembrar de quão perto passaram da morte ao sair de uma cidade que foi infectada por uma doença letal e terrível. Ele rapidamente içou as velas e o navio logo se afastou do porto.
***
Numa caverna na área do distrito oeste o líder de uma organização misteriosa de Pentos chamada Mão Negra tinha acabado de jantar quando decidiu ver os corvos que traziam notícias da cidade e alimentar os outros pássaros e animais que eles mantinham. Ele e sua irmã estavam nessa caverna a mais de 1 ano. Enquanto ela estava ocupada criando seu próprio totem ele a mantinha segura.
O motivo de escolherem Valíria para o totem foi porque as 14 chamas eram um catalisador muito poderoso para alimentar a magia do totem, não só para feitiços de fogo, mas os totens feitos e armazenados aqui tinham efeitos de longo alcance para o mundo todo devido a posição geográfica de Valíria.
Quando ele chegou no local, viu dois corvos marcados com notícias urgentes da cidade foi imediatamente verificar os dois primeiros já que eles estavam muito isolados aqui e era importante saber de tudo para evitar problemas. O primeiro corvo relatava o caos acontecendo no distrito norte e o último era um carta alertando eles sobre os perigos dos homens sem rosto. Havia até outra carta junto destinada a sua irmã.
Ele leu mais uma vez não acreditando… Dezenas de totens destruídos num único dia e dois magos poderosos assassinados. Ele largou tudo, e foi correndo contar para ela na tentativa de impedir a conclusão de seu totem. Uma vez construído, ele nunca poderia ser movido ou perderia todos os efeitos mágicos e nem os ingredientes funcionariam mais.
"O que você está fazendo aqui Yuri? Não é do seu feitio entrar no meu laboratório sem bater."
—Mana precisamos parar seu totem agora mesmo e também partir da cidade veja isso.
Ele então entregou a carta destinada a ela. Depois de ler, ela parou tudo o que estava fazendo e começou a usar vários ossos de animais para fazer uma previsão. Franzindo a testa ela usou na segunda vez búzios, não confiando no resultado ela pegou e embaralhou seu baralho de tarô e tirou uma carta, apenas para ver um esqueleto segurando uma foice. Assustada, ela repetiu mais 3 vezes o processo dessa vez usando outros métodos diferentes de previsão, ela se levantou com urgência e uma expressão de terror cobriu seu rosto.
"Precisamos sair daqui rapidamente, prepare a invocação do pequeno Kuro não podemos arriscar pegar um navio."
—Mas é perigoso voar nele nos arredores de Valíria, existem muitos dragões selvagens e somos um alvo muito chamativo.
"Nas minhas previsões nosso futuro desapareceu, voar nele foi a única que deu um resultado positivo."
Depois que Yuri deixou a sala e foi se preparar para invocar seu animal de estimação, sua irmã iniciou outra adivinhação. Dessa vez tentando observar o seu suposto benfeitor. Depois de duas tentativas sacrificando alguns animais tudo que ela viu do suposto Sábio Vermelho foi um homem sem rosto e sem nome.
Desistindo da pessoa, ela fez mais uma investigação, usando pedras translúcidas estranhas antes de seus olhos mudarem de cor e ela finalmente encontrar um navio, após se concentrar ela leu seu nome na lateral era: "Suspiro de Valíria", quando ela leu esse nome em voz alta sentiu ondas enormes do destino reverberar. Ela ficou surpresa, quando um nome de um local ou item emitia tais ondas significava que todo seu destino foi alterado e grandes mudanças em cima disso. Ao perceber o nome e se lembrar do desastre que essa pessoa previu e os alertou ela sabia porque o navio tinha tal nome. Ela então escreveu duas cartas, uma delas para seu contato numa pousada e pediu para entregar no suposto navio.
Nessa hora seu irmão voltou, ela então recolheu todos os itens relacionados ao totem ainda incompleto antes de seguir seu irmão para fora da caverna. Lá fora um corvo negro enorme maior que um helicóptero já tinha sido invocado por seu irmão, suas penas eram tão pretas e as vezes pareciam ser sombras vivas, as vezes virava sombra, antes de voltarem a serem penas de novo. Ela sorriu para o animal e então subiu nele com seu irmão e os dois deixaram Valíria na calada da noite.
***
Jhon era um aprendiz de magia, um dos poucos na cidade considerado como verdadeiro. Sendo ensinado por uma bruxa na Vila do Alvorecer a oeste de Essos. Jhon teve um grande aprendizado quando se tratava de cura e venenos.
Seguindo seu pai que era um comerciante, ele acabou indo parar na cidade Franca, onde graças a seus venenos se tornou um dos maiores fornecedores para o grupo dos homens sem rosto. Graças a isso, ele e seu pai se tornaram ricos rapidamente.
Recentemente, Jhon estava preocupado com a quantidade cada vez maior de venenos que o grupo solicitava dele, e houve vários momentos onde ele até mesmo foi pressionado a passar algumas de suas receitas para o grupo, mas resistiu dizendo que se fosse pressionado apenas iria embora. O que não agradou nada o grupo e também piorou as tensões entre os dois lados.
Vivendo nesse estado de constante criação de venenos Jhon mal tinha tido tempo de criar novas fórmulas ou mesmo de melhorar a si mesmo como um mago. A bruxa que o aceitou como aprendiz disse que ele tinha um talento raro para o elemento natureza que era também comumente chamado de elemento planta. Mas até agora devido aos anos de trabalho incessante ele não tinha dominado seu primeiro feitiço que era chamado de Enredar.
Sob tal pressão e pensando constantemente se deveria fugir e deixar tudo para trás, hoje ele recebeu uma carta que o deixou apenas mais preocupado, a carta não tinha nome nem endereço, tudo o que tinha eram as palavras: "Cuidado com os homens sem rosto".
Quem poderia ser? Alguém sabe de algo e tentou me avisar com antecedência? Era um teste? Ou os homens sem rosto finalmente decidiram se livrar dele? Tantas perguntas deixaram Jhon ainda mais paranoico e nesse momento alguém bateu na sua porta.
"TOC TOC"
Respirando fundo ele gritou:
—QUEM É?
"É do restaurante, temos algumas sobras e queremos saber se você quer alguma?"
Eram eles! E o pior era que vieram sem avisar. Essa pergunta era parte de um código estabelecido por ambos os lados.
Jhon respondeu:
—Quero sim quanta comida vocês tem?
"Temos bastante, tudo o que sobrou praticamente."
Jhon respirou fundo novamente, esse era um código que significava que eles queriam tudo o que ele tinha, de todos os tipos e efeitos. Eles vão mesmo se livrar de mim? Pensou Jhon.
Vir sem avisar, após terem vindo ontem, e pedir tudo o que tenho é muito suspeito, isso nunca aconteceu antes. Ele então abriu a porta e o homem entrou. Assim que entrou o homem olhou para tudo como se estivesse de guarda alta, depois de olhar tudo ele voltou para perto da porta. Jhon então explicou que não tinha quase nada, mas que iria preparar tudo numa caixa após alguns minutos. O homem acenou e ficou esperando.
Enquanto enchia a caixa Jhon observava o homem discretamente, o homem sem rosto estava olhando constantemente para a porta fechada e para uma janela, sua mão pairava constantemente sobre a adaga na cintura, enquanto olhava de forma suspeita para Jhon mantendo distância dele. Assim que ele terminou de colocar tudo na caixa ele disse:
—Pode pegar!
Acenando para a caixa na mesa, mas o homem não se moveu, e disse de volta:
"Traga para mim, ou deixe aqui perto da porta, quero conferir primeiro."
Jhon soube na hora que esse seria um momento de vida ou morte, o homem não queria nem mesmo se aproximar dele para carregar a caixa e queria que ele fizesse isso. Ele então secretamente jogou mais um item dentro dela e andou na direção dele antes de colocar a caixa a dois metros de distância e se afastar.
Enquanto fez tudo isso, Jhon continuou fazendo uma contagem regressiva na sua cabeça. Assim que ele também se afastou por mais dois metros o homem finalmente se abaixou para pegar a caixa, mas antes que a levantasse, um estouro saiu de dentro dela jogando fumaça e líquidos em seu rosto. O homem gritou em dor sacou a adaga e avançou na direção de Jhon sem nem hesitar.
Para Jhon foi o suficiente, o homem deveria estar apenas hesitando se seria fácil ou não se livrar dele, o veneno que ele usou na explosão não era letal, era apenas usado para distorcer os sentidos e causar dor nos orifícios onde a fumaça atingiu. Com sua vida em risco e sem mais hesitação ele sacou um vidro de poção lacrado e arremessou no homem, quando acertou seu rosto o vidro quebrou espalhando um liquido verde no rosto e peito do homem. Um chiado de queimação horrível foi ouvido seguido de um grito, enquanto ele caia no chão com sua pele derretendo. Jhon sendo misericordioso pegou uma agulha pequena guardada em seu manto e arremessou no homem ainda a distância com medo dele reagir, assim que a agulha o atingiu menos de 10 segundos e ele rapidamente parou de se mover, ao mesmo tempo, linhas pretas se espalharam como vermes por suas veias originado da agulha que o acertou.
Jhon se lembrou da origem do veneno com certa nostalgia antes de arrastar o cadáver para o centro da sala, depois de pegar tudo o que tinha de valor na sala e no homem morto, ele colocou tudo em sua bolsa de armazenamento e incendiou todo seu laboratório junto com sua casa e a prova de seu crime. Usando uma máscara e um manto ele foi encontrar seu pai para tentar fugir da cidade o mais rápido possível.
Mal sabia Jhon que o homem sem rosto estava tão assustado quanto ele. Ele foi avisado de um possível conflito contra todos os magos da cidade, mas foi o escolhido para coletar venenos pela última vez desse aprendiz, e de fato não deveria ser perigoso, mas assim que entrou ele viu o homem suando o tempo todo, pupilas dilatadas e leves tremores. Para homens treinados na arte de matar esses sinais eram esclarecedores o suficiente para uma possível situação de perigo, e se o aprendiz o via como perigo ele tentaria atacar a qualquer momento. No final, um descuido levou os dois a um conflito de vida ou morte, tudo movido e atiçado por Rafael que realmente queria plantar desconfiança em ambos os lados como forma de vingança.
Naquela noite de sábado e no domingo que se seguiria, conflitos similares ao de Jhon estourariam em toda a cidade.
***
Enquanto a maioria dos magos das 40 famílias não fez grandes movimentos após a mensagem de Rafael, muitos trocaram mensagens uns entre os outros. Porém na mansão de Esmer seus servos foram orientados a ignorar todos os corvos, ele queria partir rapidamente e evitar questionamentos sobre o desaparecimento de Imortal e os outros. Seu servo que saiu cedo para comprar as passagens só havia voltado agora a noite e estava ajoelhado na sua frente pedindo desculpas.
"Meu Senhor eu realmente falhei na missão que me deu. Devido ao caos no distrito norte as passagens tiveram seus preços duplicados e quase não havia mais nenhuma, tive que pagar 40 moedas numa cabine que mal é agradável suficiente para meu Senhor. É minha culpa não prestar atenção ao que ocorre nos outros distritos e só posso aceitar minha punição."
—Não há necessidade de punição por uma quantia tão pequena, você pode se levantar. É bom que você ainda tenha conseguido uma passagem. Me diga sobre esse caos no distrito norte.
"Meu senhor está um tumulto lá, há brigas, roubos e furtos em vários locais, ouvi até falar de alguns mortos. Dizem que um desastre está prestes a acontecer e todos estão estocando comida ou indo para o mar, uma minoria sem muito dinheiro começou a migrar para as Terras de Verão e estão tentando se esconder em cavernas longe das 14 chamas. Quando perguntei sobre o desastre apenas um nome surgiu o 'Sábio Vermelho'."
Os olhos de Esmer vagaram um pouco antes de sua pupila dilatar, aquele garoto? Porque ele faria isso? Além disso, ele disse diretamente seu nome para mim como se não importasse muito que eu soubesse quem ele era…
Espera! Sem seu verdadeiro nome eu realmente não posso encontrar ele agora que partiu! Bem não importa, já estou indo embora também… Esmer sentiu que estava se esquecendo de algo importante, sem saber o que lhe incomodava ele voltou para seu quarto e planejava ler um pouco até a hora de dormir. Após sua leitura satisfatória, Esmer estava prestes a encerrar a noite quando pegou um marcador de páginas vermelho, isso logo o fez lembrar de quem havia dado isso a ele…
De repente, Esmer se levantou da cadeira ao se lembrar de algo. Há 3 ou 4 dias sua ex-amante também saiu da cidade levando todas as suas filhas, o motivo era "novos negócios" então não prestei muita atenção nisso, mas houve uma outra notícia que ele prestou atenção, metade dos Velaryon também saíram levando tudo o que tinham, fazendo coleta de dívidas sob uma grande perda e empréstimos no valor de dezenas de milhares. Essa informação chegou para todas as 39 famílias devido às ações deles no Banco Valiriano.
Algo parece muito suspeito… Eles sabiam de algo com antecedência? De repente uma batida na porta de seu quarto tirou sua atenção.
"TOC TOC"
—Pode entrar!
"Mestre, uma notícia de seu interesse acabou de chegar!"
Esmer permaneceu em silêncio e seu servo continuou sem esperar seu comando:
"Mestre a menos de 2 horas atrás… Uma explosão horrível aconteceu matando Kulan da triarquia e seu filho mais velho, muitos nobres menores e comerciantes também morreram. Grandes chamas verdes que devoraram tudo foram vistas no local da explosão e Magnus e Madame Rosa são os principais suspeitos. Mas como Madame Rosa saiu da cidade e seus 3 filhos mais velhos morreram na explosão, ela deixou de ser uma suspeita. Kuzar que sobreviveu a explosão iniciou uma guerra de gangues contra Magnus acusando-o de ser o perpetrador do crime. Conflitos armados começaram a acontecer em vários distritos e locais controlados pela triarquia."
Quando Esmer ouviu a notícia e principalmente as palavras "fogo verde" ele soube imediatamente quem era o culpado, afinal essa era sua própria criação. Aquela mulher ficou louca? Matar os próprios filhos apenas para se vingar de Kulan e ainda culpar outra pessoa… Ele não pode de deixar de elogiar sua ex-amante por sua crueldade e também astúcia, ela era apenas uma pessoa comum, mas sua forma de agir era similar ao daqueles velhos monstros de Asshai. Outros pensamentos sobre Rosa passaram pela cabeça de Esmer, mas, eles só poderiam ser confirmados mais tarde.
Nota do autor no WN.