Os irmãos Brown, também conhecidos como Billy Brown o mais velho e Bob Rat Brown o mais novo, eram filhos de Gordo Brown um comerciante de tecidos famoso no distrito norte. Desprovidos de muita beleza os irmãos Brown sempre se destacaram apenas pelo dinheiro, seu pai deu aos dois um bar logo depois que ambos passaram pela maior idade, dando a eles uma fonte de renda estável e fazendo com que eles se destacassem entre a geração mais jovem do distrito. Esse destaque trouxe aos irmãos que eram desprovidos de traços valirianos, muita arrogância, narcisismo e presunção. E eles basicamente se tornaram tiranos locais sempre intimidando os fracos e menos favorecidos usando o dinheiro. Houve também muitas donzelas plebeias que foram contaminadas pelos dois.
No entanto, no distrito norte onde havia uma enorme quantidade de bastardos, imigrantes, turistas, comerciantes e seus filhos, havia alguém que tinha uma fama ainda maior que a desses dois irmãos. E esse seria Omar. Mais bonito, mais carismático, um homem gentil que tratava todos de forma igual, com origens nobres e uma certa riqueza não inferior ao dos irmãos.
Omar era o símbolo de um bom homem e também um bom candidato a "marido" no distrito, muito diferente dos irmãos Brown que usavam dinheiro e intimidação para conseguirem o que queriam. Para Omar, as coisas fluíam muito naturalmente e facilmente. A raiva e inveja dos irmãos contra Omar fizeram com que espalhassem todo tipo de rumores falsos contra ele, que quando descobriu, foi até os irmãos junto com Rafael e Gordo Zhang para lhes darem uma lição.
Depois disso, não importava onde eles se encontrassem, uma conversa entre punhos sempre surgiria facilmente. Os irmãos Brown que estavam sempre no lado perdedor logo contrataram dois capangas trazendo mais equilíbrio nas lutas que eles sempre tinham.
Porém, uma certa pessoa escalou os conflitos entre eles para um nível ainda mais alto. E essa pessoa foi Liza, a flor mais bela do distrito que era cortejada por todos os jovens valirianos, não apenas do distrito norte, mas dos outros distritos também. Liza não só teve Omar como seu primeiro homem, mas logo depois de se tornar uma meretriz de luxo, apenas alguns nobres poderiam se relacionar com ela, e isso enfureceu ainda mais os irmãos que não só a viam como um beleza desde que eram mais jovens, mas agora não poderiam tocá-la não importa quanto dinheiro oferecessem.
Isso causou um colapso no ego inflado dos irmãos, que mesmo após seu pai se tornar um comerciante de escravos servindo diretamente aos 5 dedos, ainda tiveram Liza os recusando novamente. Em sua fúria, sem poder cruzarem a linha final com Omar, os dois saíram buscando sangue, e naquele dia, inflados pela nova posição de seu pai colocaram um fim na vida do antigo Rafael.
Hoje era sábado e já passava das 19:00, Rafael junto com Omar e Gordo estavam numa loja comprando algumas máscaras e mantos pretos. Rafael também comprou outros itens que usaria mais tarde. Enquanto voltavam para a carruagem que era guiada por dois homens de Sir Arthur, o arqueiro e o besteiro. Depois de analisar as informações enviadas por Black Cat, Rafael finalmente conseguiu informações sobre a mansão os irmãos Browns. Os dois passam a semana toda em seu próprio bar que ficava numa rua movimentada, só que devido a rua ser muito movimentada era muito difícil fazer algo contra eles. Mas toda sexta, sábado e domingo eles iriam para a mansão do pai.
Portanto a investigação de Black Cat era saber quem estaria nessa mansão. Havia 4 guardas que mantinham a segurança do lugar, 2 na entrada da frente e 2 no fundo. Na casa durante a noite nos finais de semana ficaria um chefe de cozinha, o mordomo e mais 2 empregadas. Apenas na segunda feira teria mais funcionários durante o dia e a noite como os jardineiros e outros servos. Agora que Gordo Brown se tornou um comerciante de escravos havia boatos que também haveria escravos dentro de sua residência e pelo menos mais dois guardas vigiando constantemente os escravos. Poderia haver meretrizes ou algum convidado e seus possíveis guardas, mas isso não foi um problema para os planos de Rafael e dos outros. A carruagem passou pelas duas entradas da mansão por volta das 20:00 e depois de confirmarem a presença dos 4 guardas a carruagem parou num bosque escuro onde todos desceram e esperaram o tempo passar. Rafael continuou fazendo o trabalho que pediu a Ted fazer enchendo sacos de dinheiro com cobre e até colocava 1 ou 2 pratas neles. Ninguém estranhou o que ele fazia, pois também precisam fazer isso as vezes. Quando foi meia-noite, eles finalmente avançaram em direção da mansão. Os dois homens de Sir Arthur tinham sua tarefa que era eliminar os dois do fundo e depois se livrarem dos corpos usando o poço da propriedade. Mas o trabalho de se livrar dos 2 guardas da frente ainda caiu sobre Rafael e seus dois amigos. Respirando fundo eles se aproximaram da frente da mansão e pularam o pequeno muro antes de se aproximarem da guarita dos guardas o primeiro guarda vendo os invasores gritou e começou ir na direção deles já com sua espada na mão, Rafael foi o primeiro a agir pegando a besta já carregada em seu inventário ele atirou no homem de muito perto, numa velocidade enorme a flecha atravessou seu peito enquanto a ponta saiu nas costas, ele caiu agonizando no chão. O segundo guarda que estava sentado se levantou assustado ao ouvir os gritos e sacando a espada correu na direção deles, só então Omar e Gordo que ainda estavam congelados, atiraram suas bestas atingindo o homem que também não resistiu aos ferimentos caindo no chão e também perdendo a vida rapidamente.
'De repente, todos os 3 tiraram as máscaras e vomitaram. Era a primeira vez deles tirando a vida de alguém. Ninguém disse nada e nem Gordo fez piadas nesse momento, em breve, todos teríamos que matar ou morrer em nossa viagem pelo mar, era melhor estar preparado para isso antes que acontecesse e já tínhamos tido essa conversa.'
Logo depois nos certificamos de que estavam mortos antes de mover eles para longe do muro da mansão e deixamos o portão aberto para os dois homens de Omar cuidarem dos corpos. Fomos então para a casa dos empregados. Deveria ter um chefe e duas empregadas, o mordomo deveria estar dentro da casa servindo seus senhores mesmo durante a noite se precisassem. A janela estava aberta, eu entrei primeiro e abri a porta para eles já que o Gordo não conseguiria passar pelo pequeno espaço, vimos quatro quartos mas apenas dois deles tinha alguém, um homem dormia em um e duas mulheres de meia idade dormiam no outro. Omar e Gordo colocaram uma agulha com o veneno preparado por Jack nas duas empregadas e eu coloquei outra no pescoço do chefe, ele acordou por um momento me olhando rapidamente sem entender antes de dormir de novo. Saímos e fomos para a grande mansão. Novamente usei uma janela e abri uma porta mais simples que dava entrada direta na cozinha.
A mansão tinha 3 andares e muitos quartos para verificar. Estávamos com as bestas recarregadas e prontas, além de adagas nos cintos bolsa para uso se necessário. Não queria matar ninguém inocente como um escravo ou servo, mas se o pior acontecesse teríamos que agir. Vasculhamos juntos o andar térreo da mansão e não encontramos nada. Apenas a cozinha, sala de estar, sala de jantar, uma despensa com muita comida, uma sala com mesas para carteados junto com um bar e por último as escadas que levavam para o porão e ao segundo andar. A porta do porão estava trancada e decidimos deixá-lo por último. Subimos para o segundo andar, deixando Gordo bloqueando a escada e tudo que tinha nesse andar era uma nova sala de jantar, uma biblioteca que também era uma sala de reuniões e muitos quartos. Nele achamos um que estava trancado e batemos na porta, logo um homem velho abriu a porta surpreso, acho que ele não sabia porque não foi chamado da forma normal através do sistema de sinos nos quartos, ele ainda estava de pijama e um pouco sonolento. Quando viu a besta apontada para ele por mim, eu disse para ficar em silêncio e erguer as mãos para cima. Chocado, ele seguiu nossas demandas e o colocamos para dormir, usando o veneno novamente. Dentro do seu quarto achamos um molho de chaves enorme. Já sabíamos que deveria ser de vários locais da casa. Sem encontrar mais nada finalmente chegamos ao terceiro andar.
Logo no começo do terceiro andar já encontramos um quarto trancado, usamos várias chaves até descobrir qual era a correta. Dentro desse quarto encontramos um tipo de escritório com vários pergaminhos e outros papéis, além de pinturas que estavam nas paredes e alguns livros, coloquei a maioria deles no meu inventário enquanto salvava a maior parte das imagens no sistema para facilitar catalogar mais tarde, também peguei um cofre enorme no canto da sala, tinha o tamanho de uma antiga tv de tubo de 29 polegadas. Fomos para os próximos cômodos e encontramos mais 1 trancado, dessa vez era um de nossos alvos o filho mais velho Billy. Apliquei um veneno diferente nele do tipo que causava paralisia temporária, enquanto o amarrávamos e deixávamos ele ali com olhos abertos em terror, o que me surpreendeu foi que ele tinha uma bolsa das sombras ao lado da cama, peguei ela e fomos para o quarto ao lado que dessa vez era de seu irmão mais novo Bob, justamente aquele que esfaqueou o antigo Rafael. Nele tinha uma mulher junta que presumimos ser uma meretriz devido a ausência de correntes. O sonífero de longo prazo foi aplicado nela e ela foi deixada na cama. Enquanto o paralisante foi usado de novo dessa vez no irmão mais novo, enquanto também amarrávamos ele, outra bolsa foi encontrada no quarto do mais novo.
'Parece que a associação com os 5 dedos permitiu muitos benefícios para os Browns.'
Então finalmente chegamos no quarto principal do terceiro andar, sabíamos disso porque sua porta era bem maior e mais elegante que dos outros quartos. O obeso Gordo Brown estava deitado na enorme cama ao lado de duas escravas com correntes no pescoço, quase tivemos vontade de matar ele no local já que uma das garotas era apenas uma adolescente com não menos de 13 ou 14 anos. Apagamos ele primeiro direto com o potente sonífero. Então acordamos às escravas e fizemos elas amarrem o gordo em sua própria cama. Vasculhamos seu quarto enquanto as escravas nos olhavam com medo e pegamos outro cofre de tamanho similar, sua bolsa das sombras claro e mais algumas pinturas e obras de arte. Deixamos o gordo Brown em seu próprio quarto antes de trancar a porta. Eu e as garotas arrastamos os dois irmãos Brown enquanto Omar observava de longe ainda temendo que elas pudessem fazer algo. Quando voltamos as escadas do primeiro andar onde Gordo estava finalmente falei com elas:
—Eu sou o Sábio Vermelho, quantos guardas estão no porão? Existem mais escravos lá? A garota mais velha acenou e falou:
"Sim, são 4 guardas e a maioria dos escravos são mulheres, são muitas, Senhor Brown trouxe elas para serem "treinadas", mas na verdade ele só quer deitar com todas antes de nos colocar à venda."
Aceno pensativo, 4 guardas será um pouco complicado, mas eu tenho uma maneira de lidar com eles.
—Tudo bem, vá preparar roupas para que os escravos possam fugir. Pegue o que precisar nos quartos, mas nada muito chamativo. Vou esperar aqui na escada.
Enquanto esperamos eu olho para os dois irmãos amarrados e imóveis. E chuto o que me esfaqueou:
—Ei cara de rato você pensou que tinha me matado né filho da puta.
Ele continuou me olhando sem entender já que eu estava de máscara e não podia fazer nada. Gordo e Omar apenas riram, logo as duas mulheres voltaram arrastando uma mala de roupa. Eu tranquei elas num quarto e pedi para aguardarem até todos serem libertados.
Em seguida, fomos em direção ao porão, dessa vez o mais silenciosos possível. Eu vou na frente descendo as escadas primeiro, o porão na área das escadas é bem escuro, deve ter alguma luz, mas não procuramos por ela, Omar está logo atrás de mim e Gordo por último. Quando chego no final da escada já consigo ver 4 homens sentados numa mesa iluminada jogando cartas, como eles estão bem em baixo da luz é fácil vê-los. Uma mulher nua está sentada no colo de um deles, isso vai dificultar as coisas. Nos lados direito e esquerdo estão prateleiras de madeira cheias de vinhos. Isso significa um local rápido para se esconderem das flechas e revidarem.
Eu volto para as escadas escuras e sussurro meu plano para Omar e Gordo.
Eu e Omar avançamos lado a lado o mais silencioso possível. Quando estamos num alcance razoável. Olhamos para nossos alvos, como eles estão de lado o tiro precisa ser na cabeça ou no pescoço. Miramos juntos, e após o sinal eu atiro no homem sentado na esquerda e ele atira no da direita.
"Puf"
"Puf"
As duas flechas perfuram ao mesmo tempo o pescoço do homem da esquerda e a cabeça do homem da direita. O homem que está de costas demora para reagir. Mas o homem que está de frente para nós concentra sua visão fora da mesa e vê nossos contornos no escuro, ele levanta segurando a mulher como um escudo e corre para trás dos vinhos procurando proteção. O segundo homem que tenta fugir sem proteção é atingido por gordo na perna, ele estava esperando a oportunidade de ferir ele sem arriscar a vida da escrava. Quando ele cai no chão com a perna machucada eu aceno com a mão na direção dele e atiro meu feitiço da bola de fogo. A chama sai da minha mão e atinge rapidamente seu corpo ele grita enquanto queima e tenta rolar apagando as chamas, antes de sufocar com a própria fumaça e não se mover mais. O último homem que estava escondido viu pelas frestas seu companheiro ser queimado vivo e ficou aterrorizado.
Enquanto isso, Omar e Gordo ficaram fascinados pela magia. Eu já tinha dito que meus poderes mágicos eram uma herança da minha mãe. Mas que só descobri isso hoje de manhã. Eu poderia ter usado uma besta para finalizar o terceiro homem, mas queria testar o efeito de meu primeiro feitiço. O alcance deve ser algo em torno de 30 metros, mais que isso e nem deve atingir os pés do alvo. Também perderá muita força sendo fácil de desviar quando os alvos estiverem em 20-30 metros, outro problema foi o tempo que levava para matar o alvo. Se ele resistisse a dor e viesse na minha direção seria problemático, pois não sei se as minhas próprias chamas podem me queimar. O motivo mais óbvio de usar as chamas foi para aterrorizar o último o alvo e fazê-lo se render, assim que o homem queimou e Omar e Gordo recarregavam suas bestas eu gritei:
—Eu sou o Sábio Vermelho, um Mago de Sangue, já ouviu falar de mim? Não tenho intenção de tirar a vida de alguém que se rendeu, se você sair pacificamente vou poupar sua vida para que conte a história do que aconteceu aqui.
"Você é mesmo o Sábio Vermelho?"
Como eu esperava, no distrito norte meu nome já era conhecido por muitos.
—Sim, saia com as mãos para cima e deite-se devagar no chão.
O guarda que já estava aterrorizado desistiu de lutar e deitou no chão, logo Gordo botou todo o peso em seu corpo segurando ele e aplicamos o veneno sonífero nele. Omar achou onde ligar as luzes e iluminou quase todo o porão mostrando a extensão da enorme adega, até vermos que não muito longe do outro lado contrário às escadas do porão havia uma cela gigantesca. Vimos pelo menos 30 escravos, entre eles mais de 20 eram mulheres. Logo vimos a mulher no canto ainda nos olhando com medo. 'Era hora de concluir a vingança'. Eu disse a Omar e Gordo para chamarem os dois escravos que ficaram lá em cima e trazerem os dois trastes Brown.