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Chapter 40 - Vingança parte 2

 Ainda não soltei todos os escravos, quero que eles fiquem na cela até eu sair da mansão pois podem me atacar ou causar tumulto. Então fiz as duas mulheres que voltaram ao porão dar novas roupas a eles. E depois pedi para as duas e a terceira que estava livre no porão coletarem toda a comida da despensa em preparação para a fuga deles. Voltei para um pequeno cômodo do porão onde os dois irmãos estavam amarrados. Tirei minha máscara para verem meu rosto, Omar e Zhang também fizeram a mesma coisa.

Não dissemos nada e continuamos apenas olhando para eles com um sorriso de canto de boca antes que eu finalmente quebrasse o silêncio:

—Parece que o velho Brown está tendo uma vida muito boa, em pensar que haveria 3 bolsas de armazenamento aqui, esse foi um ganho inesperado.

 Tirei elas do bolso oculto do meu manto e falei as palavras falsas novamente quebrando o vínculo de sangue da bolsa. Vi o desespero nos olhos dos irmãos enquanto sentiam o vínculo com suas bolsas desaparecerem. Omar e Zhang continuaram sorrindo, eu disse a Zhang para escolher sua bolsa primeiro, depois dei uma para Omar e fiquei com a última.

 Gordo pingou seu sangue rapidamente na bolsa torcendo para ser aquela pertencente ao Senhor Brown, mas quando viu seu conteúdo e esvaziou na mesa havia apenas 25 moedas de ouro, 200 pratas e vários sacos de cobres que não poderiam ser contados o resto era apenas lixo. Gordo ficou com uma expressão feia, essa não era a bolsa do pai com certeza.

—Fique tranquilo Gordo vamos dividir tudo igualmente, mas vou dar uma parte para os escravos como compensação.

 Logo ele se animou novamente e eu e Omar abrimos as duas juntos: Três barras de ouro, 240 moedas de ouro, 265 se incluirmos as 3 bolsas, as moedas de prata chegaram perto de 1000 e o cobre ainda estava dentro das bolsas. Peguei 165 moedas de ouro para mim dei 100 mais uma barra para Omar e as duas últimas barras para Gordo que guardou tudo feliz.

Depois pegamos 200 pratas cada um, deixando as 300 restantes ainda na mesa junto com todo o cobre das bolsas. Depois de olhar uma última vez para os irmãos desprovidos de beleza, apliquei o sonífero neles, mas me certifiquei que a dose fosse a maior de todas, algo em torno de um pouco mais da metade. Quando saímos da pequena sala arrastamos os dois até vários pares de correntes que tinham como objetivo reter os escravos fora das celas e os prendemos nelas.

 As garotas já tinham feito algumas viagens na cozinha e tinham bastante comida. Mostrei a sala e disse que tinha pelo menos 10 moedas de prata para cada escravo, as 3 choraram de emoção e agradeceram. Então fui a cela onde a maioria já estava vestido e disse a eles que eu era o Sábio Vermelho. Falei sobre as moedas, a comida e também que não deveriam matar ninguém. Eles teriam dois dias para fugirem de Valíria antes que o fim de tudo chegasse. Disse também que havia um ferreiro no navio Suspiro de Valíria que poderia remover as correntes deles, mas que deveriam ir lá até amanhã às 12:00 ou perderiam a oportunidade de tirar as correntes.

 Antes de sair assinei o nome Sábio Vermelho na parede do porão com tinta e então levei as 3 garotas até o portão. Somente então dei a elas as chaves das celas dos escravos e nos juntamos aos homens de Sir Arthur para voltarmos até a carruagem que ficou no bosque. Antes de embarcarmos eu e Omar demos aos dois homens 30 moedas de ouro cada. Dentro da carruagem olhei para o sistema e vi que a missão da vingança havia sido concluída, fiquei satisfeito que foi concluída sem a necessidade de matar eles, mesmo se eu não completasse essa missão eu ainda faria do jeito que foi feito pelo antigo Rafael. Tudo o que ganhei na missão foi experiência novamente, mas ainda não subi de nível. Parece que apenas a missão principal vai me dar esse nível extra antes de deixar Valíria, nossa carruagem seguiu na direção da nossa antiga vizinhança, ainda tínhamos uma última coisa a fazer.

 A carruagem parou próximo da pousada onde fiz minha primeira refeição na cidade Franca. Eu tirei a tinta e Omar e Gordo me ajudaram a escrever. Escrevi com tinta vermelha o mais silenciosamente possível, era mais de 2:00 da manhã, então não havia ninguém do lado de fora. Após escrever a mensagem despejei do lado da pousada 4000 moedas de cobre e cerca de 100 pratas por todo o local.

 Depois entramos na carruagem e começamos a circular várias ruas, eu fiquei no topo da carruagem arremessando moedas avulsas e sacos com grandes quantidades de cobre nas entradas das casas. Logo o barulho chamou atenção de algumas pessoas e fomos embora. Por causa da escuridão da noite a chance das pessoas verem o dinheiro era pequena. Então não importava se ouvissem os cavalos ou os barulhos atingindo suas paredes e telhados.

 Quando estávamos de volta no porto desci um pouco antes para fazer um trabalho extra que mais tarde nos renderia mais dinheiro, mandei os demais de volta ao navio e comecei a caminhar na direção de alguns bares e tavernas movimentados.

 Enquanto caminhava eu refletia sobre o que acabamos de fazer, incluindo a parte das moedas, esse foi um pedido do próprio Omar, ele sempre cuidou de muitas pessoas da nossa vizinhança, seja pagando refeições, bebidas ou emprestando dinheiro durante suas necessidades. Portanto, esse era seu gesto final para ajudar e alertar nossos antigos vizinhos do perigo que estava vindo. A pergunta era, eles iriam acreditar nas nossas palavras? Para mim isso não importava, pois não seria mais nossa responsabilidade.

 Quando me afastei o suficiente do porto eu fui até uma rua discreta e bati na porta de um certo homem. Ele ficou surpreso pela hora e eu disse que tinha um serviço urgente para ele. Coloquei um saco de moedas de prata em sua mão. Ele rapidamente sorriu e disse para entrar. Antes que ele pudesse falar algo comecei a colocar vários quadros nas mesas e no chão. Além dos quadros que eu obtive das muitas bolsas que roubei com Jack, eu tinha também pelo menos mais 20 da casa dos Brown. Antes que o homem pudesse reagir pedi um resumo de cada quadro e também de alguns outros ornamentos e esculturas que trouxe, deixei de fora as mais populares que consegui identificar da minha biblioteca, mas havia muita arte que era falsa e queria me livrar dessas que tinham pouco valor. Ele acendeu várias luzes e começou a falar, eu aproveitei para registrar tudo no sistema, somente quando tivesse tempo iria fazer a transcrição física.

Houve algumas obras que ele só identificou de quem era ou estilo artístico usado, mas para mim foi suficiente. Quando ele terminou já era quase 5:00 da manhã, dei a ele 50 moedas de ouro e deixei 9 itens para trás. Eram todos de baixo valor, pesados ou muito grandes. O homem ficou de boca aberta antes de aceitar tudo de forma gananciosa enquanto agradecia.

 Depois de sair prestei atenção para ver se não fui seguido antes de tirar o manto vermelho e a máscara e voltar ao navio. Logo na entrada vi uma fila de pessoas e sabia que eram os escravos da mansão Brown. Dei um aceno ao ferreiro para continuar seu trabalho removendo as algemas, agora que ele tinha a ferramenta que usou para libertar as crianças não levaria muito tempo para cuidar dessas 35 pessoas. Fui para minha cabine dormir um pouco e pedi para Aisha que já estava acordada me chamar quando fosse 7:30, afinal era meu último dia em Valíria, e eu não tinha muito tempo para descanso. Após ela concordar, eu dormi rapidamente.

Enquanto eu dormia por menos de 3 horas o caos começava na cidade...