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Chapter 21 - Mercado de escravos

Chegando no meu novo navio, o Suspiro de Valíria, encontro as coisas bem diferentes. Vejo pelo menos 10 homens trabalhando, alguns estão fazendo manutenção na vela e mastro, outros estão limpando. Entre esses 10 há pelo menos 3 que tem um físico impressionante quase como o de fisiculturistas da terra, quando eles olham para mim até me sinto um pouco intimidado. Com certeza são homens do mar experientes, fico satisfeito com a nova tripulação. Eu cumprimento eles e vou até a cabine do Capitão esperando encontrar Omar ou Ted. Ao invés disso encontro um homem de cerca de 45 anos, com 1,90 de altura, um corpo não menos robusto que dos outros 3 tripulantes que vi antes, ele tem olhos violetas, mas seu cabelo é castanho escuro com as laterais já grisalhas. Ele me vê entrando sem bater e franze a testa perguntando:

"Quem é você?"

Fico surpreso por seu tom de voz, mas entendo que ele não me conhece ainda e faz sentido questionar um estranho que entrou na cabine do capitão sem nem mesmo bater. Vejo ele separando algumas caixas e verificando vários tipos de equipamentos de construção como cabos de aço, chaves inglesas, parafusos, pregos, martelos… Parece ser uma contagem simples de alguma compra feita por Omar.

—Meu nome é Rafael, sou um dos donos desse veleiro acredito que Omar já disse meu nome a você Senhor? O rosto do homem muda completamente ao me apresentar e ele se desculpa:

"Sinto muito Senhor Rafael eu não sabia que era você. Meu nome é Henry sou o capitão do navio contratado pelo Senhor Velaryon prazer em conhecê-lo"

—Tudo bem Capitão Henry, onde posso encontrar Omar ou meu assistente Ted? Eles já foram para casa?

"Não, eles ainda estão aqui, vá até a cabine VIP número 1."

Agradeço ele e vou até a cabine indicada onde encontro as duas pessoas que procurava. Omar está sentado numa mesa lendo alguns papéis enquanto Ted está escrevendo algo. Uma das vantagens, e também motivo da prosperidade atual Valíria é a alta taxa de alfabetização de sua enorme população. Muito diferente de Westeros onde até mesmo os Lordes são analfabetos. Os dois me veem entrando e param o que estão fazendo. Omar é o primeiro a falar:

"Rafael você voltou, como foi a venda das cabines?"

Foi bem para o primeiro dia, vendi uma cabine inteira para um casal e mais algumas individuais para uma cabine compartilhada. Aqui pegue, passo para ele metade do dinheiro das cabines, junto com os dados que anotei fisicamente dos passageiros, passo também os comprovantes de pagamento dos escorpiões, produtos químicos, álcool, canecas, máscaras e luvas.

"Tem certeza que vale o gasto esses itens?"

—Sim, você vai perceber que gastaremos muito menos com remédios e não teremos cadáveres entre os passageiros até chegarmos no destino.

Ele então me passa a metade do dinheiro das notas que dei, e também as notas do que gastou até agora. No final o gasto do meu lado foi um pouco menor. Tiro as 4 marmitas, dou duas para Ted e digo para ele ir com a carruagem embora para casa, já escureceu e seu irmão pode ficar preocupado, peço para entregar uma marmita para meu pai. Ele me devolve 1 moeda de ouro dizendo que os vidros não custaram muito já que eram apenas uma versão rústica e não há lapidação ou embelezamento. Antes dele sair eu o lembro:

—Ted diga ao cocheiro para me buscar amanhã as 7:00.

"Sim chefe!"

Me sento com Omar e começamos a comer. Então pergunto como foi com a tripulação e se ele conseguiu todos os 30 homens iniciais. Aproveito para mostrar minha nova bolsa para ele.

"Como você conseguiu isso? Você deve ter gasto muito dinheiro ou feito algum esquema novamente né hahaha… Henry já chamou a maioria dos homens dele que estavam sem trabalho, temos um total de 26 homens, alguns foram embora já que ainda não temos muito serviço. Amanhã será um dia ocupado já que teremos a maior parte das cargas chegando. Eu também contei ao Gordo e seu pai que Valíria vai passar por alguns problemas graves e que devemos todos irmos embora, nenhum deles pareceu acreditar muito, mas ficaram felizes por ganharem uma compra tão grande de suprimentos do nosso navio."

Eu suspiro ao perceber que não vai ser fácil convencer aqueles dois, mal sabe o meu velho que seus bens já foram hipotecados. Eu então falo a Omar meus planos para o mercado de escravos após a refeição.

"Qual o objetivo de comprar os escravos? Não seria mais barato e seguro contratar alguém? Escravos são uma extravagâncias dos Nobres, você precisa alimentá-los e ainda corre o risco de ter sua garganta cortada enquanto dorme. Há algum em específico que você procura?"

—É um investimento, planejo comprá-los e depois liberta-los. Eles então serão livres e gratos a nós por sua liberdade. Isso fará deles bons subordinados que provavelmente nunca vão nos trair.

Omar finalmente percebe meu objetivo e seus olhos brilham em compreensão.

"Faz sentido, ah falando em lealdade hoje meu pai me enviou 5 homens, entre eles está um verdadeiro cavaleiro! Todos os cinco são velhos que passam de 55-60 anos, mas não subestime eles, todos são guerreiros do mar experientes que já sobreviveram a uma boa quantidade de batalhas."

'Um verdadeiro cavaleiro! Isso é grande, mesmo que seja um cavaleiro velho isso não mostra fraqueza e sim experiência. Esse tipo de cavaleiro me lembra de alguns renomados mantos brancos dos 7 reinos… Isso também deixa claro novamente a preocupação de Lorde Léo com seu filho.'

—Isso é bom Omar! Não vamos precisar de muitas espadas para proteger nosso navio já que ganhamos esses 5 guerreiros.

Terminamos de comer e vamos para a carruagem de Omar, já que a minha foi dispensada junto com Ted ao levá-lo para casa. Leva menos de 40 minutos e estamos no mercado de escravos. Assim que entramos, um velho gorduroso valiriano vem nos receber, ele pergunta nossos nomes enquanto se apresenta e começa perguntar que tipo de escravos estamos procurando. Omar é o primeiro a falar:

"Procuro por um chefe de cozinha experiente na culinária valiriana seu talento deve agradar alguns comerciantes ricos."

Eu quase me esqueci disso, as 4 cabines VIPs tem seu próprio chefe que cozinha o que nós queremos. Já que Omar vai comprá-lo, eu sigo em frente e informo que procuro um ferreiro. Esperamos numa sala sentados e depois de alguns minutos o homem gorduroso volta com várias pessoas acorrentadas pelo pescoço, a cena me deixa enojado com o tratamento inumano. Assim que ele apresenta seus nomes, idades, experiência, língua que falam e outros talentos adicionais ele também lista seus preços. Aproveito e peço também o motivo pelo qual acabaram na escravidão.

O funcionário não gosta muito da pergunta, mas ao ver meu olhar sério também começa a listar os motivos. Omar logo escolhe um chefe de cozinha valiriano de meia idade que foi pego na escravidão devido a uma dívida com o Banco da cidade, ele tinha um restaurante e perdeu tudo durante um incêndio. O que eu escolho é um ferreiro também de meia idade, seu cabelo é da cor natural do povo Valiriano, mas seus olho são amarelados. De acordo com o funcionário ele foi pego num esquema de contrabando e roubo de lingotes. Sua oficina derretia e tentava vender em forma de itens esses lingotes roubados e contrabandeados. Nesse ponto não ligo muito para o passado criminoso, mas sim para o passado dele, de acordo com o comerciante o mestre que ensinou seu ofício era um dos aprendizes dos 20 grandes ferreiros de Valíria, isso fazia ele ter grande credibilidade na arte e um legado com muitas técnicas exclusivas. Os preços dos dois são 3 ouro pelo chefe e 5 para o ferreiro. Existiam outros mais baratos, mas os valirianos são sempre vendidos a preços mais altos. Devido a característica de seus corpos especiais (resistentes ao calor) e também suas belezas.

Em seguida peço novamente outro escravo, dessa vez um que fale alto valiriano e asshai'i. Omar pede por um bom guerreiro e marinheiro. Novamente esperamos na sala, dessa vez na companhia dos dois escravos que ficam em silêncio enquanto aguardamos.

"Eu realmente não pensei que precisávamos aprender Asshai'i, que bom que você se lembrou… Podemos aprender a língua enquanto estamos no mar. Depois de comprar esse guerreiro vou encerrar por aqui, você ainda vai comprar mais algum escravo depois disso? Ah sim, agora que tem sua própria bolsa pegue isso."

—Não, esses dois são suficientes, podemos partir depois disso. Confirma Rafael.

Ele então vê duas barras de ouro surgir da bolsa de Omar antes de pegar as duas, fazer o gesto familiar próximo da bolsa falsa e guardá-las no inventário.

Eu decidi manter a bolsa que agora perdeu seus efeitos mágicos apenas por conveniência e para não levantar perguntas dos outros sobre o armazenamento do sistema. Quando os escravos são trazidos eu escolho uma garota bonita de 19 anos com olhos e cabelos pretos. Enquanto Omar escolhe um pirata condenado com um corpo enorme, foi dito que sua arma e especialidade era um martelo de cabo longo. Desembolso mais duas moedas de ouro pela mulher e Omar mais 4 pelo pirata brutamontes. Pedimos para remover suas correntes do pescoço dizendo que colocaremos outras em casa. Fazemos isso porque que libertar escravos é visto como uma espécie de ato rebelde contra as leis de escravidão local, apesar de não ser proibido, não quero chamar atenção desnecessária.

Saímos do mercado e nos esprememos na carruagem de Omar, dentro eu falo para todos:

—Meu nome é Rafael e esse é meu amigo Omar, apesar de termos comprados vocês hoje, acreditamos que nenhum homem ou mulher deveriam ser escravizados, é por isso que a partir de hoje vocês 4 estão livres novamente.

Todos os 4 arregalam os olhos e ainda não acreditam no que falei. Eu continuo após esperar que se acalmem:

—Mas, não pensem que somos algum tipo de rico esbanjador ou herói, cada um de vocês ainda deve trabalhar para nós por pelo menos 2 anos antes de quitar o ouro que gastamos hoje para libertar vocês. Só peço que sejam honestos, não preciso de alguém que não queira trabalhar para mim, se não quiserem permanecer conosco e tiver outra forma de nos pagarem podem ir embora também.

Eu tiro os papéis de posse dos dois escravos que tenho e assino atrás dizendo que são livres. Omar repete fazendo o mesmo. O chefe de cozinha é o primeiro a cair no chão em lágrimas enquanto diz:

"Senhores obrigado por sua piedade, veja bem meu restaurante estava indo muito bem, mas foi incendiado por alguém das tríades… Após isso eu não consegui provar que o incêndio foi criminoso e o Banco me condenou… Eu realmente não sou um criminoso que não paga suas dívidas, vou trabalhar para vocês enquanto eu estiver vivo eu prometo."

O musculoso apenas agradeceu e disse aceitar o contrato de 2 anos como guarda de Omar, O ferreiro disse que perdeu tudo, mas que faria o que eu precisasse pelo próximos 2 anos, ele apenas disse que eu precisaria comprar os equipamentos necessários para ele mostrar seu potencial. A mulher morde os lábios e começa a gaguejar enquanto fala:

"Eu-eu-eu não sei o que posso fazer para você Senhor… Eu não tenho uma profissão e não sei se estou pronta para…"

Eu e Omar nos olhamos e damos uma pequena risada interrompendo ela, antes de eu explicar que quero ela apenas como minha assistente e que nos ensine tudo o que puder sobre sobre o idioma asshai'i e sobre sua terra natal. Ela respira aliviada e acena concordando. Logo voltamos a nosso bairro e deixamos os ex-escravos na pousada perto da casa de Rafael. Sou o último a ser deixado em casa para meu devido descanso, não antes de confirmar que a missão de libertar um escravo foi concluída, apenas experiência foi adquirida, nenhuma função nova apareceu, o nível também não subiu. Mas tudo bem, tenho certeza que toda experiência irá contar no final.