Rafael não acreditava na sorte que teve, depois de mostrar o barco para Omar e fechar o negócio com o representante, o Caçador de Ventos finalmente era deles, agora não mais com esse nome, Rafael tinha renomeado o veleiro para Suspiro de Valíria. A mudança de nome seria feita pelo representante como forma de agradecimento pela venda bem sucedida de 15 moedas de ouro e 7 parcelas de 10 ouro cada. Parcelas essas que nunca seriam pagas, pensando nesse ponto ele até pensou se não seria bom comprar outro navio, mas o tempo era muito curto para prepararem uma segunda tripulação e suas cargas.
Depois disso ele foi ao encontro de Magnus na esperança de usar sua nova empresa a "companhia mercenária" como forma de arrancar mais 100 ou 150 moedas do criminoso. Ele até combinou alguns sinais e perguntas com Omar e disse para ele não falar em hipótese alguma deixando o negócio todo para ele.
Mal sabia ele que Magnus jogaria tanto ouro nos seus bolsos!
"Haha Rafa, ainda não posso acreditar que você não sabia nada sobre os negócios do meu pai, eu quase acreditei por um momento que você realmente sabia tudo, por sorte ele estava colocando sua atenção em você ou eu teria entregado tudo só pela expressão em meu rosto."
—Eu fui pego por um momento com a guarda baixa, mas consegui reagir a tempo, no momento que deixei ele explicar eu já tinha um plano B também. O mais importante é que dessa vez tivemos sorte. Quem imaginaria que seu velho seria tão astuto? Seus planos realmente nos beneficiaram dessa vez, uma nova colônia… HAHAHA. Lembre-se de avisar Tom caso Magnus pergunte algo a ele.
"Sim eu sei hehe"
—Aqui pegue sua parte!
Tiro do saco de pano 4 barras para Omar, ele tenta recusar dizendo que não precisava, mas eu disse que deveríamos ser justos se éramos sócios.
—Falando em sócios vou deixar você convencer o pequeno Gordo sobre o desastre, ainda não falei com ele desde que tudo isso começou, mas duvido que ele largue sua herança tão facilmente. Como ainda tenho que convencer meu próprio pai, Zhang será sua responsabilidade.
A pessoa de quem estávamos falando era um terceiro amigo nosso, ele tem estado mais ocupado desde que herdou uma loja na mesma rua comercial que meu pai trabalha. O problema era que o Gordo era muito ganancioso, desde que herdou sua loja e melhorou de vida ele tem apenas gastado todo seu lucro em comidas extravagantes e visitado as casas de prazeres quase todos os dias, por isso não temos visto ele. Então convencê-lo de vender seu ganha pão lucrativo não será tão fácil. Omar pegou suas 4 barras de ouro, então pedi a ele para guardar mais 2 delas em sua bolsa das sombras. Eu iria trocar as outras duas por moedas no Banco que tínhamos acabado de chegar.
"Eu já estava pensando em ir falar com Zhang e seu pai, eles podem ter um bom lucro na compra dos materiais e cargas que vamos precisar para abastecer o navio."
—Bom, vou deixar esse para você então, lembre-se que ainda não falei com meu pai, então apenas dê um resumo sobre a situação. Aqui pegue isso, tiro 3 papéis e passo para ele.
"Um cardápio? Você sabe que a tripulação e passageiros comuns não comem tão bem? Vamos perder lucro se fornecermos 3 refeições."
—Olhe na parte de trás há uma lista de ingredientes que visa menor custo e peso na carga, há também detalhes sobre como preparar e armazenar esses ingredientes de forma mais eficiente. Só precisamos de alguns animais alterados… Vou deixar o resto com você e seu capitão já que são mais experientes, apenas lembre-se de deixar 1/5 da carga disponível porque estou vendo uma possível carga valiosa. Outra coisa importante é que os grãos e as frutas secas ou em conserva são mais raras em Asshai, portanto tente priorizar esse tipo de carga. O segundo papel contém detalhes de um espaço no convés que nos fornecerá uma pequena fonte de água, ainda é um teste, não será tão eficiente no mar, mas faremos um melhor uso quando chegarmos em Asshai. O último é um papel anunciando a venda das cabines, cole ele no porto quando você voltar.
Assim que termino as explicações e Omar tira algumas dúvidas, chegamos ao caixa do Banco e rapidamente sacamos nossas moedas de ouro, eu 150 e Omar 350 em seguida também troco 2 barras de ouro por mais 200 moedas. O Banco nos fornece um pequeno baú e Omar me ajuda a carregá-lo até o lado de fora para dentro da carruagem. Ele então vai na direção de algumas carruagens nos arredores do Banco esperando alugar uma também. Me despeço dele e o aviso que estarei no Dragão Dorminhoco a tarde toda caso ele precise de algo.
Depois de seguirmos caminhos separados e eu estar sozinho na carruagem novamente abro o baú e aceno com a mão guardando todas as 350 moedas de ouro, tenho cerca de 383 no total. Espero não ter que gastar muito, visitarei hoje à noite a casa de leilões onde vendem os escravos. Ainda faltava cerca de 1 hora e meia até o almoço, então antes de ir para a popular taverna do distrito norte eu fui até um alfaiate onde encomendei um lote enorme de máscaras de panos, toalhas, e outros utensílios de higiene. Eu esperava que cada passageiro pudesse ter seus próprios itens de higiene para evitar ao máximo doenças a bordo do navio. Quanto a luvas e toucas eu não fiz tantas, já que eram destinados apenas a equipe da cozinha.
Depois fui até uma loja que vendia produtos alquímicos e encomendei também alguns barris de álcool. Fui bem específico que queria esse álcool para limpeza e higiene e não para beber, ressaltei que ele precisava ser forte e inflamável, e não saboroso, para evitar que os marinheiros o bebessem escondido. O homem da loja não entendeu bem no começo, mas quando eu disse a ele que isso poderia ajudar no controle de doenças ao limpar as mãos e outros lugares onde um paciente esteve, isso evitaria a doença de se espalhar. O alquimista ficou bastante fascinado pelas novas informações, pedi um prazo de 3 dias novamente, antes de também pedir muito sabão. Pedi o suficiente para cada passageiro ter uma pequena pedrinha a cada 1-2 semanas. Aproveitei para comprar alguns produtos alquímicos que reconheci da terra, eu tinha meus próprios propósitos ao criar alguns itens que pudessem me defender.
Aproveitando o local que estava visitei outro ferreiro e encomendei cerca de 170 canecas de metal com alça, isso era para garantir que cada passageiro também tivesse seu próprio copo. Pedi alguns barris enormes com torneiras instaladas para ser colocado na área da tripulação para consumo de água e outras bebidas, para ser sincero não sabia se Omar cuidaria de algo assim, mas não fazia mal nenhum as medidas de segurança. Num mundo sem antibióticos uma doença no meio do mar poderia exterminar toda nossa tripulação, isso me assustava um pouco mais do que qualquer bandido ou pirata.
Pedi alguns desses barris menores para também serem instalado dentro das cabines.
Por último, mas não menos importante, encomendei algumas bestas gigantes similar aos escorpiões, não existia canhões nesse mundo, portanto bestas gigantes seria a melhor opção para criaturas marinhas, dragões e outros navios hostis. Eu já havia escrito os detalhes num papel e disse ao ferreiro ele a importância do sigilo, se não conseguisse cumprir o prazo deveria pedir apenas peças não importantes a outros ferreiros, ainda ameacei que se vazasse algo das plantas todos sofreriam as consequências. A instrução final foi para instalar os 3 pequenos escorpiões no navio durante a noite e tampar logo em seguida com um tecido. Para que as pessoas da doca não vissem as armas que ainda não deveriam existir no período atual, eu suponho, já que não sei em qual ano foram criadas. Tudo o que me lembro é que durante o início da conquista de Aegon elas foram usadas pelo povo de Dorne.
Todos os itens mais simples como máscaras, toalhas e as canecas não custou muito menos de 4 moedas de ouro. O álcool foi um pouco mais me custando 5 moedas e por último os 3 pequenos escorpiões e suas munições custaram 7 moedas de ouro. O custo dos itens foi inflado devido ao prazo curto. Mas não me preocupei muito, pois Omar pagaria pela metade de tudo isso que comprei hoje, pedi comprovantes de tudo. O último item que eu precisava antes de ir almoçar foi um pequeno carimbo, parei num local onde um marceneiro fazia alguns móveis e mostrei o desenho para ele. Levou menos de 20 minutos para esculpir um símbolo de chama com uma gota de sangue dentro, em baixo meu nome Rafael foi escrito com letras de meu mundo. Isso era para evitar passagens falsas no navio e garantir que eu pudesse assinar documentos importantes sem possibilidade de fraudes, foi também uma forma de criar meu próprio brasão para cartas.
Na loja de alquimia eu já tinha comprado uma tinta bem especial que misturei criando uma cor bem diferente. Com meu sistema de anotações e imagens eu teria um banco de dados e ficha de cada passageiro e tripulação, então tinha outra camada de proteção extra. Finalizei tudo e finalmente fui para o famoso Dragão Dorminhoco, nesse momento já passava de meio dia e eu ainda tinha muitas coisas para fazer.