Ainda olhando as informações do sistema, o nome Rafael surge novamente, esse nome já estava na minha mente, é o nome da pessoa que eu sou nesse mundo. O pobre rapaz foi espancado e esfaqueado até a morte por alguns garotos ricos e deixado para morrer naquele beco escuro.
Normalmente nesse tipo de situação a pessoa que renasceu segue com sua vida e apenas lamenta a morte do antigo ocupante de seu novo corpo, mas eu realmente espero que esse garoto também possa acordar milagrosamente no meu antigo corpo e que tenha uma segunda chance de viver, assim como eu também tive. Diferente de mim que não tinha entes queridos, Rafael tem um pai. Faço uma promessa silenciosa de cuidar de seu velho e de assumir seu nome como parte dessa nova vida.
Mesmo sem uma missão do sistema eu ainda tentaria me vingar daqueles que tiraram sua vida de forma tão covarde. Deixando de lado os assuntos pessoais, preciso bolar um plano para garantir minha fuga o mais rápido possível. Se essa cidade não vai mais existir, isso não significa que posso me soltar um pouco e fazer algumas coisas consideradas "moralmente questionáveis" antes de partir? Um sorriso travesso se forma no meu rosto antes de um rugido enorme removê-lo no mesmo instante.
"ROARRR"
Saio da minha casa e olho para cima na origem do rugido: Um dragão enorme pode ser visto de pelo menos uns 7-9 metros de cumprimento sem nem mesmo incluir sua cauda, suas asas tem o dobro de seu comprimento, sua pele tem um tom amarelado e voa incrivelmente baixo próximo do local onde eu moro. Um nome surge na minha mente; aquele é o Senhor de Dragões Lorde Ronny Belaerys, líder da força de defesa do distrito norte, ele é um dos 4 Senhores de Dragões responsáveis não só pela segurança da cidade, mas também dos mares aos arredores, no caso de Ronny ele cuida de todo o distrito Norte.
Respiro fundo e acalmo minha mente, não quero acabar preso em uma cela ou queimado por um dragão ao ser pego cometendo algum ato ilícito. Meus olhos se voltam para o céu e posso ver pelo menos mais alguns dragões voando a distância na direção mais ao sul, mas eles estão longe demais para eu determinar seus tamanhos, e isso me lembra aonde estou.
Volto para dentro de casa e vou até um cômodo com um espelho, o reflexo que vejo nele é de um jovem bonito com boas feições faciais, cabelos prateados compridos, um traço muito comum do povo da cidade Franca de Valíria, meus olhos não tem o tom violeta que a maioria dos cidadãos nativos possuem, o meu é de uma cor levemente avermelhado para um tom mais escuro e mal pode ser visto a menos que alguém olhe bem de perto. Minha altura está passando de 1,80 mas não sei ao certo os centímetros. Aproveito a oportunidade para limpar o sangue do meu rosto e corpo, em seguida, eu abro a gaveta da cômoda do espelho pegando um pequeno saco de pano que contém minhas economias pessoais, há 9 moedas de prata e cerca de 28 moedas de cobre. Eu tinha mais 2 moedas de prata, mas os bastardos que mataram o antigo Rafael levaram embora o saco de moedas extras que estava comigo. Como preciso de mais dinheiro para meus planos, é hora de ver meu amigo "nobre". Dou uma risada ao me lembrar da figura que se denomina um Velaryon para quase todos, mas não passa de um bastardo. Bem não posso rir dele porque sou filho de um bastardo isso me coloca um nível abaixo dele quando se trata de linhagem e herança haha.
Sobre minha família e origens, bem, não é uma coincidência interessante que sou filho de um bastardo Tagaryen? Não que isso traga qualquer benefício na minha situação atual…
(Curiosidades de Valíria parte 1: Senhores de Dragões: Título dado apenas aos membros das 40 famílias que montam dragões.)