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Chapter 12 - 12. Princesa Falsa

Félix soltou a mão dela como se tivesse se queimado, deu dois passos para trás e abriu a boca para falar, mas nenhum som saiu. Malva não podia culpá-lo, seus pensamentos estavam em frangalhos ao ver o vampiro, ele parecia pronto para matar.

"Você está surdo?" Damon perguntou. "Você estava falando até um segundo atrás? Gato pegou sua língua?"

"Não queremos problemas." A moça do balcão disse de repente. Malva ficou surpresa por ela conseguir falar nessa situação.

Damon virou-se para olhá-la e a moça do balcão saltou para trás, mesmo estando Damon distante. Malva não a culpava, seu olhar era tão penetrante quanto uma faca no pescoço. "Não parece."

Damon nem parecia irritado, estava mortalmente calmo, seus olhos, no entanto, eram completamente diferentes. Malva podia ver uma tempestade se formando. A tensão ao redor dele não ajudava, ele deu um passo à frente e Malva pôde ouvir o ar estalar.

Malva imediatamente saiu do transe, a pior coisa que poderia acontecer aqui era uma briga. Não seria uma briga, seria uma surra. Os vampiros já estavam em má situação, ela não queria ser a razão para piorar porque Damon estava brigando por uma princesa falsa.

Ela balançou a cabeça ao pensar na expressão de nojo que o rei e a Rainha dariam se a notícia chegasse a eles. Ela havia prometido que não faria nada de errado.

Abraçou-se e caminhou para frente. Felizmente, Vae seguiu atrás dela. "Estou bem." Ela disse ao chegar perto o suficiente e sem parar seguiu direto para a porta.

"Você realmente está? Você ainda é a princesa desta terra e deve ser tratada como tal, não importa se você se casou com um vampiro."

O coração de Malva se apertou, ele achava que ela estava sendo tratada assim porque se casou com o vampiro. Um riso suave ressoou em seu peito, mas não chegou aos seus lábios. Malva era quem deveria pedir desculpas. Se ela realmente fosse a princesa, os vampiros não teriam que testemunhar tal tratamento, muito menos ser parte dele.

Malva não parou de caminhar e esperava que Damon captasse a dica e seguisse. Ela chegou até a porta, mas ele não se moveu do lugar onde estava.

"Damon!" Ela chamou. Ela nem sabia se isso funcionaria, mas o que mais poderia fazer?

Ele demorou antes de caminhar em direção a ela. Fez questão de encarar cada pessoa antes de começar a andar. Malva soltou o ar que estava segurando, o perigo havia sido evitado e ela agora podia descansar tranquila.

Quando ele estava perto o suficiente, ele disse, "Humano ou não, você agora pertence ao Senhor, nosso Senhor. Ninguém tem o direito de tocar em você, muito menos um humano plebeu sujo."

Malva sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ela não conseguia dizer se isso era bom ou não, mas Damon não esperou uma resposta dela enquanto já caminhava à frente. Ela levou as mãos ao peito e o seguiu.

"O que demorou tanto?" Danag repreendeu.

"Nada de importante, comandante." Ele disse e passou por Danag.

O vampiro parecia que ia fazer perguntas, mas decidiu contra isso. "Entre Princesa, já estamos atrasados."

Malva não precisava ser convencida a sair, já estava farta deste lugar. Os olhares, a atitude e a sensação de que não era bem-vinda. Ela suspirou, nada havia mudado.

"Aqui," Danag disse e jogou uma bolsa para ela quando ela entrou. "Deve ainda estar quente. Não temos tempo para alimentá-la bem antes de partirmos, você terá que se contentar em comer na carruagem."

Malva conseguiu pegar a bolsa. Talvez, ela estivesse ouvindo coisas ou a aspereza que acabou de receber estava fazendo com que ela pensasse que Danag soava menos brutam com ela.

"Obrigada," ela murmurou e sorriu para ele.

Danag a encarou e fechou a porta, ela ouviu seus passos enquanto ele caminhava até a frente da carruagem.

Mesmo que ela estivesse interpretando demais suas ações, não havia como negar que algo estava diferente. Normalmente, a comida era deixada para ela encontrar.

Ela abraçou a bolsa em seu peito, estava quente. Criaturas vilis estavam tratando ela melhor do que seu próprio tipo. Era quase cômico, mas não havia nada engraçado nisso.

"Princesa, você está bem?"

"Me chame de Malva." O título não significava nada, não havia sentido em se apegar a ele. Ela era princesa há apenas um mês, por que ela pensava que isso seria o suficiente para mudar sua vida?

"Não posso fazer isso," Vae respondeu.

Malva balançou a cabeça, "Você costumava me chamar de Malva."

"Isso foi antes de eu começar a servir você."

Malva suspirou, estava exausta e havia mais por vir. "Você só está fazendo isso por ordem da Rainha."

"Que é seguir todas as suas ordens e tratá-la como eu trataria ela." Vae protestou.

"Você não estaria discutindo com a Rainha se ela pedisse para você chamá-la pelo nome."

Vae abriu a boca para dizer algo, mas imediatamente a fechou. "A Rainha nunca me pediria para chamá-la pelo nome e mesmo que ela pedisse, sei que não conseguiria."

"Está bem. Além disso, precisamos manter a encenação." A última coisa que ela queria era que os vampiros descobrissem que ela era uma farsa. Ela tinha certeza que o resultado não seria bom.

Ela rasgou a bolsa e começou a comer, garantindo que desse a ordem a Vae para se juntar a ela, pois a criada não comeria de outra forma. Ela não pensaria em pensamentos sombrios por enquanto, agora se concentraria na viagem. Ela tinha um problema maior pela frente, um que provavelmente faria os problemas que enfrentou parecerem brincadeira de criança.

Ela olhou para Vae e sorriu. Ela estava grata pelo ato de bondade da Rainha, estava extremamente feliz por não ter que passar por tudo isso sozinha. Ela teria desmoronado até agora.