Se ela fosse desenvolver um amor pela escrita e publicar um livro, Emily tinha quase certeza de que o livro seria algo como:
COMO CUIDAR DO CEO, O GUIA DA ASSISTENTE PESSOAL.
Ou talvez...
COMO MANTER SEU CEO VIVO.
Ou...
OS SEGREDOS PARA TER UM CEO FELIZ E SAUDÁVEL.
Assim que saíram da sala de reunião, Emily já estava planejando o que faria para deixá-lo pelo menos meio funcional, encontros com seu tio frequentemente o deixavam de mau humor. E como ela era a mais próxima desse mau humor, estava no seu melhor interesse garantir que ele passasse.
Então, assim que fechou a porta do escritório dele, Emily entrou em ação. Primeira coisa, ela pegou uma de suas simples notas pré-escritas.
REUNIÃO VIRTUAL EM ANDAMENTO-NÃO PERTURBE.
A nota era escrita à mão e obviamente não oficial, mas sempre parecia funcionar maravilhas simplesmente porque estava pendurada na porta do CEO.
Tendo garantido a ele um pouco de paz e silêncio, ela cuidou do próximo passo. Conseguir algo para ele comer.
Fome é igual a raiva, fácil.
Agora com ele mastigando algumas torradas, Emily decidiu tirar alguns minutos para si mesma. O que ela considerava uma pausa, aos olhos de outras pessoas provavelmente seria a coisa mais triste e ridícula de todas, mas para Emily, em alguns dias, aquela pequena pausa era exatamente o que ela precisava.
Chegar ao banheiro feminino foi fácil. Depois, uma vez lá, ela escolheu uma cabine, trancou, tirou seu celular e ajustou o temporizador para dois minutos. Feito isso, ela abaixou a tampa do vaso e sentou-se nela.
Encostada na parede, ela fechou os olhos e respirou. Durante dois minutos inteiros ela fez apenas isso. Então seu temporizador disparou e ela se recompôs, levantando e se esticando. Sua pequena pausa terminada, Emily destrancou a porta e saiu.
Na pia ela jogou um pouco de água no rosto, a frieza a despertando um pouco (o principal motivo pelo qual ela adorava tanto maquiagem à prova d'água). Isso feito, Emily deu um joinha para seu reflexo cansado e saiu.
Seu bom humor não durou tanto quanto ela pensou que duraria, e não por causa de algo que ela fez... não.
Assim que saiu do banheiro, Emily imediatamente desejou poder voltar para dentro. Esperando bem na porta, como um ladrão em um filme ruim, estava Lucas Penne.
"Então..." Ele começou, apenas uma palavra e ele já estava lhe irritando.
"Como o seu chefe descobriu? Ele estava usando suas câmeras espiãs em pessoas trabalhadoras e desavisadas, novamente?" Emily teve que dar uma risada de escárnio com isso. Havia um boato de que Derek usava câmeras para espionar todos. E eles prefeririam acreditar nisso a ter que lidar com o fato de que eram terríveis em manter segredos.
Havia tanto que Emily queria dizer ao homem. Mas isso significaria gastar energia que ela não tinha em uma causa perdida. Então ela simplesmente o avaliou de cima abaixo.
"Em vez de se preocupar com os hábitos de espionagem do CEO, que tal se preocupar que alguém perceba que você está usando sapatos falsificados em vez de originais," Lucas recuou como se tivesse levado um tapa. Ele olhou para os próprios sapatos e depois de volta para ela, com raiva.
"Como você ousa! Eu nunca, você não entenderia de moda mesmo que ela se levantasse e te batesse com suas gloriosas mãos..." Emily se afastou, deixando-o furioso.
Honestamente, ela sabia que os sapatos eram originais. Lucas era o tipo de pessoa que preferiria andar nu do que ser visto com algo abaixo do padrão. Mas alfinetar o senso de moda do homem loiro era a maneira mais eficaz de tirá-lo do caminho.
Seu bom humor restaurado, Emily voltou para seu escritório e se acomodou para trabalhar.