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O ar na cela de Mary pesava carregado com a monótona rotina que tinha definido sua existência pelos últimos dez anos.
A pequena janela oferecia um vislumbre do mundo externo, mas as barras de aço que a emolduravam serviam como lembrete dos limites dos quais ela não conseguia escapar.
"..."
Mary não conseguia lembrar a última vez que falou.
Sozinha com seus pensamentos, ela passava seus dias em isolamento, a rotina quebrada apenas pelo barulho dos portões da prisão e pelo ocasional chamado para as refeições.
Como a rotina da prisão ditava, a voz de um guarda ecoava pelos corredores estéreis, sinalizando a chegada da hora do almoço. A porta da cela rangia ao abrir, e Mary se levantava da cama dura e implacável.
"Jesus fodendo Cristo," o guarda disse, olhando para ela. "Você é realmente um fantasma."
"..." Mary não disse nada.
Com olhos arregalados e preguiçosos, Mary devagar seguiu atrás dele, sua forma pálida movendo-se pelas outras celas como uma névoa sinistra.