13:30
Zeke estava sentado em uma das bancadas enquanto Mônica examinava seus olhos com uma lanterna. O garoto usava as roupas que estava antes de ir procurar o assassino.
- Ok, pode me explicar de novo por que estamos fazendo isso? - Perguntou Zeke.
- Como eu disse antes, precisamos fazer alguns testes para sabermos que tipos de mudanças você sofreu e verificar o quanto o seu DNA foi alterado! - Explicou Mônica, sem perder a concentração.
- Ah! Eai? Tá vendo alguma coisa? - Perguntou Zeke.
- Hum... parece normal! Claro, se tratando dos olhos de alguém que há alguns dias tinha 2,5 graus de miopia! - Disse Mônica.
- Ah... que bom! E o que vêm agora? - Perguntou Zeke.
- Bem, temos que fazer teste de sangue, urina, fezes, raio-x e teste físico também! - Explicou Mônica.
- Tudo isso?! - Perguntou Zeke, espantado.
- É! Podemos começar? - Perguntou Mônica.
- E eu tenho opção? - Perguntou Zeke, em um tom irônico.
- Não muita! - Disse Mônica.
- Ah, vamo acabar logo com isso! - Disse Zeke, não muito motivado.
***
1- Teste de força
Eles agora estavam em outra sala, diferente do laboratório de Mônica. Era um lugar com vários maquinários diferentes e o que pareciam braços robóticos. Aquela era uma sala bem mais bagunçada que a de Mônica. Além disso, Shion agora estava com eles.
- Eai? O que a gente veio fazer aqui? - Perguntou Zeke.
- Bom, eu notei que você tem bastante força! Tanto que você conseguiu amassar uma das minhas bancadas e ela era feita de ferro! - Explicou Mônica.
- Ai, mer... foi mal! É que eu fiquei com raiva e eu nem percebi! - Disse Zeke, envergonhado.
- Tudo bem, não tem problema! Mas devo dizer que fiquei bem surpresa quando fui no laboratório hoje de manhã! - Disse Mônica, compreensiva.
- É... Disse Zeke, esfregando sua mão atrás da cabeça.
- Me fala, quanto peso você consegue levantar? Por acaso você já tentou levantar algo muito pesado? - Perguntou Mônica.
- Olha, na verdade sim! Enquanto eu tava testando os meus poderes, eu consegui levantar um carro! - Explicou Zeke.
- Um carro!? - Disseram Mônica e Shion, espantadas.
- É! - Disse Zeke.
- Não era um carro de brinquedo, né? Era um carro mesmo, que a gente dirige, né? - Perguntou Shion, ainda sem acreditar.
- É! Carro, carro mesmo! - Disse Zeke.
- Caraca! - Disse Shion, espantada.
- V...você sabe qual era a marca do carro? - Perguntou Mônica.
- Não, eu não vi! Faz diferença? - Perguntou Zeke.
- Ah sim, faz! Dependendo do carro, pode pesar mais ou pode pesar menos! - Explicou Mônica.
- Bom, ele parecia um carro grande, tá ligado? - Disse Zeke.
- Certo... e estava muito pesado? - Perguntou Mônica.
- Tava bem pesado, mas eu acho que eu podia ter levantado um pouco mais! - Disse Zeke.
- Sério!? - Perguntou Mônica, surpresa.
- É, eu acho que sim! - Disse Zeke.
- Bom, e que tal se tivéssemos certeza? - Perguntou Shion, confiante.
- Como assim? - Perguntou Zeke, confuso.
- Tá vendo aquela belezinha ali? - Disse Shion, apontando para um grande maquinário preso á parede, que tinha dois suportes e o que parecia uma placa de metal ligado cilindro metálico reforçado.
- Que quié isso? - Perguntou Zeke.
- Isso, meu caro, é uma prensa hidráulica! Eu adaptei ela para que pudéssemos alterar o comprimento de acordo com o seu tamanho e aumentar o peso progressivamente! É com isso que vamos testar a sua força! - Explicou Shion.
- Caramba, isso é impressionante! Mas... vai aguentar? - Perguntou Zeke, preocupado.
- Relaxa, essa belezinha pode prensar em até 100 toneladas! Vai aguentar! - Disse Shion, colocando as duas mãos na cintura, confiante.
- Ah... beleza então! O que eu tenho que fazer? - Perguntou Zeke.
É só ficar embaixo da máquina! Ah, espera! Eu vou ajustar! - Disse Shion, enquanto mexia em seu "tablet".
De repente, os mecanismos da prensa começam a se mexer e ela estende o seu tamanho para que ficasse um pouco mais alto que Zeke.
- Beleza! Agora fica em baixo da prensa e coloque suas mãos na placa de metal! - Instruíu Shion.
- Certo! - Disse Zeke, equanto fazia o que Shion disse.
- Ok! Que tal começarmos "de leve"? Com 500 kg? - Perguntou Shion.
Zeke não diz nada, apenas acena com a cabeça. E em resposta, Shion ativa a prensa hidráulica que começa a fazer pressão sobre Zeke.
- Tudo bem, Ezequiel? Como está o peso? - Perguntou Mônica.
- Tá bem leve, na verdade! - Responde Zeke, tranquilamente.
- Ah, é? Pois saiba que a minha bebê ainda pode muito mais! Vou aumentar o peso pra 900 kg! - Disse Shion, desafiadora.
- Manda ver! - Responde Zeke, não se intimidando.
Shion por sua vez aumenta o peso e novamente, Zeke apresenta uma feição tranquila.
- Ok, que tal agora 1100 kg? - Perguntou Shion?
Zeke por sua vez, acena com sua cabeça com um sorriso confiante. E novamente a jovem mulher aumenta o peso, e novamente Zeke aguenta.
- 1500 kg! - Disse Shion.
Dessa vez, Zeke pareceu fazer um pouco de esforço para erguer o peso. E era esse o momento que Shion esperava.
- Hã! Parece que alguém tá começando a sentir! Vamo aumentar para 1600 kg! - Disse Shion, com um sorriso malicioso em sua face.
- Isso! Muito maduro, Shion! Competindo com uma criança! - Disse Mônica, repreendendo a mulher mais nova.
- Não se mete, Mô! Foi esse pivete que fez pouco caso da minha belezinha! Agora ele tem que sofrer! - Disse Shion, com um brilho no olhar, que pareciam chamas incandescentes.
- Tudo bem, Mônica! Eu aguento! - Responde Zeke.
- Você ouviu, né? Ele disse que aguenta! - Disse Shion, sinicamente.
E então a engenheira aumenta o peso novamente. Zeke faz um pouco de esforço para levantar a placa de metal.
- Vamos lá, Ezequiel! Não precisa se segurar! Use toda a sua força! - Disse Mônica.
- Ahhh... agora isso virou um complô, é? Pois tome agora 1800 kg! - Disse Shion, desafiadora e com chamas em seu olhos, enquanto aumentava o peso usando o seu "tablet".
Zeke sentiu ainda mais o peso, mas podia aguentar mais. Sabia que aquele não era o seu limite.
- Cansou? - Perguntou Shion, confiante.
- Não!! Pode mandar mais!! - Responde Zeke, seriamente.
"Isso era para ser só teste! Como é que as coisas foram parar nesse ponto?" - Pensou Mônica, como uma gota se suor escorrendo da sua testa.
- Tá legal, então! Toma 2000 kg! - Disse Shion.
Dessa vez Zeke sente bastante o peso, mas ainda podia mais. Estava começando a ranger os dentes e a dobrar os seus braços com o peso, mas não iria desistir tão facilmente.
- 2100 kg! - Disse Shion, enquanto colocava mais peso para o garoto inseto.
- Uggh! - Disse Zeke, fazendo força.
- 2300 kg! - Continuou Shion.
- Uggh! - Disse Zeke, chegando no seu limite.
- 2500 kg! - Disse Shion.
Zeke agora estava tremendo e seu rosto estava ficando em tom avermelhado por conta do esforço.
- E então? - Perguntou Shion, esperando o garoto se render.
- Uggh... t-tá,não consigo mais! D-desliga i..sso! - Disse Zeke, quase sem forças.
- Isso! Finalmente! - Disse Shion, alegramente, enquanto desligava a máquina.
Zeke por sua vez sai debaixo da máquina e se senta no chão para descansar.
- E a tecnologia vence a força bruta, de novo! Há,há,há! - Comemora Shion.
- Tá bom,Shion! Você já teve a sua pequena vitória, agora deixa o garoto respirar! - Disse Mônica.
- Ok, ok! Já tô satisfeita! Hi,hi,hi! - Disse Shion.
- Você tá bem, Ezequiel? - Perguntou Mônica, preocupada.
- Arf, arf! É, tô bem! Só cansado! Eai? Já conseguiram dados suficientes? - Disse Zeke.
- Ah, com certeza! Mas vou precisar que você me responda mais uma coisa! Quero saber o seu peso! - Disse Shion.
- Arf! Eu peso 50 kg! Bom, pelo menos dá última vez que eu chequei! Por que? - Perguntou Zeke, sem entender nada.
- Bom, porque você agora consegue levantar 2,5 toneladas! E pelos meus cálculos, isso significa que você está levantando o equivalente a 50 vezes o seu próprio peso! - Explicou Shion, enquanto anotava os dados em seu "tablet".
- Sério!? Tudo isso!? - Perguntou Zeke, espantado.
- um, hum! - Disse Shion.
- Mas peraí, você disse peso,né? Quer dizer que seu pesasse mais,seria ainda mais forte? - Perguntou Zeke, curioso.
- Provavelmente! Quem manda ser magrinho desse jeito? - Brincou Shion.
- Há, há! - Disse Zeke, não gostando muito da brincadeira.
- Eu até diria pra você tentar puxar ferro, mas o que é um peso pra você agora? - Disse Shion.
- É, real! Mônica, você sabe de um inseto que possa levantar várias vezes o próprio peso? - Perguntou Zeke.
- Bom, na verdade existem vários tipos de inseto que fazem isso! Então não dá pra ter certeza até que façamos mais testes! - Explicou Mônica.
- Ah! - Disse Zeke, um pouco desanimado.
- Não fica triste! É por isso que estamos aqui,para achar as respostas! - Disse Mônica, tentando animar o garoto.
- É, não vai descobrir nada se ficar aí de cara emburrada! - Disse Shion, também tentando ajudar.
O garoto se levanta do chão e sorri para as duas mulheres. Elas tinham razão, eles estavam só começando e havia muito o que descobrir ainda.
- Beleza, vamos continuar! - Disse Zeke, mais animado.
- Show! Vamo nessa! - Disse Shion, animada.
Mônica não diz nada, apenas sorri de volta.
- Só uma coisa! - Disse Zeke.
As duas mulheres olharam atentamente para o garoto, esperando para ouvir o que ele tinha a dizer.
- Me...chamem de Zeke! Todo mundo me chama assim e sinceramente, é...meio estranho ficar ouvindo o meu nome desse jeito! He, he! - Disse Zeke, rindo timidamente.
- Ah, era só isso? Por que não disse antes? - Perguntou Mônica.
- Eu... fiquei com vergonha de dizer, tá ligado? - Disse Zeke, enquanto olhava para o chão, meio sem jeito.
- Há, o carinha é forte desse jeito,mas é tão encabulado! Tá bom, Zeke! Vamo lá! - Disse Shion.
Zeke continua sem jeito,mas ao mesmo tempo grato por terem chamado ele como já estava acostumado. Mônica sorri novamente e diz:
- Certo, Zeke! Vamos continuar com os testes!
- Tá bom! - Disse Zeke.
Continua...
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