**Chapter 2**
The echo of the shot reverberated, but it didn't find what it was looking for. Gabino fired a single shot at the wall, an act of desperation that cut through the heavy air in the room. Elicia, his mother, closed her eyes, tears streaming down her face, ready to face the death she felt approaching. But when she opened her eyes again, life still pulsed inside her. Reality, cruel and relentless, confronted her.
She looked at Gabino, who was still holding the gun, his expression a mix of coldness and inner turmoil. "You were the only one who felt guilty for the contempt and for having destroyed my childhood," he said, his voice deep and distant. "That's why I'm going to spare you. If it were the others—like my father or those girls at school who beat me—I know they wouldn't apologize. They would only be afraid of me and would say anything to save their lives."
Gabino continued, the intensity of his words enveloping the room. "But you, mother, spoke sincerely. That made me decide that I will not kill you. But make no mistake: it is too late for forgiveness or redemption for me. I am a different man now. I am no longer the fragile child who suffered bullying at the hands of you or my classmates. I am the one who kills without asking why, without giving explanations. I just do it." He took a deep breath, the tension growing. "Do you understand, mother? Do not look for me. Do not contact me, or else next time there will be no forgiveness. Your repentance is what saved you. And know that you are one of the few I will leave alive. But that will never happen again." Those words, heavy as lead, cut the air between them. Gabino put away his gun, his gaze resolute and impassive. He turned his back on the woman who gave him life, and, in a final act of farewell, he left the room without looking back, leaving Elicia alone, wrapped in a cloak of pain and regret. She wanted to scream, she wanted to call out to him, but the words died in her throat. She watched her only son walk away, certain that he had left, never to return. The room that had once been her home now seemed like a prison of memories, where love and hate intertwined in a tragic destiny. Elicia stood there, immobilized, as the echo of the gunshot and Gabino's words still danced in the air, reminding her of what she had lost forever.
**Capítulo 2**
O eco do tiro reverberou, mas não encontrou o que procurava. Gabino disparou um único tiro na parede, um ato de desespero que cortou o ar pesado do quarto. Elicia, sua mãe, fechou os olhos, lágrimas escorrendo pelo rosto, pronta para encarar a morte que sentia se aproximando. Mas quando abriu os olhos novamente, a vida ainda pulsava dentro dela. A realidade, cruel e implacável, a confrontava.
Ela olhou para Gabino, que ainda segurava a arma, sua expressão uma mistura de frieza e turbulência interior. "Você foi o único que se sentiu culpado pelo desprezo e por ter destruído minha infância", disse ele, com a voz grave e distante. "É por isso que vou poupá-lo. Se fossem os outros — como meu pai ou aquelas meninas da escola que me batiam —, sei que não se desculpariam. Eles só teriam medo de mim e diriam qualquer coisa para salvar suas vidas."
Gabino continuou, a intensidade de suas palavras envolvendo o quarto. "Mas você, mãe, falou com sinceridade. Isso me fez decidir que não vou te matar. Mas não se engane: é tarde demais para perdão ou redenção para mim. Sou um homem diferente agora. Não sou mais a criança frágil que sofreu bullying nas mãos de você ou dos meus colegas. Sou eu que mato sem perguntar o porquê, sem dar explicações. Eu simplesmente faço." Ele respirou fundo, a tensão aumentando. "Você entendeu, mãe? Não me procure. Não entre em contato comigo, ou da próxima vez não haverá perdão. Seu arrependimento é o que te salvou. E saiba que você é uma das poucas que deixarei viva. Mas isso nunca mais acontecerá." Essas palavras, pesadas como chumbo, cortaram o ar entre eles. Gabino guardou a arma, o olhar resoluto e impassível. Deu as costas para a mulher que lhe deu a vida e, num último ato de despedida, saiu do quarto sem olhar para trás, deixando Elicia sozinha, envolta em um manto de dor e arrependimento. Ela queria gritar, queria chamá-lo, mas as palavras morreram em sua garganta. Ela viu seu único filho ir embora, certa de que ele tinha ido embora, para nunca mais voltar. O quarto que um dia fora seu lar agora parecia uma prisão de memórias, onde amor e ódio se entrelaçavam em um destino trágico. Elicia ficou ali, imobilizada, enquanto o eco do tiro e as palavras de Gabino ainda dançavam no ar, lembrando-a do que ela havia perdido para sempre.