MIMADA PELOS MEUS TRÊS IRMÃOS: O RETORNO DA HERDEIRA ESQUECIDA

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Synopsis

Chapter 1 - Pepinière

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"Isso é impossível." Penny olhava para a certidão de casamento entre seus dedos. "Desde quando eu me casei?"

Penny estudava as impressões em sua mão. A mulher na certidão era definitivamente ela, mas esse homem... Penny não se lembrava de ter encontrado ele. O homem na certidão tinha um rosto bem proporcionado, com traços faciais simétricos. Ele tinha uma linha de mandíbula forte e definida, acrescentando uma aparência masculina a ele. Seus olhos longos, afiados e fundos eram escuros, mas muito cativantes.

Enquanto Penny refletia sobre a situação, seu telefone tocou.

"Ei! Como está o casamento?" perguntou a pessoa do outro lado da linha.

"Bem, parece que eu estou casada."

"Parabéns!"

Penny franziu a testa, pensando que Yugi não havia entendido o que ela estava tentando dizer. "Yugi, você pode procurar esse homem chamado..." Seus olhos se voltaram para o nome de seu 'marido'. "Zoren Pierson."

"Quem é esse?"

"É o que eu quero descobrir. Eu te ligo mais tarde." Penny desligou a chamada e olhou para a certidão novamente.

Toda a sua vida, ela esperou por este dia. O dia em que poderia se casar e sair da casa de seus pais. Não era segredo que Penny queria sair da família. Era o melhor para todos, especialmente para ela. No entanto, ninguém sabia que Penny tinha outro grande segredo.

Esta não era a sua primeira vida.

Ela prometeu que, nesta vida, viveria nos seus próprios termos. Mas agora, seu plano estava ligeiramente abalado pelo homem registrado como seu marido.

"Não sei se isso é bom, mas o que eu sei é que preciso consertar isso," ela sussurrou enquanto suas pálpebras caíam. "Não posso cometer o mesmo erro da minha primeira vida."

Sua primeira vida terminou em tragédia. Pensando nisso, Penny disse a si mesma que não podia se dar ao luxo de um erro nesta vida.

*

*

*

[Como sua vida terminou e começou.]

"Eu... não fiz isso."

Penny olhou para o homem sentado do outro lado do vidro. A primeira coisa que ela notou foi sua barba por fazer, seu cabelo desgrenhado e as olheiras escuras sob seus olhos. Este era seu irmão mais velho, Atlas, o outrora admirado CEO da Global Prime Logistics.

"Irmão, só desta vez... por favor." Penny encostou a mão no vidro enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas. "... por favor, acredite em mim. Eu não fiz isso. Eu sou inocente. Não fui eu."

Atlas lentamente levantou seus olhos castanho-oliva, o encanto natural deles ainda presente. No entanto, isso empalidecia em comparação com a desesperança e angústia dentro deles.

"Inocente?" ele repetiu silenciosamente. "Penny, você não estaria atrás desse vidro se fosse inocente."

"Não." Lágrimas inundaram seu rosto enquanto seu corpo inteiro e sua voz tremiam de desespero. "Eu sou inocente. Por favor... me ajude."

"Mesmo se for verdade, Penny, já acabou." Atlas sorriu amargamente. "Você fez o que fez, e agora estamos pagando o preço."

Um soluço escapou de seus lábios firmemente selados enquanto ela balançava a cabeça em negação.

"Hugo está morto, e Slater... sua carreira também acabou." As lágrimas se formaram no canto de seus olhos enquanto ele olhava para a outrora bela Penny, que parecia ter envelhecido na prisão apenas meses depois de seu julgamento terminar. "Nossas vidas acabaram, Penny. As pessoas nos veem como terroristas, inimigos do país, corruptos até o âmago. Você provou isso quando fez sua confissão."

"Mas eu só fiz isso para que eles não te prendessem também —"

"Chega!" Atlas bateu a mão no vidro entre eles, rangerndo os dentes com raiva. "Eu sei que você nos odeia, mas você... você foi longe demais. Mesmo depois de ser provada culpada, você ainda alega ser inocente."

"Porque eu sou!"

"Não! Cale-se!" ele rugiu, fazendo-a estremecer. Ele puxou um ar agitado enquanto se inclinava para frente. "Penny, você me escute. Apenas... me diga, por que você fez isso? Eu só... quero saber."

O coração de Penny afundou enquanto ela mordia seus lábios trêmulos, saboreando suas próprias lágrimas e ranho. Olhando para o irmão desesperado, ela não sabia mais o que dizer. Ela já lhe tinha contado tudo do começo ao fim, mas, infelizmente, ele não acreditava nela. Ele nunca acreditou em uma só palavra que ela disse.

"Eu já estou no corredor da morte..." ela soluçou, colocando ambas as mãos no vidro que os separava. "E ainda assim, eu ainda tinha esperança de que pelo menos uma vez... você ficaria do meu lado, sua verdadeira irmã mais nova. Só desta vez."

A respiração dela parou enquanto suas lágrimas embaçavam sua visão. Ela não estava pedindo muito. Ela nunca pediu muito. Tudo que ela queria era ser aceita por seus irmãos e tratada como família. Mas, infelizmente, mesmo neste momento, ele ainda não podia dar isso.

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Muito bem.

"Eu te odeio," ela sussurrou, com a voz trêmula mas clara. "Eu odeio todos vocês... aí está. Você ouviu minha razão. Isso te deu paz suficiente agora? Eu posso estar na prisão agora, mas não sou a única que vai cair. Você, seus irmãos, e aquela irmãzinha pretensiosa que você tanto adora!"

Atlas deu uma risada de escárnio enquanto cambaleava para trás. "Eu sabia... você está com ciúmes."

"Sim, eu estou com ciúmes!" Penny gritava suas frustrações. "Eu fui trocada antes mesmo de minha mãe me abraçar! Cresci com uma tia abusiva que me venderia por qualquer coisa! E quando eu pensei que finalmente teria uma boa vida pois minha família me encontrou, você, Hugo e Slater nunca falharam em me fazer sentir que eu não pertencia lá todos os dias! Vocês nunca falharam em me fazer sentir que prefeririam ter esta pessoa que não é sua irmã de verdade como família em vez de mim, que sou seu sangue do seu sangue!"

"Eu fiz de tudo, Atlas. Tudo. Trabalhei e estudei duro dez vezes mais do que qualquer um na esperança de que vocês gostassem de mim. Me matriculei em todas as aulas de artes marciais para ter algo em comum com Hugo e até estudei música e artes para que houvesse algo de que eu pudesse falar com Slater!" Sua voz falhou enquanto ela cerrava as mãos no vidro. "Então, sim, eu estou com ciúmes, porque Nina não teve que fazer tudo isso para que vocês gostassem dela!"

"Você realmente é algo." Atlas não pôde evitar rir em ridicularização, sacudindo a cabeça em descrença. "Eu sabia. Eu sabia que você era uma má notícia quando entrou em nossa casa naquele dia."

Ele respirou fundo, tentando processar o que tinha ouvido. "Bem..." ele passou a língua pela parte interna da bochecha, sem palavras. "Pelo menos agora, eu entendo."

"Atlas..."

"Ouvi dizer que sua data de execução está marcada." Ele lhe ofereceu um sorriso amargo, balançando a cabeça. "Eu... não sei o que dizer, Penelope. Acabei de terminar os preparativos do funeral do Hugo, então... Eu vou te conseguir um bom lugar de descanso, mas não será no mesmo lugar que nossos pais e o Hugo."

Depois de dizer o que tinha para dizer com grande dificuldade, Atlas virou as costas para ela. Penny apenas ficou sentada na mesma cadeira, desanimada, mesmo depois dele ter ido embora.

Tudo o que ela contou para ele era verdade, mas era apenas uma fração disso. A verdade era que, com seu desejo de ser vista pelos irmãos, Penny acreditou em uma pessoa maliciosa. Ela estava tão cega que pensou estar fazendo a coisa certa, apenas para que seus irmãos e Penny fossem acusados de um crime que nunca cometeram.

Para se redimir, Penny assumiu toda a culpa. Mesmo assim, sua confissão apenas salvou seus irmãos de ficarem atrás das grades. Ela não pôde impedir as repercussões que atingiram o negócio da família, a reputação de seu irmão e suas vidas e carreiras.

Essa foi a primeira e última visita que Penny teve até o dia de sua execução.

*****

Arrastando os pés para o lugar que seria sua última parada, Penny manteve o olhar baixo. Ela já havia perdido a noção do tempo e sua vontade de viver estava quase esgotando. Quando ela se sentou na cadeira de metal, ela olhou para os oficiais que estavam amarrando seu corpo à cadeira. Uma vez que terminaram, todos a deixaram em uma pequena sala quadrada com apenas um espelho à sua frente.

Esta foi a primeira vez que viu a si mesma em meses. Ela parecia... horrível, patética e desamparada. Isso a fez lembrar de Atlas e de como ele parecia da última vez que veio vê-la.

"Vamos começar com o processo agora." De repente, uma voz vinda do alto-falante preso nos cantos superiores da sala de execução acariciou seus ouvidos. "Há mais alguma coisa que você queira dizer?"

Alguma coisa que ela queria dizer?

O canto de sua boca tremeu um pouco enquanto ela sussurrava, "Se eu puder viver em minha próxima vida, eu preferia ser órfã do que ser irmã deles." Penny quase não terminou suas últimas palavras enquanto a eletricidade percorria seu cérebro até a ponta de seus dedos do pé.

Doía como o inferno, mas ela não conseguia gritar. Tudo o que ela podia fazer era cerrar os dentes enquanto convulsionava. Ela não sabia quanto tempo durou, mas conseguia se lembrar do cheiro de carne queimada antes de sucumbir à escuridão.

******

O som de uma canção de ninar calmante acariciava-a de seu sono profundo.

'Tão quente...' Penny franziu a testa imediatamente antes que pudesse abrir os olhos. 'Por que... estou acordando?'

Até onde ela conseguia se lembrar, ela deveria ter sido eletrocutada até a morte. Não havia outra expectativa depois disso! Sua história deveria ter terminado com isso! Confusão nublou sua mente antes de uma conclusão súbita cruzar sua mente que silenciou todos os seus pensamentos caóticos.

'Não me diga que a cadeira elétrica quebrou e eu tenho que passar por tudo isso novamente!?'

Penny respirou horrorizada, prestes a se levantar por instinto. Mas alas, ela imediatamente percebeu que não conseguia mover os braços e as pernas.

'Estou amarrada?' ela se perguntou, abrindo os lábios para fazer um som. Para seu horror, o que ela ouviu foi um chorinho de bebê.

Hã?

'O que no mundo —' Penny congelou quando um rosto desconhecido pairou sobre ela. Só então percebeu que havia uma lâmpada quente sobre ela.

"Oi, bebê," disse a enfermeira com uma voz suave. "Sua mamãe vai pegar você daqui a pouco, hmm?"

Penny olhou para a mulher em horror, olhando ao redor enquanto se debatia para sair dos cobertores que a envolviam.

'Decorações de bebê, luzes quentes, banheiras transparentes pequenas...' Ela estava abismada com a conclusão súbita em seu coração. 'Eu sou... eu sou o que estou pensando?! Santo mer—'

"Hik… hik… wah!"

Seu fluxo de pensamento parou quando ela ouviu um choro de bebê, que ela rapidamente percebeu ter vindo dela. Antes que percebesse, o resto dos bebês no berçário tomaram seu choro como um desafio e também começaram a fazer barulho até que choraram como um coral.

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