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Corvos

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Synopsis
A família Moltenoak é uma família de assassinos, popular por toda a Cidade Lua de Sangue. A quem dizem que mexe com magia pesada. Membros de uma facção tentam assassinar o Senhor da Cidade, mas antes de um membro falecer, conta um boato de que a família Moltenoak foi amaldiçoada pela escritora de dramaturgia com pseudônimo de “Escritora da Morte”. Só resta a família acreditar no boato ou não.
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Chapter 1 - 1:Quem invade a mansão, é morto impiedosamente

Três figuras altas envoltas de manto vermelho e preto pousam no muro coberto de heras. Automaticamente pousaram os olhos em uma residência coberta de escuridão: a Mansão Essência do Corvo.

O ar frio noturno exalava um leve aroma de sangue e magia.

"Houve uma luta aqui", comentou uma jovem mulher, sombriamente.

"Deve ter ocorrido meia hora antes de virmos", acompanhou um jovem ao seu lado.

"Vamos entrar", ordenou outro jovem.

Em um instante, pulou no pátio. E sob suas botas havia manchas vermelhas-escuras. Seus dois companheiros aterrissaram como gaviões ao seu lado.

A jovem mulher conterceu o cenho. E seguiu os olhos para a extremidade do pátio, e se sobressaltou com a presença de uma fera pequena. Ela estava sentada, observando-os com um de olhos brilhantes. Era um brilho ameaçador.

"Ai, Santa Elowen, olha o tamanho desse gato", um dos jovens rapazes se escolheu.

"Santa Elowen, digo eu, Conan, está com medo de um gato?", protestou outro jovem, evitando que o companheiro se esconda atrás de suas costas.

"Eu tenho pavor de gatos, tudo bem?", defendeu-se Conan.

"Que raça esse gato pertence, Erik?", a jovem mulher perguntou.

Erik franziu as sobrancelhas, analisou o felino que mexia as orelhas de pontas peludas.

"Acredito que seja um Maine Coon".

"Um Maine Coon…", arfou Conan encarando o gato, o gato o encarou de volta, o brilho dos olhos ofuscando.

"Vamos lá", disse Erik, movendo os passos.

Conan observou os dois colegas avançarem. Ele não conseguia mover um pé. Se movesse, aquela fera o atacaria.

Suor frio escorreu em sua têmpora. E por fim decidiu que o jeito era correr. No três, acelerou como camundongo. Mas no momento que ele correu, o gato soou um miado estranho. Alto, sonoro e sinistro.

Os três encararam o Maine Coon, que permaneceu imóvel e fitando-os com mansidade.

De súbito, uma voz fervorosa inquietou a noite:

"Vocês estão muito ansiosos pela morte, não é? Não se preocupe, logo, logo vão está aninhados com ela".

Essa voz. Esse homem.

Erik pronunciou com sarcasmo:

"O estimado Senhor da Cidade de Lua de Sangue".

Senhor da Cidade revidou com um sorriso macabro.

"Estimados membros da Boca do Inferno".

A jovem mulher riu com escárnio.

"É a você que viemos enviar a morte".

"Não será se eu matá-los primeiro".

Em um minuto, uma fumaça negra disparou nos três, a jovem não conseguiu desviar, levando uma pancada no braço. Ela gritou, e pousando próximo a uma árvore, notou que seu braço estava queimado.

Conan caído de bruços, e sussurrou um feitiço, e estava prestes a lançá-la quando sentiu pancadas na cabeça. Imediatamente a protegeu com as mãos. E percebeu tarde que eram picadas de um pássaro feroz. Logo suas mãos estavam ensanguentadas.

Um pouco distante, Erik trocava ataques com o patriarca da mansão. O semblante do Senhor da Cidade era cruel como as garras vivas do Bosque Sombrio.

Mas Erik não parava de olhar para sua companheira agachada abaixo da árvore. Algo branco estava entre os galhos. Observando bem, era um garoto de roupas brancas, em seu rosto havia um sorriso cruel; tinha algo nas mãos.

Uma boneca de pano. Vestido vermelho e preto, penteado semelhante das integrantes femininas da facção Boca do Inferno. Erik entendeu tarde demais.

"Ellith! Acima de você!"

A mulher olhou para cima, e captou a boneca, atordoada, antes de reagir sentiu seus membros se moveram por si mesmos.

O Senhor da Cidade aproveitou a distração do inimigo para envolver sua garganta em uma corda sombria, o enforcando em seguida. Alguém gritou de pavor.

Conan estava com a pele pálida, as pupilas encolhidas. Os corvos haviam o deixado em paz, ou melhor, alguém o deixou. Uma sombra alta pairou diante dele. Lentamente um rosto neutro revelou, em seus olhos haviam um lago gelado.

"A intenção de vocês era nos matar, porém mal sabiam que seriam as nossas presas".

"O decreto da morte é somente para o Senhor da Cidade de Lua de Sangue. Mesmo que sejamos mortos, mesmo que falharmos em nossa missão, outras pessoas farão o nosso trabalho… Ahh!!

Uma mão foi esmagada por um sapato de couro. O jovem riu, depois disse:

"Nossa intenção é exterminar toda a Boca do Inferno. Ninguém vai nos impedir".

Conan rangeu os dentes.

"Vejo que você não anda atualizado pelo que ocorre na cidade e nas famílias influentes".

"E por que eu deveria saber?", o jovem arqueou as sobrancelhas.

"Não é só a facção que deseja a morte do Senhor da Cidade. Há uma mulher que escreve dramaturgias trágicas em Lua de Sangue. Seu pseudônimo é 'Escritora da Morte'. Muitos dizem que seus personagens são inspiradas em pessoas reais, e que ela lança um feitiço da morte. Aliás, esses personagens inspirados em pessoas reais são seus inimigos. Ultimamente, houve boatos de que a Escritora da Morte escreveu sua última dramaturgia inspirada na família do Senhor da Cidade e amaldiço…

O corpo de Conan tombou para o lado. Uma adaga cravou em seu crânio até o cabo.

O jovem saiu das sombras, o brilho frio de seus olhos sumiram, seu tom de voz se tornou serena:

"Mãe, ele…"

Uma senhora de manto púrpuro se aproximou olhando perverso para o cadáver.

"Ele falava pra caralho, então resolvi calá-lo".

O jovem sentiu um peso no ombro. Uma covarcha de penas de ônix encarou o cadáver com um dos olhos, bateu as asas e comemorou a segunda matança sucedida da noite.

"Cráááá".