Chereads / Corvos / Chapter 3 - 3:

Chapter 3 - 3:

Dentro da carruagem.

"Meu amigo se chama Arjen. Ele estava cansado de sua irmã está sendo mantida presa no subsolo, e chamou Boca do Inferno para livrar de sua família, eles serão assassinados nesta noite. Era para ser segredo, mas o Senhor Hamisen descobriu e decidiu executá-lo na mesma noite."

Marvin e Melvin ouviram atentamente. Melvin escutava com os olhos fechados e a cabeça apoiada no ombro do irmão. Marvin, com as sobrancelhas pretas franzidas, indagou:"E a senhorita Hamisen?"

Hektor respondeu:"Creio que Arjen deveria ter planejado arrancar a chave do pai morto e libertar a senhorita Hamisen." Hektor suspirou, e depois continuou com o tom lamentoso:"Arjen cometeu muitos crimes, seu pai sempre o deixava impune dos castigos. Creio que esse seja o maior motivo de acabar com sua vida."

Melvin disse de repente:"Você havia mencionado que Arjen planejava pegar a chave caso o pai estivesse falecido, deve ser a chave do lugar que a senhorita Hamisen deve está em cárcere, certo?"

Hektor assentiu com a cabeça:"Exatamente. Onde eu sei, ela foi aprisionada no subsolo da mansão pelo próprio pai. Arjen nunca conseguiu pegar a chave."

Hektor viu o jovem arrancar um broche de coruja branca do peito, flexionar a haste de bronze, perfurou o dedo com a ponta e lambuzar com seu sangue, seus lábios sussurraram baixinho. Por fim, prendeu o broche de volta no peito. Fez tudo aquilo com os olhos fechados.

Marvin começou a ficar irritado.

"Por quanto tempo ela está presa?"

"Por volta de três semanas."

O peito do jovem arfou de raiva:"Por que ele não foi atrás da gente? Teríamos resolvido isso há tempo."

Hektor respondeu timidamente:"Ele achava que vocês nunca o socorreria."

Melvin murmurou: "Bobagem."

Hektor retirou um papel dobrado do bolso da roupa e apresentou um mapa desenhado da mansão dos Hamisen. Traçou o dedo enquanto compartilhou seu plano:"Vamos entrar pela porta lateral, que está sempre aberta. Um tem que conseguir a chave do subsolo para libertar a senhorita Hamisen, acredito que vai ter que matar o Senhor Hamisen para conseguir. Outro tem de estar comigo para entrar na Sala da Execução para salvar Arjen. Mesmo que a Boca do Inferno não chegue, teremos que matar quem nos impedir…"

Melvin disse:"Não precisamos nos preocupar com a chave. Meu broche pode abrir qualquer fechadura."

Hektor logo se recordou de Melvin pegando seu broche e sujando de sangue. Ele estava enfeitiçando.

"Vocês me disseram que me ensinariam a matar. Tenho certeza que vou sentir raiva se eu encarar um daqueles desgraçados."

Marvin apanhou uma adaga da cintura e a jogou em direção ao garoto. Hektor a pegou a tempo. Uma serpente de olhos de fogo esculpida no cabo o encarou ameaçadoramente.

Marvin respondeu:"Se quiser matar, tem que ter um coração frio. Um sentimento de covardia pode arruinar tudo e seu adversário não vai te apunhalar."

Hektor agradeceu.

"Eu fico com a parte de resgatar a senhorita Hamisen."

Melvin riu:"Você está louco para conhecê-la."

Marvin traçou um sorriso leve.

Eles já escutaram rumores sobre a filha mais velha da família Hamisen. Diziam ser uma das damas mais lindas de Lua de Sangue. Além de ser perigosa e cruel, adorava brincar com coelhos e furões. Coletar flores e pintar.

Marvin raramente tentava imaginar o rosto da senhorita Hamisen, e se perguntava se teria a chance de conhecê-la um dia, e compartilhava o pensamento com o irmão.

Portanto, nunca imaginou que a conheceria em um caso delicado.

Hektor comentou:"Melvin, você parece está cansado."

Melvin sorriu lento:"Estou cansado com a caça de hoje."

"Onde você costuma caçar?"

"No Bosque Sombrio."

Hektor arqueou as sobrancelhas com espanto.

"Acompanhado?"

"Raramente."

"Há muitas criaturas bizarras por lá, não é um pouco perigoso?"

"Nunca tive medo."

A carruagem chegou próximo à residência dos ceifadores por volta das seis da noite. Hektor instruiu ao cocheiro que os deixassem perto de uma floresta. Assim que todos soltaram para o solo, a carruagem correu a velocidade da luz.

Os três olharam com espanto.

Marvin murmurou no caminho que não queria se deparar com os integrantes de Boca do Inferno. Haverá uma maré de sangue esta noite.

Melvin, ouvindo atentamente, analisou:"Eles podem servir de ajuda no momento que resgatarmos Arjen."

Marvin olhou pro irmão:"Vocês vão esperar a chegada da facção para agir?"

Melvin deu de ombros.

"Se quisermos acabar com isso mais rápido e não nos preocupar com a presença deles, sim."

"Como preferir."

Hektor tentava acompanhar os passos dos irmãos. Observando-os notou que a altura de ambos não compreendia com suas idades.

Ele sabia que Marvin era o irmão mais velho, mas ficava na altura do pescoço de Melvin. Curiosidade aflorada no coração, disse:"Melvin, qual é sua idade?"

Melvin respondeu com a cabeça sob o ombro:"Dezoito."

Hektor ficou mudo. Melvin adivinhou, e deu uma risada.

"Me acha tão novo por ser alto que Marvin, não é? Muitos acreditam que sou o mais velho"

"Eu não esperava."

Marvin brincou:"Nossa mãe o alimentou com leite de tigre ártico das Montanhas Douradas."

Os tigres árticos das Montanhas Douradas eram felinos enormes, medindo quase 3,5 metro de comprimento. Hektor imaginou um tigre ártico caminhando ao lado de um leopardo preto.

A residência dos Hamisen era de arquitetura gótica, as paredes da parte externa exibiam um tom escuro berrante, as bordas das janelas eram pretas, era uma mansão enorme. Atrás havia árvores secas e medonhas.

Os irmãos sentiram que a energia não era agradável.

Eles não poderiam julgar, a Mansão Essência do Corvo também era carregada de energia negativa.

Não foi difícil adentrar na mansão. O lado interior estava muito silencioso, deixando Hektor um pouco temeroso. Recordou que os Hamisen costumam realizar uma cerimônia antes da execução — que duraria cerca de trinta minutos.

Eles tinham um espaço de tempo resgatar os irmãos, mesmo se cruzarem com os integrantes da facção.

Os três se esconderam em um cômodo quando notaram alguém se aproximando. Hektor virou para os irmãos:"Já sabem o que fazer, certo?"

Os dois balançaram a cabeça. Melvin arrancou o broche do casaco e deu para Marvin, e murmurou:"Boa sorte."

Marvin retribuiu:"Para vocês também."

Não houve mais sons de passos no corredor e os rapazes saíram.