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Chapter 3 - Chegada ao Continente de Fingari

Akira Pov:

Depois de quase uma semana no mar, finalmente cheguei no continete. Agora, segundo o mapa da biblioteca da ilha, eu estou no continente de Fingari. Agora minha busca é pela cidade mais próxima

Infelizmente acabei chegando em uma área onde não havia cidade portuária, o que foi uma pena, porque tive que escalar sete metros até a superfície do continente após chegar lá

Quando subi, a primeira coisa que vi foi um lindo campo gramado e florido, o que me surpreendeu. Na verdade, é bom saber que as calamidades ainda não chegaram aqui e destruíram esse lugar tão bonito. Mas isso significa também que elas podem se concentrar em lugares mais movimentados, como as cidades, já que se tratam de calamidades...

- Ah... - Eu suspirei e segui em frente, apenas com minha mochila e meu dever

Andando por algumas horas, cheguei em uma floresta densa. Quase não conseguia ver o céu. Mas tudo ocorria bem até que cheguei em uma clareira onde havia uma grande rocha no centro

- Que lugar é esse...? - Me perguntei ao me aproximar da rocha antes de algo acontecer

De repente a rocha brilhou e uma entrada surgiu nela, parecida com uma porta. Dalí saiu uma mulher alta de cabelo ruivo liso curto, olhos dourados e vestido longo verde. Ela deu dois passos até mim e olhou para baixo para encontrar meu olhar, séria

- Olá, moça. Eu me chamo Akira, da ilha Aruma. Estou em uma jornada para salvar o mundo das calamidades e acabei encontrando esse lugar. - Disse sorrindo, o mais amigável possível

- Me chamo Llady, sou guardiã desta floresta. - Falou séria, os braços cruzados sobre o peito - Você está em uma jornava para salvar o mundo, você diz? - Arqueou uma sobrancelha

- Sim. Eu derrotei o Diabo dois anos atrás e acabei desencadeando as calamidades no mundo. Agora estou em uma jornada para acabar com elas.

- Esta floresta não é muito amigável com estranhos... - Falou ela estendendo a mão aberta em cima da minha cabeça - Te darei minha bênção para que possa passar por ela sem que as criaturas daqui te ataquem. Mas ela sumirá quando você sair da floresta. - Disse antes de uma luz me cobrir - Ouvi aventureiros falarem que um monstro atacou a cidade. Se você realmente for ajudar, peço que salve aquela cidade que ajuda minha floresta. - A luz sumiu e ela abaixou a mão - A cidade fica naquela direção... - Apontou para a esquerda - Salve-a.

- Obrigado, senhorita Llady. Farei o meu melhor para salvar a cidade! - Sorri largamente, seguindo na direção apontada

Segui por mais três horas até que saí da floresta, podendo ver uma cidade não muito grande ao longe. Vi uma explosão ocorrendo lá e fui correndo para tentar ajudar. Quando cheguei, vi uma besta enorme, parecida com um grande javali com presas de aço e espinhos nas costas correndo e destruindo as casas em explosões que ocorriam com a colisão

- Socorro...!!

- Alguém nos ajude...!

- Por favor... salvem-nos...!!!

Gritos de desespero não paravam durante o ataque. E vendo aquilo eu não podia ficar parado. Eu fiz alguns sinais de mão, apontando os dedos indicador e do meio para a besta e lançando um raio de energia que o abateu, fazendo-o perder a consciência

- Ufa... essa foi fácil. - Suspirei de alívio antes de uma multidão me rondar

- Como fez aquilo?!

- Você é algum aventureiro?

- Senhor, você é muito forte!

- Ei tio, aquilo foi incrível!

Homens, mulheres e crianças exclamavam de surpresa e admiração

- Por favor, acalmen-se. Ele ainda não está morto. - Falei antes de pular e pousar em cima da besta, dando um pisão tão forte que fez a terra tremer de leve - Agora sim, ele está morto. - Sorri, descendo da criatura

- Ahem... O que está acontecendo aqui? - Perguntou um homem careca usando uma armadura de ferro e segurando uma grande espada

- Nos chamaram para matar um monstro, mas parece que ele já está morto. - Um outro homem com manto, capuz e cajado falou

- Oh, sim, mas esse jovem já resolveu nosso problema! - Disse um senhor com roupas de vendedor apontando para mim

- Eh...? - O careca olhou pra mim - Nunca te vi por essas bandas... Qual a sua, moleque?

- Sou Akira, da ilha Aruma. Eu estava vindo da floresta quando vi uma explosão e decidi vir ajudar.

- Da floresta, é...? Você veio da floresta da nossa deusa? - Perguntou o mago

- Deusa...? Então a senhorita Llady é uma deusa? - Tombei com a cabeça, curioso

- S-Senhorita L-Llady...?! - Todos se espantaram

- Você tem a ousadia de chamar nossa deusa dessa forma?! - Ele ergueu a espada contra mim - Seu insolente! Pagará por isso! - Atacou, movendo a espada em um ataque de cima

Eu ergui a mão e segurei a lâmina da espada, colocando um pouco de força para a quebrar no meio

- Por favor, não me ataque assim. - Pedi gentilmente - Eu peço desculpas se os ofendi por isso, mas eu realmente não sabia que ela era uma deusa daqui.

- C-Co-Como pode...? Como pode um pirralho quebrar minha espada assim?!?!?!?!?

- Se acalme, ele tem mais força física que você, não é grande coisa. Você ainda é um aventureiro de rank C e queria enfrentar um monstro de rank A. - Disse o mago

- Quê?!? Mas nós pedimos um aventureiro rank A! - As pessoas ficaram furiosas

- Bem, se me derem licença... - Me virei e comecei a andar pela cidade, deixando as pessoas perplexas e irritadas lá com os dois aventureiros

Cerca de meia hora depois, enquanto eu andava pela cidade, cheguei em uma grande e bela fonte. Mas o momento durou pouco, já que rapidamente fui cercado por cavaleiros

- Cerquem-no e não deixem ele escapar! - Mandou um homem de aparência de 40 anos, com cabelo alto castanho e grisalho com um bigode curto, vestindo um terno simples - Você, garoto... Você é o tal "herói" que matou aquela besta, estou certo?

- Sou sim. Mas... por que estou cercado?

- Você entrou na cidade sem permissão das autoridades, lutou contra um monstro de rank A sem a convocação da guilda e estava andando pela cidade como um cidadão comum. - Disse ele com as mãos nas costas

- Me perdoe. - Me curvei - Não sabia que teria que passar por autoridades. Eu agi por impulso e não cumpri com a lei. Mas eu não podia ignorar a destruição causada por aquele monstro e perder meu tempo. Além de que se eu não fizesse nada, era provável que a cidade teria várias baixas. - Levantei minha cabeça, olhando nos olhos dele por entre os cavaleiros

- Eu sou o delegado desta cidade. A cidade de Legdo, protegida pela senhora da floresta, nossa deusa, madame Llady. Eu ouvi de alguns cidadãos e de dois aventureiros que você falou sobre ela de forma informal.

- De forma informal? Eu a chamei de senhorita. É o correto a se fazer quando não se conhece a mulher e ela é jovem, não estou certo?

- Nossa deusa possui séculos de idade.

- Mas mesmo assim, quando a encontrei e a chamei desta forma, ela não se ofendeu nem me corrigiu.

- Quando... a... e-encontrou...? - Perguntou espantado - Está dizendo que encontrou nossa deusa?

- Sim, em uma clareira na floresta.

- Você é insolente demais, rapaz... - Disse um padre chegando no local - Fala de nossa divindade como se fosse um amigo próximo. Se o que diz é verdade, então por que ela não contou para a igreja sobre ti?

- E como eu vou saber? Eu não conheço ela direito. Ela apenas me deu sua bênção para que eu cruzasse a floresta e chegasse aqui! - Falei já indignado, batendo o pé no chão

- É, com certeza, uma pobre alma errante que não sabe do que está falando. Rezo para que seu caminho se ilumine e pare de inventar essas baboseiras. - Disse o padre juntando as mãos

- Parem com essas baboseiras vocês. - Mandou alguém

A voz era familiar e soava pelo ar. De repente a fonte atrás de mim ganhou vinhas que começaram a crescer por ela e então a figura da senhorita Llady surgiu de uma bela rosa. Todos alí se ajoelharam diante dela

- Este jovem está falando a verdade e não deve sofrer nenhuma punição. - Disse ela ao passar pelos cavaleiros que abriram passagem e segurar meus ombros por trás - Ele é um jovem aventureiro de uma ilha distante e veio até aqui ajudá-los. Eu mesma o avisei sobre a besta e pedi para ele livrá-los desse problema.

- M-M-Mas querida deusa...

- Sem mas, padre. Como ele falou, a vida dos cidadãos era mais importante do que seguir a lei e esperar as autoridades para entrar na cidade. Por sinal, onde estavam as autoridades durante o ataque? - Encarou o delegado

- B-Bem... - Desviou o olhar

- Além de que me chamar de senhorita não é nada errado ou algum crime. Uma mulher precisa se sentir jovem às vezes. - Inflou levemente as bochechas e voltou a falar - Deveriam ser gratos por este garoto ter salvo vocês e não estar o interrogando por motivos tão esdrúxulos.

- Mil perdões...!! - Suplicaram com as cabeças abaixadas

- Eu espero que o tratem bem durante o curto período que ele ficará aqui. E caso desobedeçam, eu saberei e virei pessoalmente os castigar. - Ela falou com olhar severo

- Entendido!!!

- Obrigado, mas... por que está me ajudando tanto? - Olhei por cima do ombro

Ela apenas levou o dedo até a boca em sinal de silêncio e disse...

- É segredo. - Sorriu antes de desaparecer em um brilho junto das vinhas na fonte

Depois disso, na prefeitura, eu estava sentado em um sofá de frente para o prefeito e o delegado. O prefeito era um homem já idoso, de cabelo grisalho curto, barba volumosa e terno. Parecia ser uma boa pessoa

- Eu falo em nome de toda população desta cidade quando peço mil perdões pelo transtorno que lhe causamos, senhor Akira. Agora que sabemos que nossa deusa o reconhece como herói, nós sentimos muita vergonha e arrependimento pela forma da qual tratamos o senhor.

- Por favor, prefeito, não me chame de senhor. Só Akira, por favor.

- E-Então, Akira, como pedido de desculpas, estaremos o fornecendo sete mil rea e os melhores aposentos de nossos melhores hotéis para quando visitar nossa cidade. Além de ter sempre um desconto especial em qualquer compra. - Falou ele enquanto o delegado colocava um saco cheio de moedas douradas com bordas prateadas na mesa

Cinco moedas de bronze equivalem a uma de prata. Cinco de prata equivalem uma de ouro. Cinco de ouro equivalem a uma de platina. O rea é a moeda mais alta que existe, pelo que falam os livros, já que equivale a 20 moedas de platina cada uma. E sete mil é um número muito grande

- N-Não precisa de tudo isso. Sete mil rea é muito dinheiro! Eu não preciso de tanto!

- Por favor, aceite. É nosso pedido de desculpas e também uma cortesia, já que você é um herói reconhecido por nossa deusa. - Insistiu

- E-Então, tudo bem... eu acho... - Aceitei e peguei o saco, colocando-o na minha mochila

- Permita-me acompanhá-lo até seus aposentos... - Disse o delegado andando até a porta

- Não, senhor. Eu estou saindo da cidade hoje mesmo. Se eu ficar muito tempo em um lugar, outros lugares podem sofrer. - Falei ao me levantar

- Mas será apenas por essa noite.

- Perdão, mas não posso. Meu dever me chama e tenho a obrigação de cumprir com ele. - Andei até a porta e a abri - Prometo que em algum momento voltarei para cá. Mas por agora, estou de partida. - Sorri e saí de lá

Narração Pov:

Após sair da cidade, antes de continuar sua jornada, ele voltou para a floresta, onde a deusa apareceu sem que ele entrasse lá

- Obrigado pela ajuda, senhorita Llady! - Se curvou e levantou a cabeça sorrindo - Espero que nos encontremos de novo! - Disse antes de correr, seguindo sua jornada

- Ah... - Suspirou - Ele me disse que eu nunca veria você, mas parece que ele se enganou. - Sorriu, colocando a mão no peito - Espero que nada de muito ruim ocorra em sua jornada e que você volte bem. - Olhou para o céu, que estava laranja pelo por do Sol - Espero o ver de novo também, meu afilhado querido.