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Era dos Deuses

Wander_Siqueira
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Synopsis
Uma nova era está por vir, uma era "perfeita", onde os deuses finalmente governarão, como sempre deveria ter sido. Acompanhe essa nova era aos olhos de Oliver, o filho de um lenhador.
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Chapter 1 - O Trabalho no Bosque

É lindo de se ver, sentado sobre a grama da colina, como as árvores se mexem juntas para um mesmo lado como se fossem um grupo de dançarinas cheias de técnicas, embora seja só o vento forte.

O sol da manhã é realmente forte de se ver, mas o vento frio batendo sobre minha pele não me permite sentir seu calor, pelo menos não ainda, já que o dia literalmente acaba de começar.

Fazia um tempo que eu não acordava tão cedo, para ser honesto. Mas realmente, vale a pena. Me sinto mais enérgico, o dia parece mais belo e ainda por cima posso tomar o meu café da manhã sem ter que comer só as sobras.

Meu momento distraído em pensamentos e nas paisagens é interrompido por meu pai, que põe a mão em meu ombro e senta do meu lado.

- "Oliver meu filho, temos que começar o trabalho logo. Sabe como é, os tempos estão difícies e você precisa ajudar a família."

Disse meu pai, o senhor Roberto, mais conhecido como "Seu Roberto lenhador", o mais produtivo dos lenhadores de nossa humilde aldeia, que fica nas fronteiras do Reino de Elrenor.

Então eu assinto com a cabeça, levanto-me e sigo a meu pai, até o bosque, com meu pequeno machado, que para meus braços fracos de um menino de 14 anos, pesa mais que o machadão de meu pai.

Quando começo a bater com o machado na mesma árvore grossa de meu pai, meus braços queimam e eu me canso depressa. Então ele me aconselha a ir para a outra parte do bosque e cortar as árvores finas.

Assim eu fiz. Fui para a parte mais externa do bosque, e prossegui derrubando minha primeira árvore bem fina, o que me fez sorrir genuinamente, embora todo suado e vermelho.

Tempos depois, estava já com 5 troncos, limpos e descascados, preparados para serem levados para a aldeia. A fome mexia minha barriga, e o cansaço movia-me as pernas.

Deixando os troncos empilhados no chão, fui ao bosque atrás de meu pai, sem encontrá-lo. Tentei lembrar do caminho que haviamos tomado antes, mas não achava-o. Até que vejo um toco de madeira fresca, o que significa que meu pai esteve ali há pouco.

Comecei a correr atrás de meu pai, gritando seu nome até que respondesse. E então... Achei meu pai.

Lá estava o senhor Roberto, com seu machado sujo de sangue, lutando com um urso mediano. Havia sangue em suas roupas também, mas não sabia eu se era sangue dele ou do animal, visto que o animal estava já ferido.

- "Pai!"

Acabei gritando desesperado, o que distraiu meu pai, que olha para trás.

- "Fuja daqui!"

Disse ele voltando a atacar o urso com o machado, cortado a lateral do animal, que respondeu tentando mordê-lo.

Com extremo medo, corri de volta à aldeia para procurar por ajuda.

Chegando lá, fui falar com um amigo de meu pai, outro lenhador confiável e ágil, o senhor Erick. Pelo visto ele estava voltando de seu trabalho, pois estava bem cansado visivelmente.

- "Senhor Erick! Socorro!"

Ele olha para trás, com sua grande barba loira tapando suas expressões, elevando uma sobrancelha.

- "O que foi Oliver? Está ferido?"

Eu balanço que não, e tomo fôlego para falar, mesmo com o coração disparado.

- "Meu pai! Sendo atacado... Urso!!!"

Não precisei dizer mais nada, Erick parece ter de imediato recuperado sua energia por completo, sua feição de cansaço sumiu, erguendo seu machado.

- "Mostre-me onde ele está!"

Disse ele pronto para abater o animal.

Mostrei-lhe o caminho e chegando lá, o urso estava morto no chão, mas havia um rastro de sangue partindo mais adentro do bosque.

Após confirmarmos a morte daquele maldito urso, eu e o senhor Erick seguimos o rastro de sangue. Erick com seu machado erguido e pronto para caso outra ameaça surgisse.

Enfim, chegamos num lugar onde uma misteriosa luz verde brilhava por detrás dos troncos e das folhas que nos cercavam.

Devagar passamos os arbustos para ver, que era um como de silhueta humana feita de luz verde, que tocava meu pai, fazendo-o ser totalmente curado e revigorado. Sim, eu e o senhor Erick vimos suas feridas fecharem com a luz verde que saía daquele ser misterioso.

Mas então, o ser desaparece, e meu pai se ergue do chão, estralando as costas e seguindo de volta para fora do bosque. Eu corro para abraçá-lo.

- "Pai! Pensei que fosse perdê-lo..."

Meu pai lança o machado no chão e se ajoelha chorando para me abraçar.

- "Não se preocupe filho... Eu fui curado por um anjo!"

Erick arregalava os olhos desacreditado. Um anjo? De qual deus? Aquilo era bem estranho. Não era comum que os lendários e míticos anjos interviessem ou intercedessem pelos mortais sem um motivo bem especial.

Então ele se aproximou de meu pai dizendo:

- "Legal Roberto, mas como assim um anjo? Aquilo não se parecia com um."

Meu pai largou de mim e se pôs de pé.

- "Esqueça a ideia de anjos humanizados e de carne, eles são seres de luz superiores..."

Erick dava uma risada e pensava antes de fazer uma boa pergunta.

- "E por que ele te ajudou?"

Claramente não era só por bondade própria ou divina, pois meu pai estava meio preocupado em responder.

- "Bem, pelo que parece, ele me salvou para que eu tivesse um novo propósito... Defender a natureza. Inclusive, não poderemos mais cortar árvores aqui."

Erick pegava o machado que Roberto jogou no chão.

- "Tudo bem então. Se é isso que aquele ser queria, então assim será. O importante é você estar bem, amigo. Vamos embora."

Assim, voltamos para a aldeia, e contamos essa história ao redor da fogueira. Ninguém senão minha mãe, dona Marta, que confiava totalmente em mim e em meu pai.

Mas, antes de irmos dormir, com o cair da noite, meu pai deu um aviso a todos, que de maneira alguma deveriam cortar uma árvore sequer do bosque, nem caçar animal algum de lá, pois era território sagrado do deus Natureza.

Com tudo isso em mente, foi realmente difícil dormir, mas por fim, o cansaço de ter cortado aqueles troncos falou mais alto... Espere, os troncos! Eu esqueci os troncos lá perto do bosque... Bem, embora não possa cortar árvores, vou até lá amanhã buscar os meus troncos, pois foi difícil obtê-los.