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Chapter 52 - Estou me casando

Assim que o contrato foi assinado e definido em pedra, Lina voltou para casa com uma cópia própria. Não era uma certidão de casamento, mas definitivamente era algo melhor que isso. Um contrato que nem mesmo o Tio dela poderia quebrar. Especialmente com o nome do Jovem Mestre DeHaven nele.

Lina estava sinceramente surpresa. Ela não achava que Kaden a deixaria voltar para casa tão tarde. Kaden havia organizado para que seu motorista a levasse em casa.

Lina entrou pela porta da frente, perdida em pensamentos.

"Onde você estava, jovem senhora?" Uma voz perguntou afiadamente.

Lina levantou a cabeça para ver que era Milo encostado num criado-mudo com um vaso em cima. Ele estava de braços cruzados e com o queixo erguido. Ele tentou parecer autoritário. Bem, tão autoritário quanto um menino de dezoito anos poderia ser.

"Fora." Lina deu um sorriso ao mordomo quando ele se aproximou com uma toalha quente para limpar suas mãos.

Lina percebeu que havia farinha na camisa azul de Milo. Ele deve ter ficado assando até tarde da noite, preparando massa para o café da manhã do dia seguinte. Seu irmão era um padeiro incrível.

"Oh meu Deus, sério?!" Milo perguntou com uma voz estridente. "É quase como se eu não tivesse acabado de te ver entrar pela porta da frente às—oh, sei lá," ele checou seu pulso. "Uma da manhã!"

Lina revirou os olhos. "Quem é o irmão mais velho aqui?"

"Deve ser eu," Milo zombou. "Eu deveria ter nascido antes de você, assim poderia te atazanar mais livremente."

"Eu ainda daria um belo soco mesmo se você tivesse nascido antes," Lina retrucou, subindo a escadaria principal que levava ao seu quarto.

"E não deveria ser papel do pai questionar por que cheguei tarde em casa?" Lina perguntou, mesmo sabendo onde o pai deles estava—apagado feito um cordeiro às nove da noite.

"Claramente o pai está todo enfiado na cama com pijamas, então a responsabilidade tem que cair em alguém," Milo declarou, gesticulando grandemente para si mesmo.

"Yeah, bem, você está fazendo um trabalho lamentável nisso," Lina falou sem emoção, virando a esquina e entrando no seu quarto, com uma pasta manila debaixo dos braços. Ah sim, esses empresários e seu gosto por essa pasta feia.

"O que é isso?" Milo perguntou, apontando para a pasta debaixo do seu sovaco. Ele apostava que estava fedida.

"Coisas de adulto," Lina afirmou.

"Ah, qual é, eu tenho dezoito e sou legalmente adulto," Milo zombou.

Lina parou. Milo seguiu.

"O que?" Milo perguntou quando Lina o olhou seriamente por um bom tempo.

Lina apertou os olhos e teria sacado uma lupa se pudesse.

"Hmm… não, ainda nenhum bigode ou pelo de barba," Lina disse. "Definitivamente ainda uma criança."

Milo arregalou os olhos para ela como se ela tivesse ofendido ele, sua vida, sua família e as vacas dos seus antepassados!

"Retire isso agora mesmo, Lina Yang!" Milo gritou, apontando um dedo acusador para ela como se ela tivesse roubado a alegria dele.

"Não tenho o que retirar se é a verdade," Lina disse numa voz cantarolante, felizmente entrando no seu quarto e batendo a porta na cara dele.

Lina sentiu uma sensação de satisfação se espalhar no peito, feliz por ter ganhado uma briga com seu irmão mais novo. Era tão mesquinho quanto ela poderia ser.

"Bem, só por isso, eu não vou te contar a fofoca quente que eu acidentalmente ouvi de um passarinho!" Milo gritou para o quarto dela, chutando as portas brancas com raiva. Quando viu que seus sapatos deixaram uma marca, ele sorriu. De repente, seu alarde sumiu.

Droga. As empregadas teriam que limpar aquilo amanhã. Provavelmente seria alguma iniciação cruel que elas diriam às novas empregadas fazer... E ele esperava que não fosse a bonitinha que o encarou mal-humorada de manhã.

"Droga," Milo resmungou, rapidamente ajoelhando-se para limpar a sujeira das portas.

Foi então que as portas se abriram.

"Oop!" Milo quase caiu para frente, mas rapidamente se segurou.

"O que você está fazendo de joelhos na frente da sua própria irmã? Nojento," Lina murmurou. "Vai treinar seu pedido de casamento em outro lugar!"

Lina o enxotou como se ele fosse um cão chato.

"Você quer ouvir a fofoca ou não?!" Milo exigiu, levantando-se e olhando para ela com raiva. Ela tinha muita sorte de terem apenas um irmão, ou nenhum deles seria o favorito do outro.

"Eu não sei, não converso com pássaros," Lina falou sem emoção.

Milo a encarou com raiva, desejando que ela tivesse nascido menino para que ele pudesse bater nela, ao menos uma vez.

"Tá bom, tá bom, me conta," Lina riu, dando-lhe um tapinha nas costas. Se a reação dele às provocações dela não fosse tão hilária, ela faria isso menos.

"O Tio veio fazer uma visita hoje quando você supostamente não apareceu no escritório dele," Milo disse.

"E?"

"E é só isso porque você estava sendo tão rude comigo," Milo se gabou, cruzando os braços e sorrindo vitoriosamente para ela.

"Só me conta," Lina gemeu.

"Não."

"Milo," Lina apertou os dentes.

"Sim?"

"Estou falando sério," Lina avisou.

Lina estava pronta para bater em Milo com suas chinelas. Era assim que todas as crianças deveriam ser criadas. Infelizmente, ele tinha sido muito mimado como o irmão mais novo para ter essa vida.

"Tá bom," Milo cedeu. "O Tio estava frustrado com você por ter faltado a refeição. Ele ficou ainda mais enfurecido quando soube que você foi sequestrada pelo Kaden e depois desmaiou nos braços dele. Depois, ele ficou furioso após ouvir que o Pai permitiu que o Kaden te tratasse."

Kaden pediu permissão? Lina se sentiu tocada—mesmo que fosse o mínimo. Algumas pessoas nem o mínimo recebiam.

Lina não achava que Kaden faria uma coisa dessas. Além do mais, o pai dela concordando? Quais eram as chances de isso acontecer no mesmo dia?

"O Tio exigiu que você voltasse para casa, mas o Pai recusou, dizendo que você era uma moça grande agora e poderia lidar com isso sozinha," Milo disse.

"Isso é surpreendente," Lina admitiu. "O Pai raramente vai contra o Tio."

"Eu sei," Milo concordou. "Eu não podia acreditar nos meus ouvidos, mas acho que o Avô teve algo a ver com isso."

Lina congelou. Ela previu que o pai descobriu sobre o casamento forçado criado pelo Tio dela, onde apenas ele se beneficiaria.

As palavras de Kaden vieram à mente dela. 'Ele nem tem tutela sobre você. O que te faz pensar que ele tem o direito de te casar?'

"O Pai deve estar furioso com a decisão do Tio," Lina pensou alto.

"Que decisão?" Milo perguntou ingenuamente.

Lina se contorceu. "Parabéns, Milo, o Avô não vai te perturbar mais por bisnetos."

Milo piscou. "Hã?"

"Vou me casar."

Milo desmaiou.