O coração de Lina caiu no estômago. Ela não sabia o que dizer. Ela já sabia a verdade, mas ouvir isso de sua boca era muito diferente. Especialmente quando ela sabia como ele a adquiriu.
Quase como se sentindo sua distração, Kaden apertou os braços ao redor dela, puxando-a ainda mais para perto de seu corpo.
"Não fique ferida quando você pediu a verdade com sua própria boca," Kaden lembrou-a, sua voz baixa em advertência.
Lina apertou o punho na camisa dele, de repente querendo partir. Mas ela sabia que a verdade era inevitável. Ela não tinha o direito de ficar irritada, especialmente quando ela foi quem perguntou, apesar de saber de tudo. Foi por isso que ela tentou acalmar seu coração dolorido.
"Você gostou?" Lina perguntou.
Kaden levantou uma sobrancelha. Ela realmente queria saber? "Como você acha que eu gostei?"
Lina franziu a testa, suas sobrancelhas tautas com sua pergunta.
"Você realmente está perguntando isso quando está sentada no meu colo?" Kaden disse secamente.
A cabeça de Lina se ergueu. Ela de repente se conscientizou de sua posição, sua resolução anterior e o que ela deveria fazer — fugir dele. Olhando em seus olhos escuros e perigosos, ela foi lembrada de seu futuro.
Dela em um vestido de noiva, ajoelhada diante de um altar vazio e soluçando. Seus dedos tremiam e ela tentou sair de seu colo, mas seus braços envolveram seu corpo.
"E para onde você acha que está indo?" Kaden exigiu, seu olhar passando para o local amassado em sua camisa branca.
"Isso me lembra, por que você está tão desesperada para fugir de mim?" Kaden perguntou.
"Você parece saber tudo sobre mim. Por que você não entende uma dica?" Lina disse, empurrando seu braço.
Kaden a soltou instantaneamente. O espanto preencheu sua expressão.
"Se você quer ficar, se você quer partir, tudo depende de você," Kaden disse devagar. "Mas lembre-se, não há lugar neste mundo para onde você possa correr que eu não a encontrarei."
Lina não entendeu. "Por que você parece tão obcecado por mim?"
Kaden tocou a lateral de sua cabeça. "Use essa coisinha bonita e pense por quê. Você e eu sabemos que você sabe a resposta."
Lina pressionou os lábios juntos. Ela sabia por que ele estava intrigado por ela. Ela sabia por que ele era um invasor de encontros. Mas ela apenas não achou... que ele se lembraria dela após todos esses anos.
Lina não achou que ele a encontraria novamente, após as centenas de anos que se passaram.
"Você sempre significou muito mais para mim do que você pensou inicialmente, Princesa," Kaden informou-a.
Kaden olhou para sua expressão perturbada, seu polegar escovando contra seu pescoço novamente, onde deveria haver uma cicatriz, mas não havia. Claro que não.
Lina renasceu em outro corpo, e ele ficou com as lembranças assombradas de seu amor.
Kaden se perguntou se ela se lembrava. Lembrada do juramento de amor, o juramento que uniu a Princesa favorita do reino inimigo com o Príncipe menos favorito. Tudo isso estava no passado, não estava?
"Se eu significasse tanto para você, você teria me escutado," Lina disse friamente, olhando-o feio. "Se você tivesse, a guerra não teria—"
"Apenas lembre-se exatamente pelo que a guerra foi feita," Kaden disse calmamente, apesar das chamas em seus olhos. Era fogo contra gelo.
A mera menção daquela maldita batalha fez seu sangue ferver. Ele tinha ganhado tudo, mas também tinha perdido tudo.
Os olhos de Lina brilharam. "Poderia ter parado se você tivesse—"
"Se eu tivesse o quê? Me rendido e entregue você?" Kaden rosnou, agarrando seus ombros.
"Nunca," Kaden sibilou. "Jamais."
Lina repreendeu seu estômago por palpitar. Ela se recusou a acreditar nele. Se recusou a pensar que seu decreto como Princesa não influenciaria dois Comandantes teimosos.
E ainda assim, aqui estão eles.
Ela renasceu e ele era imortal. Eles não deveriam ter cruzado caminhos no museu, mas ela não podia admitir isso.
Uma parte dela estava feliz. Feliz por tê-lo visto novamente, saudável e vivo. Mas uma parte dela também se sentiu culpada. Culpada por ter escolhido o caminho mais fácil.
"Me desculpe," Lina finalmente disse.
A dor em seu peito a lembrou disso. Era como se estivesse sendo submersa na água sem saída. Seus olhos se umedeceram com a realização de que um movimento de seu pulso tinha iniciado e terminado um dos maiores juramentos de amor já feitos.
"Você sempre significou o mundo para mim, minha querida pomba. Quando você não era nada além de cinzas no vento, o chão desmoronou sob mim. Você não sabe o que eu fiz para ter você de volta em meus braços, enquanto tudo que você precisava fazer era respirar," Kaden sussurrou.
A cabeça de Lina se ergueu. Ela de repente voltou a pensar em seu pesadelo, o dia em que havia voltado do encontro no museu com Everett. Eles estavam em um reino que parecia o Céu e ele foi visto com ela, mas em roupas completamente diferentes. Ela queria perguntar, mas temia a resposta.
"Chegamos," Kaden disse secamente.
Lina olhou pela janela para ver que ele não estava mentindo. Eles estavam agora estacionados em frente aos portões que levavam à sua mansão. Os portões estavam trancados com um sistema de segurança altamente avançado.
Foi então que Lina percebeu que ainda estava em seu colo. Apesar de sua posição, ele ainda se sobressaía sobre ela.
"Você foi minha ruína," Lina finalmente disse a ele.
Lina deslizou para fora de seu colo e ele a olhou.
"E você foi a minha." Kaden acariciou seu rosto, enxugando a lágrima antes que caísse.
Kaden soltou uma risada áspera. Pareceu suave aos ouvidos dela.
"E aqui estamos nós," Kaden disse. "Na mesma posição, mas em uma era diferente. Desta vez, não vou deixar você ir tão facilmente quanto nas muitas vezes antes deste momento."
"E o que você quer dizer com isso?" Lina perguntou.
O canto dos lábios de Kaden se curvou em um sorriso. "Você vai entender, em breve, minha querida pomba. Agora vá embora."
Lina abriu a porta do carro e saiu. Ela se aproximou dos portões, onde a simples visão dela seria suficiente para ter um motorista vindo da Segunda Mansão até onde ela estava.
Lina ficou surpresa quando sentiu uma presença atrás dela. Ela virou-se, sobressaltada ao sentir suas costas tocando o peito de Kaden. Flashes dispararam ao lado dela e ela endureceu. Mas ao contrário de Everett, Kaden deslizou uma mão por sua cabeça e bloqueou seu rosto.
"Está tudo bem," Kaden murmurou.
Kaden levantou a cabeça e lançou um olhar de advertência para os fotógrafos, que os tinham seguido do shopping até aqui.
Os fotógrafos tremeram nas botas. Que olhar feroz... Era como olhar nos olhos de um leão e desafiar o Rei da Selva.
Imediatamente, os paparazzi fugiram da cena, temendo por suas vidas.
"Um dia, você vai me dizer por que você está aterrorizada com luzes piscando," Kaden disse, seriamente. "E um dia, eu vou destruir as pessoas que fizeram isso com você."
Lina não sabia o que dizer, mas não duvidava de suas palavras.
"Não," Lina sussurrou. "Um dia, eu vou acabar com eles com minhas próprias mãos."
Os lábios de Kaden se curvaram para cima. "Bem então, vamos fazer uma corrida?"
"Não é uma corrida se o vencedor é evidente," Lina murmurou.
Lina estava grata por ele estar dizendo algo para distraí-la antes de sua cabeça começar a doer novamente. Por que ela não conseguia se lembrar do que causou esse medo? Por que as pessoas sabem de seus segredos antes que ela mesma?
"Seu carro está aqui," Kaden informou-a. Os portões abriram e um veículo parou na frente deles.
"Vamos agora," Kaden instruiu.
Kaden a escoltou até o carro, seu corpo grande bloqueando o seu pequeno. Ele abriu a porta e colocou uma mão no capô para manter sua cabeça segura.
Uma vez que Lina estava segura dentro do carro, ele segurou a porta. O rosto dela ainda estava em branco.
"Lina," Kaden chamou.
Lina se sobressaltou. Ela levantou a cabeça e olhou para ele.
"Esse é o meu nome," Lina murmurou, ganhando uma risada suave dele. "Não o use demais."
Kaden levantou uma sobrancelha divertida. Ela olhou em seus olhos, e ele sentiu algo se deslocar em seu peito novamente. Ele deve estar pegando alguma doença cardíaca.
"Prepare-se para amanhã," Kaden disse a ela.
Após os eventos desta manhã, as fotos que ousavam reivindicar que Lina pertencia a outro homem, Kaden tinha decidido. Ele iria fazer exatamente o que matou a maioria dos homens DeHaven — tomar o que não deveria pegar.