Chapter 2 - O reencontro.

A história em que nos tornamos os três mosqueteiros.

Por: Nickname_Xd

Parte 1:

Passou-se um mês desde que reencarnei, e devo afirmar, foram os mais longos e terríveis dias, ser um bebê é pior do que todos os combates e missões que enfrentei na minha primeira vida! Após o choque de realidade e descobrir que me tornei um recém nascido, a única coisa que me restava era esperar pacientemente, afinal, nem minha visão me servia de alguma coisa.

Felizmente, não demorou muito tempo até que eu me reajustasse a está nova vida, além do fato de me tornar uma máquina de cagar e mijar, eu descobri que minha nova mãe chamava-se "Aurora Ember", um nome de certo modo, elegante, não? Combinava com a mulher que ela era, elegante, porém furiosa, não comigo, é claro, mas sim com meu pai, cujo dito chamava-se "Dinho Ember", seu cabelo eram curto, além de ser preto como carvão, no entanto, seus olhos contradizem sua anatomia de brutamonte, eram acastanhados e demonstram imaturidade, ele era barbudo até demais, contradizendo mais ainda seu modo de agir perto de minha pessoa e de Aurora, minha mãe.  Dinho estava sempre acompanhado de duas espadas, geralmente esse era um dos motivos de Aurora brigar com meu pai, pois ele só se aproximava quando estava sujo e com suas armas em mãos, feliz por me ver mais uma vez no fim do dia.

E sim, o ambiente era totalmente diferente do meu costume, uma Era mais medieval, isso respondia o fato de usarmos velas, ou pelo fato de Dinho utilizar espadas tão antiquadas comparadas com as saibers de meu antigo mundo. Por mais que isso me assustasse no início, era fácil de se acostumar, ousaria até em dizer que era melhor do que as situações em que me encontrava na mocidade lá no outro mundo...

(AH... DROGA!)

Pensei me contorcendo para o lado, estaria deitado então a dificuldade era menor do que o normal, no entanto, meu agir era idêntico ao de uma tartaruga virada de barriga para cima... Meu desespero era presente por causa da maldita bomba acoplada no que chamo de bumbum, certamente um dos arsenais mais letais de uma máquina de fazer cocô ambulante! E com o ativar desta habilidade, uma berserker aparece como se tivesse um sentido sobrenatural para essas coisas nojentas.

"Owww! Meu bebezinho fez caquinha,  fez?"

Proclamou Aurora me virando novamente, aquilo era desrespeitoso, minha vontade de levantar e sair correndo era tremenda! No entanto, era impossível com essas perninhas de rato... Enquanto tratava de minhas necessidades, encarei-a com desdém, creio que ela compreendeu errado, pois sua reação foi apenas apertar minha bochecha com afinco, deixando-me levemente envergonhado.

"Eu não aguento essa sua carinha de amor! Como recompensa..."

proferiu tais palavras erguendo sua mão esquerda.

(Novamente aquilo?)

Pensei comigo mesmo, certamente outra coisa que me assustou à princípio, e que devo afirmar que ainda me assusta sempre que presencio. Com o erguer de sua mão, símbolos formaram-se,  a pronúncia de algo milenar que nem mesmo eu poderia compreender, algo inimaginável e ilógico, a formação de pequenas esferas avermelhadas que eram quentes, porém reconfortantes devido seu uso com grande maestria... aquilo era magia! Meus olhos observam aquilo em grande admiração, por mais que já fosse a quinta vez que ela tenha usado isso nesta semana.

Após aquele truque, minha mãe partiu para o desconhecido (no caso, ela apenas saiu do alcance de minha visão...), a magia parecia ser um dos princípios fundamentais deste mundo, Aurora utiliza das chamas constantemente para coisas do dia a dia, suas habilidades com o fogo eram impressionantes. Presumo que haja outros tipos de magia, com outras primícias,  pensei na hipótese que meu discernimento da língua geral de meus pais seja devido algum tipo de magia,  isso me torna tecnicamente um mágico, não?

Bem,  fora meu discernimento com as línguas, eu não consigo me comunicar com meus pais, meu corpo não obedece boa parte de meus comandos, talvez isso seja uma das consequências de ser um maldito bebê. Ser paciente era um porre, pois além de aprender a usar de meu corpo como antes, devo também aprender sobre a cultura deste novo mundo e saber se Bael e Priest reencarnaram juntos comigo, com certeza será difícil, mas não posso desistir antes mesmo de tentar... claro, caso eu consiga uma folga neste meu percurso, talvez aprender sobre magia seria um bom hobbie, isso se for possível.

ficar acordado esperando o dia passar não era uma boa tática, sabendo disso, me deitei bruscamente e fechei meus olhos, rapidamente pegando no sono.

Parte 2:

(ISSO!!!)

Comemorei no fundo de minha mente... passaram-se 6 meses, demorou bastante, mas até que enfim meu corpo demonstrou algumas mudanças significativas! Na minha vida passa eu tive diversas conquistas, entretanto, nada se compara com a que acabara de conseguir. Neste exato momento, estou engatinhando!

"Esse é o meu garoto!! Grande Klaus!!!"

Proclamou meu pai em grande alegria, torcendo pelo meu progresso árduo e incomum. Por mais que fosse estranho no início, meus pais escolheram "Klaus" como meu novo nome, o pior é saber que eles demoraram quatro meses para escolherem isso, certamente tenho uma família esquisita.

Fora o meu nome, também descobri que meus pais são o que chamam de "aventureiros", no caso,  apenas Dinho, após meu nascimento, parece que minha mãe parou com este ramo, de todo modo, isso quebrou bastante minhas expectativas sobre aqueles dois, minha imaginação fluía naquele maldito berço, e pensar que ao invés de heróis e lendas, meus pais eram apenas aventureiros errantes.

Falando em heróis, pelo visto neste mundo há algo semelhante, acompanhados de demônios, dragões e outros seres que no meu mundo seriam considerados frutos de uma mente perturbada e destruída por ervas. Com as informações concedidas pela minha mãe, através de historinhas de ninar, os heróis são: Damião de leviatan, César de Beemote,  Eleni de Fênix e Dimitra de Simurgh.

Os heróis deste mundo são mortais que ascenderam à um plano superior, suas capacidades com a "mana" é tão auto suficiente que são capazes de acabar com regiões inteiras com um único ataque, infelizmente, eu não sei o que diabos é mana! Aurora certamente não é uma boa contadora de história, não me assustaria se tudo que ela falou fosse uma grande mentira, no entanto, sua tentativa em me distrair, me alegra bastante. Continuando, os heróis vieram de diversos cantos do mundo, escolhidos a dedo por uma divindade, quando ouvi falar sobre isso, pensei na possibilidade de ter sido escolhido por um desses deuses para reencarnar, isso me dá esperanças que Bael e Priest também foram escolhidos... sabe, era uma promoção imperdível.

Minha mãe parece gostar mais dos heróis do que dos deuses, vendo que a mesma não citou muito sobre as divindades no geral, talvez isso seja apenas uma prova que suas histórias não apresentam consistência...

Voltando com o assunto primordial, enquanto Dinho admira meu rastejar patético, eu, como um grande guerreiro, não iria me contentar só com aquilo, aproveitando que minha mãe não estava na sala, talvez estivesse fora de casa, então sabia que era a hora certa de me arriscar! Com uma força tremenda, me ergui bruscamente, a evolução humana!

"Uaaaaa!"

Proclamei como um troglodita enquanto levantava meus braços, podia eu escutar Dinho resmungar palavras de desespero e orgulho, uma mistura tão descomunal que era incapaz de discernir quais letras foram usadas em seu vocabulário paterno. Prossegui com meu plano, olhei para meu alvo, um grande espelho próximo à um cômodo da sala, hoje será o dia em que saberei qual é a minha nova aparência! Meus primeiros passos foram dados com grande velocidade.

"Não, não!!"

Proclamou Dinho tentando avançar, eu não podia deixá-lo me acompanhar, acelerei meu corpo, e acredite, era extremamente difícil manter o equilíbrio com essa minha nova forma, talvez meu pai soubesse desse fato, por isso seu medo de tocar em mim, ou não, talvez ele só quisesse ver minha evolução como seu filho primogênito, hesitando em impedir meu progresso.

Não demorou para que eu alcançasse o espelho, tocando-o com meus dedos para me apoiar e equilibrar

(Finamente... uff uff)

Pensei, meus olhos se encontram com meu reflexo com o levantar de meu rosto, meus cabelos eram ruivos, com algumas mechas pretas, essa mistura de paletas se dava ao fato de ser filho de Aurora e Dinho... menos mal, seria horrível ser um bastardo logo na minha segunda vida. Prosseguindo com a análise de meu corpo, notei que meus olhos eram totalmente diferentes um do outro, nada como ser vesgo(felizmente), mas sim a mudança de cor entre eles, o esquerdo tinha a iris avermelhada assim como de minha mãe, o direito tinha a iris acastanhada, semelhante aos olhos de meu pai.

Minha admiração pelo meu novo corpo não durou muito, a aura de algo nefasto emana pela minha retaguarda,  alguma criatura me observa a espreita!? Pelo gaguejar de meu pai, notei que o assunto era sério, antes que pudesse reagir, meu corpo foi pego por trás, sendo erguido e virado em direção ao que parecia ser a nefasta besta...

"Mamãe!"

Falei com grande maestria para a criatura, uma das minhas habilidades que desbloquei neste mundo, isso mesmo! A capacidade de falar.. no entanto, meu vocabulário ainda é retrógrado, então pratiquei apenas uma única técnica diversas vezes, meus olhos demonstram o ápice da fofura, nocauteando qualquer besta do tipo "mãe", acompanhado daquela palavra e com meus braços levantados em direção ao seu rosto, tudo que Aurora poderia sentir seria amor!

Ela me abraçou firmemente, seus braços eram fortes demais para uma mulher daquela idade, ou talvez meu corpo fosse fraco demais ainda... de todo modo, ela soluçava mais que uma criança, era até irônico, não?

"Meu homenzinho!! Eu nem pude ver seus primeiros passos..."

Proclamava ressentida,  a angústia tomava meu coração, minha ignorância foi um grande erro, não imaginei que houvesse tais consequências minhas ações, de maneira rápida e discreta,  tentei piscar e balançar minhas mãos para meu pai, entretanto, sua imbecialidade era tremenda,  a ponto de não compreender meus sinais, no caso,  meu código soava, como: "Rápido, abrace ela e seja o cara!"

"HAHA! ESSE É MEU FILHO MESMO, NÉ NÃO,  AMOR?!?!? ELE APRENDEU RAPIDÃO,  OLHA!"

Falou Dinho tentando tirar o seu da reta, suas mãos estavam na cintura e ele inclinava-se para trás, estufando o seu peitoral enquanto ria de orgulho, ou talvez uma risada forçada... eu certamente não compreendia aquele homem.   Aurora não reagiu muito bem aquilo, ela virasse rapidamente e batia na cabeça de meu pai com sua mão direita, e com a esquerda me segurava com delicadeza e firmeza, sua força era tremenda a ponto de derrubar Dinho com facilidade.

(Descanse em paz, guerreiro!)

Pensei enquanto fazia uma reza para aquele pobre homem. De todo modo, Aurora me levava para fora de casa, enquanto andava, Dinho tentou a impedi-la ainda no chão, segurando seu calcanhar

"Onde você está levando ele???"

Perguntou desesperado, não posso culpa-lo, seria minha primeira vez indo para o mundo a fora, para ser sincero, até eu estava um pouco tenso, o que levou minha mãe de tomar aquela decisão? A mesma não respondeu a pergunta de Dinho, apenas virou seu rosto, sorriu e observou-o com brilho em seus olhos escarlates, aquela mulher certamente tinha algo em mente, e parecia me envolver...

"Gulp!"

Engoli seco, um evento inesperado, quais táticas terei que usar lá fora? Enquanto pensava nisto, ela abria a porta, então rapidamente me virei, encarando Dinho que já teria largado o pé de minha mãe. Fiz um sinal de socorro com as mãos, abrindo e fechando elas rapidamente e com um olhar de choro, no entanto, foi em vão.

~ Boa sorte, guerreiro! ~

Sussurrou acenando para mim... aquele maldito! Porém já era esperado por parte dele, fui levado para fora, olhei para Aurora com dúvidas, diferente de meu pai, ela compreendeu minha expressão facilmente.

"Meu homenzinho é um prodígio! As outras mães vão chorar de inveja!!!"

Proclamou com um sorriso maligno no rosto, no fim, minha preocupação foi atoa, ela só queria se gabar para as outras mães, uma parte de mim diz que isso é até cruel, não? Minha mente já desenvolvida me ajudou a acelerar minha evolução, então comparando com outras crianças, notavelmente eu sou superior...

Não demorou para chegarmos no nosso destino, durante o percurso, pude ver que morávamos em um pequeno vilarejo, algumas pessoas andavam com roupas simples, outras andavam trajadas de armaduras e armas imensas, admirei boa parte dos arsenais, a ponto de minha mãe notar e acariciar minha cabeça com delicadeza, mas sua voz demonstrava fúria.

"Você não está na idade para gostar dessas coisas"

(Gulp!)

Os arrepios voltavam, eu tenho pena dos inimigos de minha mãe... de todo modo, quando chegamos no local, pude notar que era apenas um campo esverdeado, um pouco afastado das casas do vilarejo, de longe já era possível ver o que seriam as outras mães que a minha desejava tanto derrotar, obviamente, me utilizando como principal arma.

Mães são assustadoras em diversos aspectos, a velocidade em que elas se aproximaram foi avassaladora a ponto de, eu, um guerreiro apto a diversos combates, não conseguir reagir perfeitamente, sendo sincero, eu só notei a aproximação de tais criaturas no momento que minha bochecha foi apertada e beliscada por duas mães sobrecarregadas pela minha fofura, felizmente eram as únicas.

Eu não pude discernir suas falas, eram um amontoado de elogios e mais elogios, Aurora apenas fechou os olhos e sorriu com arrogância, soava como "Vejam, fui eu que fiz, gostaram?", a primeira mãe tinha cabelos roxos, sua pele era amorenada e seus olhos apresentam iris pretas... já a outra mãe era loira de olhos azuis, sua pele era branca até demais, mas não chegava a ser algo pálido. Enquanto minha mãe acalmava as outras, ela me colocava no chão, próximo dos outros dois garotos que estavam lá, na verdade, pareciam ser bebês também... não era perigoso deixá-los livremente ali? Quero dizer, eu entendo que estamos em uma Era medieval, mas isso já passou do limite!

De todo modo, não havia muito o que fazer além de bancar o idiota com os outros bebês, eu falaria nada e eles só se cagariam nas fraldas...

(Que saco!)

Pensei, enquanto coçava meu nariz com leve tédio estampado em minha face, aqueles dois bebês eram parecidos com suas respectivas mães, porém ambos incrivelmente me julgavam com seus olhos enfurecidos, poderia até dizer que eles tinham alma de seres rabugentos, mas não posso os criticar, afinal, eu que sou o rabugento.

"MAS QUE PORREEEEEEEEEEE!!!!!!"

Proclamou o bebê de cabelos roxos.

"Qualé, priest! É só um bebezinho estranho com cara de joelho, é só ignorar!!!"

Proclamou o outro. E com o proferir de palavras daqueles dois, me assustei profundamente aos compreender perfeitamente e mais ainda após ouvir o nome de Priest.

"BAEL?! PRIEST!?"

Falei espantado enquanto tentava me levantar, tentando ir em direção àqueles, o destino certamente brincou com as cordas da lógica para que nosso encontro ocorresse...

Terceira parte: só no próximo capítulo!