Chapter 3 - O reencontro².

A história em que nos tornamos os três mosqueteiros.

Por: Nickname_Xd.

Com a minha fala, que demonstrava grande espanto e felicidade, meu corpo se movia bruscamente em prol de se aproximar, pelo visto minha ação fora a ser recíproca por parte daqueles que demonstram do mesmo espanto que eu.

"Maninho!? Nem ferrando!!!"

Proclamaram em sincronia, com o avançar de nós três, colidimos nossos corpos, o abraço foi iniciado por minha parte, por mais que eu fosse menor, comparado com meus velhos amigos. Eles corresponderam ao abraço, a felicidade era esboçada em nossos rostos, certamente não seria a morte que separaria 28 anos de amizade, um laço tão forte capaz de alcançar até o outro mundo. O abraço não durou muito, afinal, no fundo já era possível ouvir as mães gritando que seus filhos se deram bem e que seriam grandes amigos... hã, de certo modo, não era mentira!

Não durou muito até que voltassemos a nos sentar na grama esverdeada, e quando ocorreu, tivemos uma conversa que matava nossas saudades e dúvidas, além de manter regras e limites nesta segunda vida que recebemos. Começando por mim, obviamente...

"Acho que não poderemos usar nossos antigos nomes quando formos conversar. De hoje a diante, podem me chamar de "Klaus Ember"

Proferi tais palavras cruzando meus braços, Bael e Priest não pareciam de acordo com minha fala. Bael desejava retrucar, quando tentou, foi impedido por Priest, que tomou a iniciativa.

"Novas vidas, novos nomes. Isso faz sentido, Klaus. Pode me chamar de Mouro Dunkelheit!"

Após a fala de Mouro, soltei um suspiro com uma risada impregnada em seu âmbito.

"Eu não vou me acostumar com essa bosta não, já vou avisando! Podem me chamar de Yagas!!! Yagas Cruz."

Apresentou-se Yagas, com seu aviso, tanto eu, quanto Mouro rimos, destruindo totalmente a postura de "durões" que tentávamos passar durante aquela conversa. Quando paramos de rir, olhei para aqueles dois e voltei a falar, haviam algumas dúvidas que me percorriam desde que nos reencontramos.

Após todo aquele bate-papo, descobri que meus compatriotas tinham 1 ano, isso me espantou bastante, isso significa que demorei mais tempo de nascer do que eles... pelo visto o conhecimento deles eram maiores que o meu, mas fazia sentido. Mouro vinha de uma família de magos, notavelmente seu conhecimento era apenas arcano, de acordo com o mesmo, tem algo haver com magia e suas variantes ou extensões, para ser sincero, aquilo me confundiu bastante. Yagas vinha de uma família de intelectuais, era até irônico, pois em sua vida passada, ele foi conhecido como o carrasco que usava suas mãos de arma, de todo modo, seu conhecimento aqui é sobre o mundo no seu geral, como, reinos, bestas e entre outras coisas.

"Certo, Certo! Mas como vocês conseguiram tantas informações!? Seus pais te contaram com tanta facilidade?"

Perguntei levemente curioso para aqueles dois.

"Eu só esperava os meus "pais" dormirem e invadia a sala de livros."

Respondeu Yagas, cruzando os braços e fechando os olhos, ele parecia orgulhoso de suas ações, sabendo como ele era, creio que ele achou que fosse alguma espécie de ninja...

"Hã... Eu fiz algo parecido."

Respondeu Mouro, que encarava indignado para o suposto ninja, sua reação expressava algo como "Esse corpo combina com tua mente!", logo em seguida, voltou sua atenção para mim novamente.

"Enquanto eu estudava sobre a magia, descobri que para criar ou projetar feitiços é necessário o controle de mana, no entanto, não quer dizer que controlar a mana nos conceda o uso de magia, entende? Fora isso, é possível também usar mana para fortalecer!"

Proclamou Mouro, seria uma ousadia de minha parte dizer que entendi alguma coisa que ele citou, porém, isso certamente não faz parte de meus princípios, encarei-o sério, apontando meu dedo indicador para tal.

"Ceeeerto. Mas o que é isso de mana? E como conseguimos isso, hein, ô sábio!?"

Proferi tais palavras caçoando de Mouro. Yagas prendia o riso, inflando suas bochechas com tal tentativa, sendo forçado a colocar ambas as mãos na boca para que assim pudesse a tampar perfeitamente. Mouro nos olhou com cara de idiota, ele notou a ausência de explicações em suas falas.

"Mana é a energia de nossos corpos, sem ela, morremos. Seu uso e circunstâncias parecem idênticas ao vitality..."

Enquanto Mouro explicava, minha mente voava em pensamentos e memórias, o "vitality" era uma das habilidades concedidas aos mais poderosos de meu mundo, os carrascos, por serem de um patamar abaixo da realeza, não podiam aprender nem um terço do que podia ser realizado. Mesmo assim, meu conhecimento sobre o vitality era básico, eu só utilizava para as coisas mais simples durante o combate, como reagir a ataques letais e aumentar a percepção sensorial... apenas Mouro teve a ousadia de estudar e usar afundo o vitality, quase levando seu corpo a morte diversas vezes, não pelas circunstâncias do combate, mas sim pelo custo cruel de qualquer técnica utilizada através deste "poder", diziam que a majestade conseguia queimar a própria vitalidade em prol de gerar um fogo que queimava eternamente, no entanto, não se sabia como ele conseguia fazer aquilo sem um custo tão imenso quanto sua própria vida, para que Mouro, que era tão fascinado com o vitality, chegar nessa comparação, deve ser pelo fato da mana realmente ser algo esplêndido, porém... assustador.

"O que achei interessante, é que... diferente do vitality, a mana pode ser utilizada logo após alcançar os 10 anos de idade, por mais que seja raro ser essa idade exata, pelo meus estudos, notei que isso se dá ao fato do corpo estar em sua frase de crescimento, possibilitando o desenvolvimento da mana, formando trilhas que se assemelham com a circulação sanguínea de nossos corpos! Nessas trilhas há pontos, que formam algo parecido com as constelações de nosso primeiro mundo, em cada ponto há uma reserva de mana concentrada que serve para bombardear o resto pelo corpo e impedindo que haja a falta desigual desta energia. A mana que temos no momento é fútil comparado aos demais, minha teoria é que a quantidade que um bebê apresenta é o suficiente apenas que nossos corpos mantenham-se vivos, deve ser por isso que os mínimos esforços trazem grande cansaço, suponho eu. Pois bem, com toda essa conversa furada, conseguiu descobrir com o que eu quero chegar com isso?!

Com o fim daquele monólogo mirabolante, olhei para o lado, tentei raciocinar tudo aquilo, era bastante embolado, parecia até proposital por parte de Mouro. Ao me virar, notei que as outras mães também conversavam, vendo Aurora, apenas consegui me lembrar daquele feitiço que me trazia tanto interesse, além disso, a vontade de usá-lo, ou de fazer igual, então eu compreendi, Mouro, assim como eu, apenas desejava ser abençoado com o dom de usar magia, por mais que por minha parte, fora a ser apenas um sonho efêmero.

"Você descobriu como acelerar a formação e desenvolvimento das trilhas, né?"

Falei, voltando minha atenção à Mouro, que sorria soberbamente, enquanto isso acontecia, Yagas demonstrava imensas dúvidas, pobre coitado, seu cérebro parecia que iria fritar com tanta informação, então sabiamente, apenas seguiu o meu fluxo.

"Isso mesmo, Klaus! Mas você ainda não tem a idade adequada para conseguirmos. No mínimo, é necessário que você tenha 1 ano, para que assim eu e Yagas tenhamos 2 anos.

Disse, prolongou sua fala com uma rasa explicação.

"Então você quer envolver a gente nessa sua baboseira de esquisitão?"

Perguntou Yagas fechando os punhos, balançando seu punho direito para frente e para trás, como se estivesse ameaçando Mouro apenas com os gestos.

"Ou é um tiro pela culatra, ou é um tiro certeiro, hein? Já que você esperou apenas o nosso reencontro para falar isso, significa que sou eu que decide, né?"

Perguntei, mesmo sabendo a resposta, esperei que Mouro dissesse algo, no fim, aquele apenas acenou com a cabeça com concordância. Com sua resposta, pensei em qual escolha fazer, em meu âmbito nascia uma ânsia pelo poder, não era um desejo ganancioso e egoísta, ao contrário, era altruísta, no meu ver, ao menos... seria necessário ser forte para proteger essa nova chance, acelerar esse desenvolvimento, talvez fosse até mesmo uma forma do destino nos dizer que devíamos ficar mais fortes o quanto cedo, ou podia apenas ser meu corpo de bebê, implorando que eu proteja minha velha e nova família.

"Um por todos e todos por mim."

Um dilema antigo de nosso antigo mundo, minha fala era o suficiente para que Mouro compreendesse. Estendemos nossas mãos, as juntando com o colidir de punhos, a promessa fora ser selada, tornariamos fortes, para proteger tudo que era mais precioso.