**Capítulo 2: Teste de Liberdade**
O sol começava a se pôr, lançando longas sombras sobre a ilha Honey. Aureliano caminhava ao lado de Rocks D. Xebec, seguindo o capitão através das ruas estreitas e caóticas da ilha. A aura de Rocks era palpável, como se o próprio ar ao redor dele tremesse com sua presença. Embora a reunião no bar tivesse terminado, o verdadeiro teste de Aureliano estava apenas começando.
"Você sabe," começou Rocks, sua voz grave cortando o silêncio, "estamos apenas no início. Essa tripulação, embora já cause temor nos mares, ainda não domina completamente Honey Island."
Aureliano levantou uma sobrancelha, curioso. "Como assim? Vocês são famosos, reconhecidos como uma das maiores forças piratas do mundo."
Rocks soltou um riso seco. "Fama é uma coisa, garoto. Domínio é outra bem diferente. Estamos na fase inicial ainda, precisando provar nosso valor, conquistar cada canto desta ilha. Existem muitos outros piratas aqui, alguns com ambições semelhantes às nossas. Precisamos esmagá-los, um a um, para garantir que Honey Island seja nossa base inquestionável."
Enquanto caminhavam, Rocks parou por um momento, olhando para o céu alaranjado. "Quando reuni Barba Branca, Big Mom e Shiki, não foi com palavras que os convenci a me seguirem. Foi com força bruta. Enfrentei todos eles ao mesmo tempo e provei que, mesmo juntos, não podiam me derrotar."
Aureliano parou, processando essa informação. O que Rocks estava dizendo era simplesmente inacreditável. Barba Branca, Charlotte Linlin e Golden Lion Shiki eram, por direito, monstros dos mares, futuros imperadores e reis. E Rocks havia conseguido não só enfrentá-los, mas também ganhar o respeito deles em combate?
"Você enfrentou todos eles... ao mesmo tempo?" Aureliano perguntou, a incredulidade evidente em sua voz.
Rocks virou-se para ele, um sorriso selvagem brincando em seus lábios. "Sim. E é por isso que eles me seguem. Eles sabem que, sozinhos, não podem alcançar o que desejam. Mas comigo, podem ter o mundo inteiro."
Aureliano se sentiu minúsculo diante da grandeza de Rocks. Se esse homem era capaz de subjugar figuras tão poderosas, que chance ele, um jovem de 19 anos, realmente tinha? E, no entanto, ele sabia que sua força não estava na força bruta, mas em algo mais... elusivo.
Chegaram a um prédio luxuoso, adornado com colunas e estatuetas de ouro, um lugar claramente reservado para aqueles que governavam ou aspiravam governar. No interior, o caos reinava. Piratas lutavam entre si, disputando cada centímetro de espaço. Mas Rocks parecia alheio à desordem, seus olhos fixos no topo do prédio.
"Venha," disse ele a Aureliano, sinalizando para que o seguisse. Eles subiram as escadas, cada passo ecoando no mármore frio. Ao chegar ao último andar, um amplo salão se estendia diante deles, vazio, exceto por uma grande mesa e cadeiras que sugeriam reuniões de alto nível.
Rocks parou no meio do salão e se virou para Aureliano. "Então, garoto, você disse ser o homem mais livre do mundo. Uma grande afirmação para alguém tão jovem. Você realmente acredita nisso?"
Aureliano respirou fundo, sentindo o peso das palavras do capitão. "Sim, eu acredito. Tenho o poder de ir a qualquer lugar, de levar quem eu quiser comigo. A liberdade é meu maior trunfo, e isso me torna diferente de qualquer outro pirata."
Rocks o observou por um longo momento, seus olhos avaliando cada nuance na postura e nas palavras de Aureliano. "Liberdade... é um conceito interessante, mas neste mundo, ela é medida pelo poder. Você pode ser livre, mas só será verdadeiramente livre se ninguém puder te impedir."
Aureliano sabia que Rocks estava certo. Seu poder era único, mas ele ainda não tinha enfrentado os maiores desafios que o mundo poderia oferecer. E, naquele momento, Rocks estava prestes a lhe dar uma amostra do que significava ser poderoso.
"Quero que me prove que sua liberdade é real," Rocks continuou. "Agora, aqui e agora, traga um Vice-Almirante da Marinha até mim. Se você é realmente tão livre quanto diz, isso não deve ser problema para você."
Aureliano engoliu em seco. Um Vice-Almirante? Ele sabia que seu poder de "jump" poderia levá-lo a qualquer lugar que já tivesse estado, mas sequestrar alguém da Marinha, especialmente alguém de tão alto escalão, era um desafio completamente novo. Ele já havia viajado para diversos lugares, inclusive para a Grand Line e de volta, mas nunca havia tentado algo tão audacioso.
Rocks cruzou os braços, aguardando a reação do jovem pirata. "Mostre-me o que você pode fazer, Aureliano. Prove que você é o homem mais livre deste mundo."
Aureliano respirou fundo e fechou os olhos, concentrando-se. Ele precisaria de precisão, rapidez e, acima de tudo, confiança em suas habilidades. O local onde ele levaria o Vice-Almirante já era claro em sua mente, um porto militar que ele visitara brevemente durante suas viagens.
Ao abrir os olhos, Aureliano se focou no desafio à sua frente. Este era o momento de provar não apenas a Rocks, mas a si mesmo, o quão poderoso seu dom realmente era.
E então, com um estalar de dedos e um leve tremor no ar, Aureliano desapareceu. Sua jornada para se tornar o homem mais livre do mundo estava apenas começando.