Já faz duas semanas que o Juliano e eu estamos próximos, não sei se é porque ao conviver com ele e ver o quanto ele é inteligente, e sua personalidade de um rapaz misterioso e dedicado me atraiu, ou se é apenas a tristeza de ter perdido o Samuel, alguém muito especial em minha vida, só sei que não estou conseguindo mais pensar no Samuel, os pensamentos que eu tinha dele, foram tomadas por imagens do rosto de Juliano. E tudo que sinto é vontade de estar perto dele.
- Não estou evitando você!
Olhei para o chão da quadra, sem coragem de olhar no rosto dele, se eu o olhasse, o meu coração explodiria.
- Não é o que parece! - O seu sorriso sarcástico em dizer essas palavras, fez o meu coração acelerar.
- Como você sabe?!
Ele segurou em meu queixo, ergueu o meu rosto e olhou em meus olhos.
- Quero que seja sincera comigo! Desde ontem, depois de você ter falado aquelas palavras sobre me para a minha irmã; você está muito estranha.
Realmente, eu fiquei estranha depois de ter dito que eu o achava bonito e dando o entender que eu namoraria com ele.
- Tudo aquilo que você falou é verdade? - Ele soltou o meu queixo.
- É verdade! - Minha voz saiu trêmula.
- Você namoraria comigo?
Olhei espantada para ele, tentando entender como ele chegou a essa conclusão, sendo que eu não falei claramente.
Ele irritou-se com a minha demora em respondê-lo e saiu, deixando-me só. Enquanto ele caminhava para dentro do colégio, eu o encarava, querendo correr, abraçá-lo e dizer que sim.
...
Continuei investigando os arquivos do computador de Ryan. Porém, os meus pensamentos estavam em Beatriz por ela ter ignorado a minha pergunta. Eu só pensava que se ela evitou em responder,claramente é porque ela realmente não namoraria comigo.
- Damn! - escoro a cabeça na cadeira e passo as duas mãos em meu rosto.
Retorno a pesquisa, quando ouço o som da campainha tocar, continuo concentrado no que estou fazendo na esperança de alguém ir atender. Ela toca uma segunda vez, paro, levanto e vou abrir a porta. Ao abrir à porta, encontro Brian, em pé em frente à porta, usando a farda escolar e com a bolsa nas costas.
- O que faz aqui?! Você não deveria estar no colégio a essa hora!
- Eu ouvir uma conversa do Ryan uma vez...
O Brian me encara, emplorando par que euescuto o que ele tem a me dizer.
- Entra! - Ele entra para dentro do apartamento, fecho a porta e sigo-o.
- Você está só?
- Estou. - ando em direção ao meu quarto. - Vem! - e ele me segue.
- Qual foi a conversa que você...
Nesse momento, sou interrompido pelo som da campainha novamente. Levanto-me da cadeira e vou atendê-la. Ao abrir a porta, vejo Beatriz em pé em frente à porta, com seus braços cruzados e olhando para os lados de um jeito nervosa.
- O que você faz aqui? - deixo à porta aberta e entro para dentro, ignorando-a. - Eu... namoraria...com você sim. - Diz ela gaguejando um pouco, enquanto entra para dentro do apartamento sem ser convidada.
Fico com as costas virado para ela, abaixo a cabeça, abro um leve sorriso, mas a confusão em como ela falou e a fama que tenho, me faz duvidar se ela realmente está sendo sincera.
- Não sei se acredito em você! - Olho para ela e sou surpreendido com o seu beijo.
- O que você está fazendo? - seguro em seus braços e afasto-a de mim.
A minha atitude parece que a magoou. Ela segurava firme em seus braços, abraçando-se e tendo algum tipo depânico.
- Desculpa! Desculpa! - Beatriz sai correndo.
- Você vai deixar ela sair assim?
Olho para trás e vejo o Brian claramente irritado comigo.
Sair atrás dela imediatamente.
...
Todo canto em que eu olhava, no meio da rua, não a encontrava, fiquei totalmente desolado, sem saber para onde ir. Andei feito louco em busca dela.
"O que foi que eu fiz?"
"Se algo acontecer com Beatriz, eu não me perdou!"
Ao aproximar-me do jardim, perto do nosso colégio, avistei uma figura conhecida, sentada no banco em que nos encontramos. Corrir e fui falar com ela. Assim que cheguei, abracei-a, ao encontrar chorando.
- Se eu magoei você? Me desculpa!
- Eu não deveria ter beijado você! - diz ela enxugando suas lágrimas. - Eu estou confusa com os meus sentimentos.
Afastamo-nos, e olho em silêncio para ela, fixamente, permitindo que ela desabafe os seus sentimentos.
- Eu não sei se o que estou passando é umsentimento de solidão por causa da morte do Samuel e quero usá-lo para encobrir esse sentimento, ou se eu realmente estou começando a gostar de você.
Beatriz falava sem olhar para mim. Parecia que ela queria acalmar esse sentimento, e se ela me olhasse, isso seria impossível.
- Não sei o que levou você a desenvolver esse sentimento por me, mas eu gosto de você e gostaria de ser seu namorado. Entretanto, não quero ser usado, prefiro que você clareia seus sentimentos antes de partirmos para uma relação além da que já temos.
- Você quer que nos afastamos? - Ela limpa sua lágrima, que insistia em descer e cria coragem de olhar para mim.
- Se for para o seu próprio bem...! Essa é a melhor escolha a ser feita nesse momento.
Sentir seus braços envolvendo-me. - Não quero me afastar de você, apenas não quero começar nenhuma relação com você, agora.
Abracei-a carinhosamente e não disse nada.
...
Chegando em casa, encontro o Brian dentro do meu quarto, me esperando, olhando os arquivos que deixei aberto no computador.
- Encontrou alguma coisa? - sento na cama e deixo o Brian continuar mexendo no computador.
- Ainda não! Conseguiu resolver com a Beatriz?
- Consegui! - Levanto da cama, debruçou o meu corpo sobre a escrivaninha e acompanho o Brian em suas pesquisas. - Você ainda não me falou o que ouviu do Ryan!
- Ele conversava bem nervoso, por mensagem de voz com alguém, e ouvi-lo dizer que ele não queria fazer aquilo novamente, e que ele estava recomeçando a vida, então o deixase em paz.
Fiquei um minuto em silêncio.
- Isso significa que ele estava envolvido com alguma coisa errada. - falo enquantoretorno para a cama.
- Você acha que ele estaria envolvido com tráfico de drogas? - diz Brian.
- Será?!
Encaramo-nos, ao pensar que o nerdola do Ryan, que só queria saber de game, tinha envolvimento com drogas.