Assim que Damien me deixa em meu quarto, começo a pensar em como o dia terminou bem, estou contente pois parece que fiz uma nova amiga e apesar de ser cedo para pensar sobre isso me deixo ter uma pequena esperança. Pego um novo vestido e assim que termino de tomar banho, vou direto para a cama com um sorriso no rosto ainda com surpresa em como as coisas mudaram tanto em um único dia e adormeço rápido. No dia seguinte, levanto animada pois sinto que o dia vai ser incrível e assim que me troco vou direto para o local de alimentação e começo a limpar, cozinhar e organizar o local antes que todos cheguem para o café da manhã. Um tempo depois vejo Zoya entrar com algumas mulheres, porém a vejo se aproximar de mim com uma confiança que não havia reparado na noite anterior e fico com um pouco de receio que logo se esvai quando ela me da um pequeno sorriso.
"Bom dia, Lucy" diz ela em um tom amigável.
"Bom dia, Zoya" a cumprimento com o mesmo sorriso amigável.
"Posso te ajudar em algo?" me pergunta e sou pega de surpresa, ninguém nunca se ofereceu pra me ajudar no local de alimentação e por um momento fico sem saber o que dizer, mas o olhar de expectativa dela é quase infantil e decido aceitar só para não a deixar chateada.
"Claro! Eu estava prestes a separar os utensílios e colocar o café da manhã aqui para todos se servirem, você pode me ajudar a trazer tudo?" pergunto e vejo seu rosto se iluminar com um sorriso, ela aceita com um aceno de cabeça e me segue pegando cuidadosamente as panelas e colocando onde eu indico. Seguimos esse ritmo até deixarmos tudo organizado com várias frutas, bebidas e algumas coisas típicas desse planeta que aprendi a preparar observando as outras mulheres. Quando terminamos nos sentamos em uma mesa mais afastada e observamos em silêncio enquanto todos chegavam para comer, era bom ter alguém para ajudar com isso, se fosse um dia ou dois antes, eu ainda estaria arrumando as frutas enquanto as pessoas chegavam e estar sentada observando e vendo tudo organizado antes da hora me trouxe um alívio que não pensei sentir.
"Muito obrigada pela ajuda Zoya! Pode ir tomar seu café da manhã agora" agradeci e ao virar para ela, vi que ela estava prestes a dizer algo também.
"Eu ia justamente agradecer por me deixar ajudar e dizer para ir comer também, mas você foi mais rápida" disse rindo e a acompanhei achando graça da situação e se levantando da mesa, "Posso ajudar mais vezes?" perguntou.
"Claro! Pode vir sempre que quiser, adorei sua companhia!" disse animada e levantei junto para ir buscar algo para comer, assim que buscamos nosso café da manhã e algumas frutas, ouvimos outras mulheres chamando por ela, por um momento ela apenas ignora, mas elas insistem e Zoya olha para elas com expressão irritada, antes que ela possa negar eu digo:
"Pode ir, eu vou comer e esperar por Damien" e olho para ela tentando transmitir confiança, mesmo sem saber se ele vem hoje.
"Tem certeza? Posso ficar se quiser" me diz com um olhar desconfiado, mas dou um sorriso encorajador e indico pra ela seguir que aceita com um leve aceno.
"Tenho sim, pode ir, daqui a pouco ele chega então não as deixe esperando, mais tarde nos vemos novamente" digo já me virando para voltar a mesa que estávamos a pouco tempo sem deixar que recuse, assim ela me da um último sorriso e se junta as outras. Assim que chego a minha mesa e começo a comer, o vejo entrando e percebo que as outras também o notam quando começam a sussurrar entre si, mas assim que seu olhar para em mim, sinto meu rosto corar. Ele vem em minha direção com um sorriso no rosto e senta ao meu lado e me cumprimenta:
"Bom dia" diz ele com suavidade.
"Bom dia" dando um sorriso ao vê-lo tão perto. Como ele conseguia estar ainda mais belo do que ontem estava além da minha compreensão, por isso continuei comendo, como se fosse natural tê-lo ao meu lado.
"Você dormiu bem?" perguntou ele, creio que para manter a conversa leve pelo horário. Dei um leve aceno e respondi:
"Sim, melhor do que nos outros dias" digo com sinceridade e ele parece contente com minha resposta e diz:
"Fico feliz em ouvir isso" diz com um sorriso no rosto e logo continua: "O que acha de darmos um passeio mais tarde, depois que você terminar suas tarefas aqui?" pergunta e fico surpresa com o convite, não imaginei que iria vê-lo hoje e muito menos que iria me convidar pra sair.
"Eu adoraria" me apresso em dizer com um sorriso no rosto.
"Ótimo! Vou esperar por você na saída." diz e aceno concordando ainda com um sorriso no rosto, ele me analisa por um momento e em seguida levanta e vai em direção as frutas, pega algumas e volta a mesa. Comemos em silêncio aproveitando a companhia um do outro e sinto uma conexão se formando entre nós e penso que esse momento poderia durar por muito tempo. Ao terminarmos ele me diz que logo volta para me buscar, se despede e vai embora, fico mais um tempo no mesmo lugar e percebo que a maioria das pessoas já foram cuidar de seus afazeres, restando apenas eu e mais duas mulheres que estão recolhendo os restos de frutas e colocando em cestos para levar ao plantio para adubar as outras plantas. Fiz isso por um tempo, mas não sou alta o suficiente para as máquinas que elas utilizam, por isso fico no local de alimentação para limpar tudo e deixar organizado para as próximas refeições.
O dia permanece tranquilo, terminei de fazer as refeições para os próximos horários, deixei algumas frutas cortadas e descascadas para facilitar o consumo, fiz bebidas frescas nos cantis e quando percebo, terminei tudo mais cedo do que o de costume, então decido ir molhar o rosto para ajudar a refrescar. Ao voltar da pequena nascente de água próximo do local de alimentação, vejo Zoya trabalhando com as outras mulheres e lhe dou um breve sorriso e um aceno de mão que ela retribui rapidamente e volta a se concentrar, então decido não atrapalhar ela, volto e espero por Damien que para minha surpresa logo chega com um sorriso no rosto e diz:
"Você chegou cedo" e com isso me sinto corar, estava ansiosa mas não queria deixar transparecer e creio que não deu muito certo e digo com sinceridade:
"Estava ansiosa para o nosso passeio." abaixo um pouco o rosto, envergonhada e ouço ele rindo baixinho e me conduz para fora e começamos a caminhar. Andamos lado a lado e ficamos em silêncio a maior parte do percurso, não quis deixar ele desconfortável com mais perguntas então preferi me concentrar no trajeto e apreciar a paisagem, nunca me cansava de admirar a beleza do lugar. Sem que eu percebesse, já estava mexendo nas mãos, ansiosa para saber onde ele estava me levando, mas ele deve ter percebido pois perguntou:
"Está tudo bem?" com a expressão um pouco mais séria, desviei meu olhar do dele para que não notasse minha ansiedade, mas não estava me sentindo mal, na verdade eu estava contente de estar com ele, só não sabia como expressar.
"Sim, está tudo bem" respondi um pouco hesitante e continuamos andando, ambos em silêncio. Quando finalmente chegamos, sinto que Damien me levou a um campo repleto de flores coloridas e um pequeno lago de água cristalina, que parece ter sido retirado diretamente de um conto de fadas. É tão belo que me deixa sem palavras, e a sensação de estar ali é tão mágica que tenho medo de acordar desse sonho encantado e quando coloco minhas mãos na água do lago, sinto sua frescura e realidade, e isso me faz perceber que não estou sonhando. A água é tão agradável ao toque que dá vontade de mergulhar nela, de sentir sua suavidade envolver todo o meu corpo, como se cada célula fosse acariciada por esse líquido cristalino. No entanto, o lago é tão límpido e puro que tenho receio de entrar e perturbar sua perfeição, o que me deixa um pouco desanimada.
A beleza desse lugar é tão avassaladora que acabo me esquecendo por um momento de que não estou sozinha. Quando finalmente volto meu olhar para trás, Damien ainda está lá, parado no mesmo lugar, observando-me com um sorriso sedutor que sempre mexe com meus nervos.
"É lindo aqui" minha voz cheia de encanto até mesmo para mim. "Nunca vi nada assim."
"É meu lugar especial. Queria compartilhá-lo com você" ele diz com um amplo sorriso no rosto caminhando em minha direção. Eu me ajoelho ao lado do lago e coloco a mão na água, sinto meus olhos brilhando com a sensação da água fresca e pura. Olho para ele novamente sentindo uma felicidade tão grande que me esqueço de todos os problemas, apenas admirando o lugar e Damien ao meu lado.
— A água é tão clara — comento, ainda maravilhada. — Costuma nadar aqui?
— Sim, sempre que posso. É um dos meus lugares favoritos quando quero relaxar e é um bom lugar para pensar também. — responde seu tom de voz animado, como se me convidasse a entrar na água.
— Consigo imaginar o por que você gosta tanto. Esse lugar parece um sonho de tão lindo que é! — digo com um entusiasmo que há tempos eu não sentia.
Para Damien, parece ser algo natural encontrar locais tão deslumbrantes como esse. Ele me contou que já viajou para diversos planetas antes, o que despertou minha curiosidade, mas não consigo entender por que ele também se encanta tanto por esse lugar em particular. Com um olhar sonhador ele me diz:
"Sim, é como um sonho para mim também." Minhas sobrancelhas se erguem, e eu retruco, com um sorriso maravilhado:
"Como não seria? Esse lugar é simplesmente surreal!" No entanto, ele solta uma frase enigmática:
"Talvez não seja só o lugar..." Fico intrigada com suas palavras, pois sinto que elas carregam emoções melancólicas, mas seu sorriso ainda permanece. Sento na beira do rio e observo Damien se sentar ao meu lado, e vejo-o começar a tirar as botas dos pés, um gesto que me inspira. Eu também decido me descalçar, e sinto a grama macia e fresca acariciar meus pés descalços, inundando-me de uma sensação maravilhosa. Fecho os olhos, permitindo-me mergulhar na plenitude desse momento.
"Em que você está pensando?" me pergunta com curiosidade.
"Estou pensando em como seria maravilhoso mergulhar nesse lago." respondo com os olhos ainda fechados e suspiro deixando transparecer minha emoção. Ele continua em tom sugestivo:
"E por que você não entra?" e fico surpresa com sua pergunta.
"Posso entrar? A água é tão límpida!" respondo timidamente e Damien me surpreende ao revelar:
"Eu entro toda vez que venho aqui." Meus olhos se abrem de repente, e meu olhar é capturado pela visão dele sem camisa, seu corpo escultural brilhando sob o sol. Nesse momento, minha mente se enche de pensamentos ousados, imaginando como seria vê-lo com gotas de água escorrendo por sua pele, realçando ainda mais sua beleza. Sinto meu rosto corar, lutando para desviar o olhar, pois é uma fantasia que não deveria estar ocupando minha mente. É absurdo imaginar lamber a água de seu peito, especialmente quando mal o conheço. Mas, mesmo assim, essas imagens invadem minha mente e quando nossos olhares se cruzam, tenho a sensação de que ele percebeu a intenção dos meus pensamentos. De repente, ele me presenteia com um sorriso travesso e pisca para mim, fazendo meu rosto arder de vergonha. Não entendo como ele poderia saber o que estava passando pela minha mente, mas sua expressão sugestiva me faz acreditar que ele realmente sabe.
Num instante, uma coragem inesperada e inexplicável se apodera de mim. Não sei de onde ela veio, nem por que estou tão animada, mas sem pensar duas vezes, eu tiro meu vestido. Sob o olhar dele, eu entro no lago, vestindo apenas uma calcinha e um top, que mais se assemelha a um sutiã. Na água, o tecido deve estar se tornando transparente, deixando meus seios à mostra. "Meu Deus, devo estar completamente louca" penso, mas ao olhar para ele todo o resto se torna irrelevante. Ele entra na água e para perto o suficiente para me olhar com uma intensidade que faz minhas pernas fraquejarem, me derrubando na água mas ele é rápido e me agarra, me puxando para si. Agora, minhas mãos estão em seu peito e nossos olhares se encontram, ele me olha de uma maneira que me deixa nervosa, mas de uma forma agradavelmente excitante. Tudo acontece tão de repente que me sinto paralisada, incapaz de me afastar dele. Sua mão em minha cintura me faz esquecer tudo, menos do toque em minha pele nua.
Eu nunca tive um namorado, nunca estive com um garoto dessa forma, e ainda não tive meu primeiro beijo, mas a ansiedade de sentir seus lábios nos meus é insuportável. Quando olho para sua boca, ele também olha para a minha e se inclina na minha direção, me dando a oportunidade de recusar o beijo. Entretanto, não consigo resistir e me aproximo mais dele e começo a beijá-lo. Ele demora um instante para me retribuir, mas logo estamos mergulhados em um beijo apaixonado e ardente, que queima meu corpo com uma necessidade que eu nunca havia sentido antes. Ele me aperta contra seu corpo e suas mãos exploram minhas costas, incendiando minha pele e me arrancando pequenos gemidos que ressoam em sua boca, cada toque dele me deixa mais consciente da intensidade do momento. Estou tão envolvida no nosso beijo que não percebo que ele está nos conduzindo para fora da água. Ele me deita na grama e, sem interromper o beijo, deita-se sobre mim. Quando ele finalmente para de me beijar, me encara com uma intensidade ainda maior e vejo um desejo voraz em seus olhos.
Ele se inclina novamente e dessa vez, não beija minha boca, em vez disso, ele beija meu pescoço, me deixando completamente louca debaixo de seu corpo. Com a intensidade das sensações, não consigo manter meus olhos abertos. Quando ele pega um dos meus seios por cima do tecido, um gemido escapa dos meus lábios, sinto ele deslizando a mão por baixo do tecido e começa a explorar meu seio, que está extremamente sensível, em seguida ele dá a mesma atenção ao outro seio, e quando sinto sua boca em mim sugando meu mamilo, um grito sufocado escapa dos meus lábios, mas ele não para e logo começa a descer pelo meu corpo, depositando pequenos beijos na minha barriga, me deixando cada vez mais excitada. Quando ele toca minha calcinha, me levanto para permitir que ele a tire. Tudo parece tão certo que não me preocupo com o fato de que minha primeira vez será deitada na grama, na beira do rio com um homem de outro planeta que mal conheço. No entanto, a ideia de me entregar a ele nesse momento não me causa nenhuma hesitação. Quando ele se posiciona entre minhas pernas, eu olho para ele e vejo admiração em seu olhar. Ele me olha como se eu fosse a coisa mais bela ali, deitada embaixo dele.
"Você é tão linda sabia? Essa beleza ao nosso redor não se compara a você!"
É quase impossível para mim não me comover com a ternura que emana de suas palavras. Cada frase que ele pronuncia parece carregar uma sinceridade tão profunda que é difícil não me deixar seduzir por ela. Nesse instante, ele posiciona a sua mão no meu sexo, já úmido pela excitação que ele desperta em mim. Ele solta um gemido de aprovação, e sua voz preenchendo o ambiente
"Tão encharcada!" diz, sua voz soa rouca, como se ele estivesse no limite das suas forças. Quando seus lábios tocam a minha intimidade, por um momento eu perco a minha capacidade de pensar. A intensidade do prazer que percorre o meu corpo é avassaladora, deixando-me à sua mercê. Ele me explora com a boca, como se não pudesse se fartar de mim, sempre buscando mais, sua língua desliza pela minha entrada, me deixando sem palavras, meu único recurso é deixar escapar gemidos de prazer com cada movimento que ele faz. O prazer é tão intenso que não sei se conseguirei suportá-lo por muito mais tempo, estou tão entregue às sensações que ele está me proporcionando que mal percebo quando ele tenta introduzir um dedo em mim. Ele o faz com tal delicadeza que todo o meu corpo se arrepia, eu desejo mais e tento me mover contra seus dedos.
"Tão ansiosa, tão apertada!" Suas palavras só servem para me deixar mais necessitada. Quando ele enfia todo o dedo dentro de mim e inicia um ritmo delicioso, eu não consigo me conter e não demora muito para que eu atinja o ápice, meu grito ecoa pelo ambiente, minha respiração falha por um instante e quando a onda de prazer se dissipa, ele retira o dedo de dentro de mim e, lentamente, o leva à boca. Ele o chupa com tal lentidão que provoca arrepios por todo o meu corpo.
"Você tem um gosto maravilhoso." me diz com a voz rouca e carregada de desejo. Estou tão esgotada que mal consigo respirar. Ele me olha com satisfação, apreciando o estado em que me deixou. Seu sorriso tem um toque de malícia, como se fosse me devorar e não consigo não retribuir com uma risada. Ele começa a desabotoar a calça, e nesse momento, sem suas mãos em mim, a realidade do que está prestes a acontecer me atinge como um golpe. Meu coração acelera e meu corpo fica tenso, cada fibra minha consciente da iminência do momento. Ele deve ter notado, pois para abruptamente e me observa atentamente, seus olhos vasculhando meu rosto como se estivessem tentando decifrar um enigma.
— Você está bem? — pergunta ele, a voz carregada de uma súbita preocupação, quase
tangível. Minha mente processa as palavras lentamente. Sei que, quando ele pergunta se estou bem, não é apenas uma questão de saúde. Ele percebeu algo mais profundo. A apreensão cresce dentro de mim, tornando difícil respirar. Em vez de responder, fico em silêncio, minhas palavras presas na garganta como um grito sufocado. Ele se aproxima e pega minha mão e a beija gentilmente, o gesto carregado de uma ternura inesperada que, de alguma forma, acalma um pouco meu nervosismo.
— Você ainda é inocente? — continua ele, a voz agora mais baixa, como se estivesse
tentando não me assustar. Sei que, quando ele diz "inocente", está se referindo à minha virgindade e a palavra paira entre nós como um segredo revelado. Me sento e abraço minhas pernas para tentar esconder meu corpo e sinto a apreensão crescer dentro de mim, cada batida do meu coração ecoando como um tambor. Tento encontrar as palavras, mas elas se recusam a sair. Ele percebe meu silêncio e aperta minha mão com mais firmeza.
— Se eu soubesse, não teria começado isso com você, querida. — Sua voz é suave, mas
carregada de um peso que parece esmagar meu coração. Meu coração dispara com suas palavras. Ele não me quer mais porque sou virgem? Tento esconder a tristeza que suas palavras me causam, mas as lágrimas ameaçam cair. Desvio o olhar, tentando esconder meu rosto, mas ele gentilmente segura meu queixo, forçando-me a encará-lo novamente.
— Você acha que eu não a quero? — pergunta ele, a intensidade de seus olhos tentando
transmitir algo que minhas emoções turbulentas dificultam compreender. Minha voz sai fraca, quase inaudível, enquanto o medo aperta minha garganta.
— Você disse que, se soubesse, não teria começado isso comigo... — Ele suspira, sua
expressão suavizando, uma sombra de arrependimento atravessando seus olhos.
— Sim, não porque você é inocente, mas porque você merece mais do que isso. — Ele
faz uma pausa, como se estivesse escolhendo cuidadosamente suas próximas palavras. — Sua primeira vez não deve ser assim, aqui na grama. Você merece mais que isso.
— Mais? — minha pergunta é um sussurro, carregado de confusão e incerteza, minha
mente girando para entender o que ele quer dizer.
— Sim, mais. Você merece algo especial, algo que você possa lembrar com carinho, não
uma experiência apressada e desconfortável. — Ele me olha com uma carinho, mas sinto a firmeza de suas palavras e vejo em seus olhos uma promessa não dita. Quando ele se levanta, noto que já escureceu e percebo com um vazio crescente que nada mais acontecerá entre nós esta noite. Ele não vai mais me tocar e a ideia de perder seu toque deixa um vazio profundo no meu coração.
— Já é tarde, deveríamos voltar — diz ele, a voz agora distante e formal, uma barreira
invisível se erguendo entre nós. Ele mal olha para mim enquanto se veste. Quando me levanto, ele já está abotoando sua camisa e estende minhas roupas para mim. A tristeza que sinto é quase insuportável, uma dor aguda que parece uma crise de ansiedade, mas muito pior. Sei que não vou morrer dessa dor, mas algo dentro de mim está morrendo agora, e isso é insuportável. Visto-me o mais rápido possível, a necessidade de estar sozinha esmagadora. Não quero que ele veja o que sua rejeição fez comigo. Ele me observa em silêncio, mas não diz nada enquanto termino de me vestir. O caminho de volta é silencioso, cada passo carregado de uma tristeza que parece impregnar o ar ao nosso redor.