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Chapter 18 - UM SOPRO DE AR FRESCO

Alvorada não prestou atenção aos detalhes de seu vestido, só depois de vesti-lo é que finalmente notou o quão ajustado o vestido estava em seu corpo, como se tivesse sido feito especialmente para ela.

 

"Como ele sabe o meu tamanho?" Alvorada murmurou para si mesma. Zenith sabia muito sobre ela para alguém que a tinha acabado de conhecer pela primeira vez. Ela apostava que nem Blake ou seu pai saberiam seu tamanho exato.

 

O vestido que ela estava usando era lindo. Ela se sentia linda quando estava com ele e seu humor sombrio por causa de Kynes e Pyllo evaporou num instante.

 

Era branco, com tecido sedoso e suave que caía gentilmente em torno de seus tornozelos, com pele ao redor do pescoço para mantê-la aquecida e tinha mangas compridas.

 

Alvorada se sentia bem!

 

Porém, ela saltou quando abriu a porta e viu Zenith parado bem à sua frente. Havia quanto tempo ele estava lá?

 

"Céus, Alfa! Você me assustou!" Alvorada segurou seu peito, sentindo seu coração acelerado, enquanto Zenith a olhava imperturbável.

 

"Fica bem em você," ele disse.

 

Alvorada respirou fundo e falou sem nem pensar duas vezes. "Isso é tudo?"

 

"O que mais você quer ouvir?" Zenith perguntou e então realmente esperou por uma resposta, cruzando os braços na frente do peito.

 

"Nada," Alvorada disse, passando rapidamente por ele. O que mais ela esperava?

 

"Você é linda," Zenith disse e isso fez Alvorada virar-se para olhar para ele, para se certificar de que o tinha ouvido corretamente.

 

Ele tinha dito sim, mas depois disso, houve apenas um silêncio constrangedor entre eles.

 

Alvorada pigarreou. Esse homem era um expert em tornar as coisas desconfortáveis. "Eu sei que sou linda, mas por que sinto que você realmente me conhece? Pareço louca ao pensar que nós realmente nos encontramos antes disto."

 

E lá estava, o silêncio de Zenith novamente. Ele escolheu fechar a boca quando ela queria saber a resposta, mas prosseguiu para falar algo estranho, algo que surgiu do nada.

 

Zenith caminhou mais perto dela e acariciou sua bochecha levemente, seu toque suave contra sua pele.

 

"Você não está louca."

 

Foi isso. Depois de dizer aquilo, ele deixou Alvorada sozinha, fazendo-a quebrar a cabeça tentando lembrar quando eles tinham se encontrado antes, mas por mais que tentasse, ela não conseguiu se lembrar de um único momento que pudesse relacionar-se a ele.

 

A pergunta continuava pesando em sua mente e ela continuava pensando nisso, determinada a obter a resposta de sua boca quando o encontrasse no jantar.

 

Alvorada nem sequer trocou de roupa, ela ficou sentada em seu vestido branco até a hora do jantar chegar e só então percebeu que não sabia onde era a sala de jantar deles.

 

E quando Alvorada pensou que perguntaria para alguém e decidiu sair do quarto, alguém bateu na sua porta. A voz grave de um homem ecoou dentro do quarto.

 

"Estou aqui para buscar você, minha senhora. O Alfa está esperando na sala de jantar."

 

Alvorada abriu a porta e um homem que parecia estar no início dos trinta olhou para ela com uma expressão indecifrável.

 

"Eu sou Axel, o Beta da alcateia," ele se apresentou.

 

"Eu sou Alvorada," Alvorada disse.

 

"O Alfa já fez questão de que todos soubessem sobre você."

 

Alvorada sentiu um toque de irritação na maneira como a voz dele reverberava, mas ela não se demorou nisso e o seguiu para a sala de jantar, onde todos tinham se reunido.

 

Havia três longas mesas, que estavam repletas de diversos alimentos. Cada uma das mesas poderia acomodar facilmente duzentas pessoas, o que significava que havia cerca de seiscentas pessoas dentro da sala de jantar. Esse lugar era muito maior do que sua alcateia.

 

Alvorada se sentiu sobrecarregada pela quantidade de pessoas ali, ainda mais quando ela entrou e o alvoroço foi diminuindo lentamente até deixar a sala em um silêncio assustador, todos os olhares voltados para ela.

 

Mas, na verdade, não foi Alvorada que fez com que ficassem quietos, mas o alfa atrás dela, que de repente apareceu e pegou sua mão para andar em direção à cabeceira da mesa.

 

Havia uma plataforma que era ligeiramente mais alta do que o resto, assim, quem quer que se sentasse lá poderia supervisionar toda a sala, esse lugar era reservado apenas para o alfa, a luna, o beta e o gamma. Os quatro se sentariam juntos.

 

E esse era o lugar para onde Zenith estava indo com Alvorada a reboque.

 

"Eu me pergunto se você tem esse hábito estranho de me assustar," Alvorada murmurou baixinho, porque ela se surpreendeu quando alguém tocou nela e era realmente Zenith. Ele realmente se dava a liberdade de tocá-la quando bem entendia.

 

"É melhor você se acostumar."

 

Ao invés de corrigir seu comportamento, este homem na verdade teve a petulância de dizer a ela para se adaptar aos seus caprichos. Alvorada estava simplesmente sem palavras contra esse homem.

 

No entanto, apesar da estranheza e do mistério que o cercavam, Alvorada se sentia menos assustada quando estava perto dele. Sim, ele tinha uma postura severa, mas olhando para trás, ele fez tudo que um companheiro deveria fazer.

 

Ele a mimava com presentes, ele sabia como ela valorizava suas coisas e trouxe de volta todas as suas memórias de sua falecida mãe, ele sabia as cores que ela gostava e o que era mais importante era, ele acreditava nela.

 

Ele não questionou ela.

 

Isso foi um alívio quando ela estava vivendo constantemente tentando convencer seu pai e Blake de que Emily havia feito algo ruim a ela.

 

Zenith cortou um grande pedaço de carne em seu prato, mas depois disso ele deu o prato para Alvorada, isso facilitaria para que ela comesse a carne.

 

"Carne de veado?" Ela havia consumido isso durante o caminho até aqui.

 

"Não quer?" Zenith perguntou, bebendo casualmente seu vinho. "O que você quer comer?"

 

Alvorada ainda não tinha respondido a ele quando um homem sentado ao seu lado sussurrou. "Carneiro. Diga a ele que você quer comer carneiro."