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Chapter 15 - UMA AMEAÇA. UM CONSELHO

Alvorada não conseguia acreditar que estaria presa em um tipo de situação dessas. Ela pensava que, uma vez longe de sua alcateia, não teria mais que enfrentar essas artimanhas sujas.

 

Sério, eles achavam que ela se submeteria a eles depois de sobreviver a alguém como Emily?

 

"Me ajudar a lavar o cabelo? Com água fria?" Alvorada levantou-se da banheira e saiu de lá em rápida sucessão. Ela encarou os dois baldes de água fria perto das pernas de Kynes.

 

Kynes sorriu para ela. "Minha senhora, você talvez não saiba disso, mas é tradição nossa lavar o cabelo com água fria."

 

"Se você não gosta, eu posso pegar água quente para você," Pyllo interveio. "Geralmente, também tomamos banho com água fria."

 

Alvorada estreitou os olhos. "Sério?" Ela imaginava quão grossa era a pele deles se conseguiam tomar banho com água fria. "Vocês enchem suas banheiras com água fria também?"

 

Kynes e Pyllo se olharam e então assentiram.

 

"Sim, minha senhora." Pyllo a olhou nos olhos.

 

"Nós preparamos água quente porque pensamos que seria demais para você seguir nossa tradição imediatamente," Kynes acrescentou.

 

Alvorada se afastou para pegar uma toalha e cobrir sua nudez, e então cruzou os braços em frente ao peito. Ela não disse nada, o que os deixou nervosos.

 

"Então, a tradição aqui é tomar banho com água fria? Quanto tempo vocês ficavam submersos normalmente?"

 

"Dez… quinze minutos…" Pyllo disse hesitante. Ela não sabia o que Alvorada estava tramando, especialmente quando ela sorria inofensivamente para ela.

 

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Pyllo correu pelo corredor enquanto procurava apressadamente por Samambaia na cozinha. Ela estava ofegante, com um rastro de vapor branco saindo da boca. No momento em que viu a velha mulher, imediatamente a puxou para vir com ela.

 

"O que é?" Samambaia franziu o cenho porque tinha que supervisionar a preparação do jantar naquela noite. Ela não tinha tempo para ir com ela.

 

"Você precisa ajudar Kynes." Pyllo parecia querer chorar.

 

"Por quê? O que aconteceu?"

 

Pyllo contou a ela sobre o que Alvorada fez com Kynes a caminho do quarto e isso chocou Samambaia, porque ela não esperava que aquela mulher fosse tão audaciosa. A primeira impressão que ela teve dela era de uma jovem tímida e bem-educada.

 

No final das contas, ela ouviu dizer que Alvorada era filha de um alfa. Ela era nobre, claro que teria algum autocontrole e não agiria como uma garota selvagem.

 

Ela não recebeu nenhum treinamento em sua alcateia? Mas então, Samambaia lembrou-se de uma informação muito importante; a luna da Alcateia da Luz da Lua morreu durante um ataque muitos anos atrás e apenas recentemente o pai dela escolheu uma luna, o que significava que ela cresceu sem mãe. Não era de se admirar, não havia surpresa ali...

 

"Ela fez Kynes mergulhar numa banheira cheia de água fria!" Pyllo gritou. "O que devemos fazer agora? E se o alfa descobrir?"

 

Samambaia apertou a mandíbula. "Pare de chorar."

 

Quando elas chegaram, Samambaia entrou de sopetão no banheiro e encontrou a cena que Pyllo tinha descrito para ela.

 

"Qual o significado disso?!" Samambaia perguntou severamente, ordenando imediatamente que Pyllo ajudasse Kynes a sair da banheira. A pobre garota estava tremendo, com o corpo ensopado e os dentes batendo.

 

"Eu que deveria perguntar qual o significado disso..." A voz de Alvorada assustou a todas. Seus corações saltaram, porque, não importava o que, ela era filha de um alfa, neste caso, era a próxima na linha para o título. Claro, sua voz carregava muita intimidação se ela quisesse.

 

Kynes começou a implorar por perdão, enquanto caía no chão e soluçava muito, mas Alvorada a ignorou porque agora, sua atenção estava totalmente em Samambaia.

 

"Responda-me, qual o significado disso?!" Alvorada estreitou os olhos com ferocidade, deixando Samambaia desconcertada, enquanto ela baixava a voz, tentando soar o mais educada possível. "É assim que vocês tratam alguém de fora de sua alcateia?"

 

Samambaia cerrava os punhos. Ela tentou acalmar seus nervos após a intimidação que Alvorada exibiu, colocando-a em seu lugar.

 

"Você entendeu mal a situação."

 

"Como posso mal-entender a situação?" Alvorada ainda estava vestindo sua toalha para se cobrir, felizmente, esse quarto era quente o suficiente para que ela pudesse usar tão pouco. "Eles fizeram isso por conta própria? Ou tinha alguém por trás, quem lhes deu a coragem de fazer isso comigo? De qualquer forma, alguém deve ser punido por esse incidente. Quero que o alfa seja notificado sobre isso imediatamente."

 

Pyllo e Kynes ficaram pálidas quando Alvorada mencionou o nome do alfa. Ambas imediatamente se ajoelharam, pressionando suas cabeças no chão. Elas estavam com muito medo de enfrentar a ira do alfa.

 

"O alfa está ocupado," Samambaia disse.

 

"Quero ver o alfa."

 

"Minhas desculpas por este contratempo. Garantirei que as treinarei bem. Darei a elas o castigo que merecem, mas por favor, não faça essa questão menor virar algo desproporcional." Samambaia tinha uma maneira com as palavras. "Não costumamos ter um forasteiro em nossa alcateia. Se você fizer disso um caso grande, as pessoas vão falar sobre você e receio que isso vá colocá-la em desvantagem."

 

Alvorada apertou os lábios.

 

Samambaia não era exatamente como Julia, mas ela ainda se encontrava numa situação semelhante à de quando ainda estava em sua alcateia. A vida era realmente uma droga. Ela odiava isso. Ela sentia muita raiva, mas o que ela fez foi; suprimir a sua ira.

 

Ela estava sozinha aqui, um passo em falso e sua vida seria miserável. Se quisesse ter uma vida tranquila, precisava trilhar seu caminho com cuidado.

 

"Isso é uma ameaça?"

 

"É um conselho, minha senhora." Samambaia suavizou um pouco sua atitude. "Esta não é a sua alcateia, as pessoas naturalmente estarão cautelosas com você."

 

Soou como uma ameaça aos ouvidos de Alvorada, mas isso não era novidade para ela.

 

"Tudo bem. Mas eu serei a responsável por decidir o castigo delas."