Chapter 11 - Um Pequeno Soluço

Mais tarde naquele dia, os dois ficaram perambulando em uma das áreas de estar da mansão. 

Era basicamente uma sala de estar com poltronas largas e janelas grandes em forma de domo que permitiam que eles apreciassem o céu e o jardim lá fora.

Ele estudava o plano de reabilitação minuciosamente enquanto sua mão, distraída, acariciava a cabeça dela que repousava em sua coxa. 

Quando terminou, chamou Harold para comprar e instalar os equipamentos necessários. "Converte parte da academia para isso," ele disse. A academia era grande e isso não era tarefa difícil. 

Harold ainda estava um pouco surpreso com toda aquela atenção, mas estava lentamente se acostumando, seguindo as ordens de seu mestre à risca. 

"Traz uns petiscos para a gente também," ele disse e, enquanto mudava seu estudo para sua própria área, os petiscos chegaram. 

Os petiscos eram biscoitos com geleia. Tinha vários sabores e ele se perguntava qual ela gostaria mais.

"Hum, senhorita.." ele disse, batendo nela gentilmente, chamando-a para que pegasse alguns petiscos.

Não era como se ele não tivesse tentado perguntar pelo nome dela, mas eles simplesmente não conseguiam se comunicar bem. Ele também não podia simplesmente lhe dar qualquer nome—parecia errado, especialmente quando ela tecnicamente podia falar e, portanto, teria um nome próprio.

Era estranho estar tão apegado a alguém e ainda assim incapaz de dirigir-se a essa pessoa adequadamente, mas ele realmente não estava reclamando.

Ao toque dele, ela virou a cabeça abruptamente, quase batendo numa barraca ali e ele imediatamente recuou para que ela não a acertasse. 

Ela estava um pouco desequilibrada. Sentou-se surpresa, olhando para ele confusa. 

Ele sentiu uma pontada de culpa e seu rosto corou de vergonha. Porém, antes que pudesse se desculpar—

Soluço!

"Oh céus—"

Soluço!

Se não fosse culpa dele que ela estivesse soluçando, ele a teria achado adorável. Ela era tão bonita e até pulava levemente quando soluçava… 

Ele remexia a cabeça pensando no que fazer em tais casos. Primeiro, tentou fazer com que ela bebesse um pouco de água, tentando também pedir que controlasse sua respiração, na esperança de relaxar o diafragma.

Enquanto ela fazia isso, ele massageou o ápice do pescoço e a Clavícula — algo que ouvira ser eficaz contra soluços. No entanto, o soluço dela era tão forte que derramou um pouco de água em si mesma.

O mesmo movimento fez sua mão deslizar um pouco, logo acima dos seios dela, e ele pôde claramente ver os contornos dela pois uma boa parte estava úmida pela água.

Inexplicavelmente, sua mão permaneceu ali por uma quantidade inapropriada de segundos. Foi somente quando ele ouviu a voz melodiosa dela que foi puxado de volta de seu transe.

Ela estava fazendo uma pergunta a ele, preocupada. Os olhos dela eram tão puros e inocentes e ele se sentiu extremamente sórdido por pensar tais pensamentos. 

Ele sabia que não era certo tirar vantagem assim.

Ele suspirou e a levantou. "Vamos trocar essa roupa," ele disse e olhou para o servo esperando fora da porta, pedindo que chamasse Thessy.

A garota se deixou ser levada para o banheiro, e ele a colocou gentilmente na borda da banheira.

Foi neste momento que a mulher mais velha chegou no cômodo e Thaddeus pediu que ela a limpasse e ajudasse ela a tomar um banho. 

"Sim senhor," Thessy disse enquanto olhava para a garota com a mesma expressão impassível. Ele então gesticulou para deixarem um pouco de espaço para ela trocar de roupa, porém foi abruptamente puxado de volta por mãos suaves. 

Tadeu se virou para olhar de volta para a garota, que estava segurando seu braço. 

Ela parecia um pouco... forte?

Ahem.

Mas ele encontrou os olhos ansiosos dela, como se tivesse medo dele ir embora, e seus ombros caíram. 

"Thessy é legal, vai com ela, tá bom?" ele disse, batendo gentilmente na cabeça dela. 

Felizmente, ela soltou e saiu do banheiro, tentando determinar como resolver seu próprio 'problema da barraca' antes que ela saísse pela porta.

***

Thessy agarrou a mão dela com força, fazendo com que ela caísse na banheira sem nenhuma delicadeza. 

A garota—nua—parecia confusa. 

Os olhos de Thessy estavam frios e sua expressão permanecia impassível enquanto ela abria o chuveiro. Ela sequer se preocupou em checar a temperatura. 

Estava um pouco quente e Naia se sentiu muito desconfortável. Ela abriu a boca para dizer algo mas a mulher zombou, sem se importar. Ela apenas pegou o chuveiro móvel para dar banho na garota como solicitado, sem se preocupar se a garota gostava ou não.

Não, ela era uma serva bem treinada. Como poderia não perceber o desconforto da garota? 

Mas ela se deleitava nisso. 

"Tsk, homens só gostam das bonitas e indefesas. Eu achava que o mestre era diferente," ela disse, continuando seu desabafo, enquanto esfregava a pele da garota como se fosse calosa por todo lugar. 

Naia franziu a testa segurando a lateral da banheira, as sobrancelhas franzidas tanto em confusão quanto em irritação. 

A mulher mais velha então segurou a bochecha macia da garota. Era tão suave que fez seus olhos tremerem e apertou mais forte. Não era um aperto que deixaria marca, mas era desconfortável.

Pior, Naia não entendia uma palavra do que ela estava dizendo. Mas, ela podia sentir a hostilidade dela e isso estava a irritando mais do que o fato de estar sendo esfregada por uma bucha áspera sem cuidado.

"Só saiba que homens vão cansar do seu tipo, especialmente idiotas como você," Thessy disse com um sorriso depreciativo. 

Ela nem sequer notou como pequenas rachaduras se formaram na borda da banheira.