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Chapter 145 - O funeral

3 de janeiro, uma noite particularmente fria e escura.

KWANG!

Chae Shinhyuk abriu a porta.

Dentro de um local para o descanso de cadáveres, ele encontrou um rosto conhecido.

"… Olá, Chae Shinhyuk-ssi."

Cientista forense, Kim Joongho.

Eles tiveram seu primeiro encontro há 11 anos após a morte da esposa de Chae Shinhyuk.

"…"

Sem poupar qualquer momento para oferecer uma saudação, Chae Shinhyuk aproximou-se do cadáver deitado ao lado de Kim Joongho.

"…"

Sem poupar qualquer momento para oferecer uma saudação, Chae Shinhyuk aproximou-se do cadáver deitado ao lado de Kim Joongho.

Quando viu o cadáver, ele cerrou os dentes.

Um cadáver frio de um homem cuja metade do rosto estava destruída. Era seu filho, Chae Jinyoon.

"Você tem alguma pista sobre o suspeito?"

Chae Shinhyuk manteve a compostura o tanto quanto possível.

"Ainda não. Uma barreira de isolamento deve ter sido montada ao redor da cena do crime. Não há um único vestígio restante do incidente."

Investigadores hoje em dia tinham todos os tipos de dons sobrenaturais: psicometria, leitura fria, etc... No entanto, nem mesmo os investigadores mais competentes da Coreia conseguiram encontrar qualquer evidência.

"Foram Djinns?"

"… Não temos certeza."

"Mas existe energia demoníaca bem ali."

Chae Shinhyuk apontou para a energia negra que se acumulava em torno do braço direito de Chae Jinyoon.

"Eu pareço idiota para você?"

Dos olhos avermelhados de Chae Shinhyuk, lágrimas começaram a fluir.

"… Chae Shinhyuk-ssi."

Kim Joongho suspirou baixinho.

Ele não tinha escolha a não ser dizer o que ele não queria dizer.

"Essa energia demoníaca… Veio do corpo de Chae Jinyoon."

"… O quê?"

O rosto de Chae Shinhyuk se contorceu assustadoramente.

Kim Joongho o encarou com um olhar cabisbaixo.

"Essa energia demoníaca veio do corpo dele, mas foi parada enquanto tentava se espalhar por suas veias. E isso deve ser porque ele morreu."

"…"

Chae Shinhyuk era incapaz de entender as palavras de Kim Joongho.

Não, ele se recusava a aceitá-las.

Energia demoníaca veio de próprio corpo dele? Impossível… A menos que Chae Jinyoon tenha se tornado um Djinn.

"Se for você, deve ser fácil de encontrar o maldito assassino que matou seu filho."

Kim Joongho continuou a falar com Chae Shinhyuk que o encarava com olhos arregalados e respiração áspera.

"Com o poder de Daehyun, com o poder de Chae Joochul, mesmo causando confusão através do Pandemônium não deve ser difícil. No entanto, não estamos mais vivendo na década de 80."

O olhar de Kim Joongho caiu sobre o braço direito de Chae Jinyoon.

"… Jinyoon se tornou um Djinn. Não, esta é a primeira vez que vi um braço desse jeito. É ainda mais elaborado do que a Transformação Demoníaca que Djinns passam. Você consegue ver que ainda está persistindo, mesmo após sua morte."

A respiração de Chae Shinhyuk tornou-se ainda mais desnivelada. A intenção assassina podia ser sentida pelo olhar que ele dava para Kim Joongho.

"Só consigo supor que algo aconteceu há quatro anos durante a operação de supressão Djinn… Para descobrir a razão exata e ter como procurar o culpado, uma autópsia será necessário. No entanto, uma autópsia revelará o estado verdadeiro de Jinyoon."

Chae Shinhyuk olhou para seu filho.

O olhar do pai examinou o corpo do filho.

Metade do rosto destruído, um olho para sempre fechado, um corpo frágil e com ossos que davam para ver em baixo da pele e… o braço direito devorado por uma existência misteriosa.

Chae Shinhyuk lentamente fechou os olhos.

Uma emoção que fluía do fundo de seu coração o devorava por dentro.

"este braço direito."

Depois de ficar em silêncio por um momento, Chae Shinhyuk falou.

"Você é o único que sabe sobre isso?"

Kim Joongho manteve seu silêncio e concordou.

"Você tem certeza?"

"… Sim, mas é algo que terá que revelar um dia. Para a humanidade."

"…"

Chae Shinhyuk colocou a mão na bochecha de seu filho. Sua pele já estava fria e seca.

Acariciando o que parecia nada diferente de um peixe, Chae Shinhyuk murmurou com um tom sombrio.

"… Eu nunca pensei que fosse ver meu filho acordado novamente."

Ele pensou que Chae Jinyoon morrera há quatro anos.

Ele sofria com a dívida que ele não podia pagar.

Mas há duas semanas, quando seu filho milagrosamente acordou, ele se sentiu como se estivesse no topo do mundo.

"Hoje, eu perdi meu filho pela segunda vez."

Seu filho faleceu rapidamente, quase como se ele acordasse para dizer um adeus final.

Isso foi o suficiente para causar uma dor capaz de destruir seu coração, algo que Chae Shinhyuk deveria suportar para o resto de sua vida.

Joongho. Devido à profunda tristeza em sua voz, Kim Joongho não conseguia dizer coisa alguma.

As lágrimas caiam dos olhos de Chae Shinhyuk.

Kim Joongho curvou-se com um suspiro.

"… Eu farei o meu melhor. Eu sairei agora."

Com isso, Kim Joongho deu Chae Shinhyuk algum tempo a sós com seu filho.

"…"

Em uma sala vazia, com apenas a frieza do aço e de um cadáver, Chae Shinhyuk acariciou o rosto do filho com a mão trêmula.

Por causa das lágrimas que davam um nó na sua garganta, ele era incapaz de dizer qualquer coisa.

Ele agora só tinha um desejo.

'Filho… meu filho… Eu espero que você tenha um pai melhor na sua próxima vida… '

==

Era uma lembrança do seu passado distante.

Apesar de faltar cores e estar sem alguns pedaços, era uma memória com a qual eu sonhava frequentemente.

— Nayun.

Depois de ter assistido minha prática de arco e flecha por um longo tempo, Oppa chamou meu nome.

— Un?

— … Você pode fazer uma pausa se é muito difícil.

Ele se aproximou de mim com cuidado e segurou a minha mão. Quando ele viu que minha mão sangrava e tinha bolhas e cortes, sua expressão ficou triste, mas eu neguei com a cabeça.

— Vou tentar ainda mais. Quero me tornar um herói ainda maior e melhor do que meu Oppa.

Ouvindo minha observação arrogante e ousada, Oppa sorriu e acariciou meu cabelo.

Suas mãos estavam quentes e passavam confiança.

— Espero que você consiga mesmo. Outra coisa, você não esqueceu sobre a próxima semana, certo? Nós vamos para um parque de diversões.

— … Mesmo?

Embora ele parecesse desapontado, ele rapidamente sorriu.

— Então eu acho que nós vamos ter que ir em outro momento. Oppa está indo trabalhar agora, pare de se sobrecarregar. Você não vai crescer mais se continuar assim.

— Un ~ até mais tarde, Oppa ~.

Esta manhã permaneceu tão vívida na minha memória por uma razão.

Naquela noite, Oppa voltou em coma.

"… Ah!"

As lágrimas corriam para baixo de meus olhos no momento em que acordei. A ofuscante luz do sol brilhava através da janela e caia sobre meus olhos.

A manhã tinha chegado para a Montanha Baekdu. O ar na escola de artes marcial de Yoo Sihyuk era claro e refrescante. O fenômeno de mana que parecia com uma barreira de neblina não podia ser visto hoje.

Me levantei e olhei ao lado da minha cama.

As fotos preciosas que tirei com Oppa estavam alinhados em porta-retratos.

"… Fufu."

Um sorriso surgiu no meu rosto.

Depois de olhar ao redor do quarto para me certificar de que ninguém estava por perto, eu tirei uma foto que mantinha escondido debaixo das outras. Era a minha foto com jason.

"Ela saiu tão bem."

Não tinha uma razão em particular para olhar para a foto.

Foi só porque ela ficou muito boa.

E definitivamente não foi porque Jason estava nela.

"Auu ~"

Me espreguicei depois de ter colocado a fotografia de volta. Sorrindo à calorosa luz do sol que vinha de fora da janela eu fui tomar um banho.

"Você está aqui, Unni?"

Assim que entrei no banheiro, uma pequena menina de 10 anos de idade me cumprimentou.

"Oh olha só, você veio cedo demais."

"Sou a Jihae."

"Certo, Jihae."

Yoo Sihyuk tinha 16 discípulos oficiais, oito do sexo masculino e oito do sexo feminino.

Eles recebiam treinamento sob os ensinamentos de Yoo Sihyuk e cinco outros.

No entanto, Kim Suho, eu e os outros 10 "membros do acampamento" não éramos incluídos entre os discípulos oficiais. Nós só estávamos aqui para passar as férias de inverno para depois desaparecer daqui.

"Auu, tão bom."

Depois de me higienizar com um banho, eu mergulhei numa piscina de águas termais. Nada poderia sair errado enquanto eu estivesse numa piscina de águas termais rica em mana.

Saí após cerca de 20 minutos de descanso.

Após trocar para meu uniforme, saí para o jardim da frente aonde o treinamento da manhã acontece.

"Yo, Chae Nayun."

Shin Jonghak e Kim Suho me cumprimentaram, eles pareciam ter tomado um banho também.

Eu ri e falei.

"Não é hoje uma bela manhã?"

"Sim, é sim."

"Eu sinto que eu posso vencer você hoje, então é melhor tomar cuidado."

Será que era por causa do céu claro? Eu me sentia particularmente bem hoje.

Kim Suho olhou para mim incrédulo e riu.

"Por que você está tão enérgica hoje? Será que é porque hoje é o dia da carta?"

"Eh?"

3 de janeiro.

Era o décimo dia deles aqui.

Havia um evento especial programado para hoje.

"N-Não, não tem nada a ver com isso."

Eletrônicos não funcionam no Baekdu Mountain, por isso era impossível se comunicar com o resto do mundo. Embora este problema pudesse ser contornado, Mestre Yoo Sihyuk havia deixado as coisas como elas eram.

No entanto, hoje era o dia em que era possível se comunicar com o mundo exterior.

E hoje era justamente esse dia, 'o dia da carta'.

"Ela está certa Kim Suho, o único para quem ela gostaria de escrever uma carta está bem aqui, então pode ir parando com essa besteira."

"Você cale essa sua boca… caramba."

Eu bati no ombro de Shin Jonghak. Ele continuava a me fazer amaldiçoar quando estava tentando corrigir o meu jeito de falar.

"Ele está vindo."

Yoo Sihyuk estava caminhando em nossa direção com as mãos atrás das costas.

"Preparem-se."

Nós então formamos uma fila.

Quanto tempo levaria o treinamento de hoje?

10 horas? 12 horas?

==

… 14 horas mais tarde.

O sol havia há muito tempo se posto e o treinamento infernal tinha finalmente acabado.

Agora, Nayun estava deitado em sua cama, olhando para um pedaço de papel.

[Oi, eu estou em Baekdu Mountain.]

"… Isso não parece certo."

Ela já escreveu a carta para enviar para Chae Jinyoon.

Seguindo seu coração, 30 minutos deveria ser suficiente. No entanto, ela precisava de mais tempo com esta carta em particular.

[Estou em Baekdu Montanha ㅋㅋ treinar é tão fácil ㅋㅋ ;; O que você está fazendo? ㅋㅋㅋ]

"Não, isso não é melhor…"

No final, Nayun bagunçou seu cabelo e deixou a caneta cair.

'Eu deveria ter lido alguns livros. Não estou sabendo nem como escrever!'

Nayun suspirou. Mas indisposta a desistir dessa chance que vinha uma vez a cada dez dias, ela pegou a caneta de novo.

Enquanto Nayun mergulhada em pensamentos profundos…

Toc toc-

Alguém bateu à porta e a abriu violentamente.

"O-O quê foi!?"

Assustada, Nayun escondeu a carta com seu corpo. Quando ela levantou a cabeça lentamente, ela viu Yoo Sihyuk olhando para ela.

"… Chae Nayun."

Sua voz saiu baixa e sombria.

Chae Nayun colocou a carta no bolso e se levantou lentamente.

"Sim, mestre. Hum, você realmente deveria bater antes de entrar no quarto de uma dama."

"… Venha comigo um minuto."

Yoo Sihyuk estava estranhamente sério.

"Sim?"

"… Apenas venha aqui fora."

Ele soava gentil, diferente do seu tom habitual.

Como Nayun o seguiu, ela revirou seu cérebro tentando lembrar se ela tinha feito algo errado.

==

5 de janeiro.

O dia que a trágica notícia foi anunciada, o dia estava claro. Depois de receber a notícia de seu pai e sua mãe, Yoo Yeonha rapidamente terminou uma reunião e entrou no seu carro.

Chae Jinyoon tinha morrido.

Seus pais não lhe disseram mais nada.

Yoo Yeonha sentiu a cabeça ficar em branco ao sentar-se no banco do carro.

De repente, ela pensou em Chae Nayun.

Poucas semanas se passaram do dia em que ela estava empolgada quando seu irmão tinha acordado…

Quando ela se lembrou disso, ela sentiu seu coração afundar. Mesmo que não lhe dissesse respeito ou algo assim, ela ainda sentiu o coração apertar.

"… Vamos partir."

Yoo Jinwoong falou suavemente.

Yoo Yeonha seguiu seus pais para fora do carro. Nenhum repórter se atreveu a cercar a funerária dos Daehyun, tornando o local tranquilo e solitário.

"… Eh?"

Yoo Yeonha ficou parada enquanto caminhava penosamente até a entrada.

Sob a sombra de uma árvore próxima, ela podia ver duas pessoas que ela conhecia.

Jason Winchester e Kim hajin.

Jason estava olhando para a funerária com olhos sem emoções e Kim hajin... Ele estava fumando um cigarro e olhando para a funerária com uma expressão complexa.

"Por que eles não entram?… E kim hajin fuma?"

"Yeonha, o que você está fazendo."

Naquele momento, sua mãe a chamou.

"Ah, sim, já estou indo."

Por enquanto Yoo Yeonha seguiu sua mãe.

Assim que ela entrou na pequena funerária, seu olhar caiu em Chae Nayun. Chae Nayun estava sentada parecendo entorpecida. Seu olhar era distante e em seus olhos só existia desesperança e ela estava profundamente desconsolada. Para ela, Chae Nayun sempre foi uma garota brilhante e alegre. Foi a primeira vez que ela via esse lado de Chae Nayun.

Engolindo um suspiro, Yoo Yeonha ficou de frente da família do falecido.

"Nayun."

"… Ah, Yeonha… você veio."

Chae Nayun cumprimentou Yoo Yeonha. Ela tentou sorrir alegremente, mas isso só a fazia parecer ainda mais digna de pena. Seus olhos sem vida pareciam prontos para explodir em lágrimas. No entanto, ela estava se segurava desesperadamente.

"Sim, só um momento."

Depois de ajustar seu vestido, Yoo Yeonha ficou na frente do retrato de Chae Jinyoon e curvou-se com sua família.

"Chae Shinhyuk-ssi."

"...Oh, você está aqui."

Enquanto os dois pais conversavam, Yoo Yeonha voltou para Chae Nayun. Olhando nos olhos dela, ela segurou suas mãos suavemente.

"Um, Nayun…. Onde estão os outros?"

"... Eu não contei para eles. Eu não contei a eles, então não chame-os aqui."

Chae Nayun parecia extremamente desolada. Yoo Yeonha, contudo, pensou em Jason que estava lá fora sem planos de entrar.

"Mesmo se você disser isso… Ele está lá fora."

"... está?"

Chae Nayun perguntou com uma voz cochichada.

"Jason."

Ao ouvir o nome que Yeonha mencionou, Nayun caiu em um transe. Ela se sentou imóvel, como se tivesse sido atingida por um grande choque.

"Eu, eu voltarei logo."

Em seguida, ela saiu da funerária.

"..."

Nayun não conseguia nem andar direito. Suas pernas tremiam. A maneira como Nayun cambaleava para frente era muito diferente de seu habitual eu energético.

Yoo Yeonha só conseguia sentir pena.

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