O sol podia ser visto no céu. Essa era uma visão rara no Condado Baldwin ou no Extremo Norte do Império como um todo.
Amelia viu Roy vestindo equipamento e roupas com pressa e não pôde deixar de perguntar, "Para onde você está se esgueirando neste dia maravilhoso?"
Roy calçou os sapatos antes de olhar para ela de forma zombeteira. Ela tinha a sensação de que ele estava tramando algo, mas não conseguia definir o quê até ele dar um leve beliscão em sua testa.
"Se eu não quisesse que você soubesse que estou indo para algum lugar, você não estaria aqui falando comigo," disse Roy a Amelia, que esfregava a cabeça.
Como ele disse, se ele quisesse esconder que estava indo para algum lugar, ela nunca teria sabido até que ele não estivesse mais na Mansão.
Da última vez ela não percebeu isso por uma noite inteira.
Amelia tinha que admitir que seu mestre era muito bom em se esgueirar.
"Por favor, fique seguro. Não entre em ação sem determinar o perigo, meu mestre." Ela falou como uma mãe advertindo seu filho a não aceitar doce de estranhos.
"Não se preocupe comigo; eu não vou para lugar nenhum além da Cordilheira da Montanha Nevada. Lá, as feras mais fortes estão no meu nível. Se eu não conseguir derrotá-las, com certeza conseguirei fugir."
Roy estava descarado ao dizer isso.
Como um nobre, ele não deveria mostrar as costas para o inimigo, mas Roy valorizava mais a sua vida do que o seu orgulho, então estava mais do que pronto para jogar a toalha e fugir como um cachorro molhado no primeiro sinal de morte.
Era isso que o tornava tão inteligente.
Você sempre pode se vingar se tiver uma vida, mas se a perder, esqueça a vingança; só ore para não acabar no inferno por ser estúpido.
"Estou indo então. Cuide-se."
Roy deu a ela um joinha e virou-se para sair.
"Tenha cuidado ao sair." Amelia disse, "Eu estarei rezando pela sua segurança."
…
Havia um prédio velho e enferrujado em algum lugar do Condado Baldwin. Tinha uma placa com o nome ameaçando cair a qualquer momento. Este era um local ocupado principalmente por fumantes de ópio, drogados e bandidos. Mas isso era apenas uma fachada. Sua verdadeira face era muito mais hedionda. Tinha um portal para o inferno. Escondido profundamente abaixo estava o muro dos lamentos. Escondidos por ele estavam os Contratados de Yama.
"Por que você não me disse que ele saiu do condado há três dias. Por que estou sabendo disso pelas minhas fontes? Para que diabos eu te pago se você não consegue fazer seu trabalho direito?" Isso foi dito por um homem com nem um centímetro de sua pele exposta. Ele estava todo de preto. E pela sua expressão, era evidente que ele estava fazendo o seu melhor para não gritar e segurar sua raiva.
"Desculpe, minha falha." O contratado de Yama bocejou, pois mal se sentia sóbrio. "Eu estava simplesmente bêbado demais naquele dia."
Sua atitude descompromissada fez o homem de preto finalmente perder a calma. Sua mão esmagou a mesa, e veias saltaram em seu pescoço enquanto ele gritava, "Você bagunçou meu pagamento porque tinha bebido um pouco demais? Você está falando sério?!"
Este lugar era o Esconderijo da Aranha. Era um grande sindicato. O mais poderoso era conhecido como Yama. Pouco se sabia sobre Yama, exceto por isso. Este homem de preto era um recruta recente que havia ganhado um pouco de fama dois meses após entrar na guilda. Nomes não eram usados nesta guilda, apenas codinomes. O codinome desta pessoa era Morte Rápida.
Ele deveria receber 100 barras de ouro por matar um verme de arroz. Este rapidamente se tornou o trabalho mais bem pago que ele assumiu até agora. Ele teria completado se esse cara oposto a ele não tivesse bagunçado.
"Acalme-se. Eu estou sóbrio desde então. Não pisarei na bola uma segunda vez." Disse o contratado, que cheirava a gambá bêbado.
O nariz do homem de preto torceu, demonstrando sua aversão ao álcool.
"Sim… sim, reze para que você não o faça."
As palavras da Morte Rápida foram ditas de maneira ameaçadora. Mas o contratado não mostrou nenhum sinal de medo.
Morte Rápida era um assassino grau-bronze, mas ele havia assassinado uma família inteira menos conhecida durante a noite.
Ninguém sabia quão poderoso ele era, mas todos tinham certeza de que ele subiria rapidamente nos escalões de assassino.
O contratado tinha naturalmente medo dele, mas não deixava isso aparecer.
Ele poderia garantir que, caso contrário, sua cabeça voaria.
Morte Rápida se virou para sair.
Foi então que um rato carregado disparou para dentro do quarto através de uma passagem secreta.
À primeira vista, Morte Rápida deu um gritinho e pulou como uma menininha. "Que porra é um rato sujo fazendo aqui?! Mate-o! mate-o!"
O contratado disse para ele se acalmar. Internamente, ele estava rindo da Morte Rápida. Esse cara maníaco que matou uma família de quatro, sem poupar nem duas crianças de dez anos, tinha medo de um mero rato? Que piada!
Morte Rápida se acalmou apenas depois que o rato subiu no contato, sentando em seu ombro.
Havia um pequeno papel enrolado preso às suas pernas.
Ele pegou e desdobrou.
Ele leu, se sentiu satisfeito e sorriu.
"Há boas notícias para você.
"Mande."
"Seu alvo saiu do condado novamente, e ele está sem escoltas, como da última vez. Quanto a onde, eu não sei. Meus espiões perderam o rastro dele. Mas ele não esconde nada da sua empregada. Ela pode saber. Esta é uma oportunidade enviada pelo céu para eliminá-lo. Não a desperdice."
"Não vou."
Morte Rápida saiu rapidamente do prédio velho e enferrujado. O contratado enxugou o suor. Ele precisava montar melhores armadilhas ao seu redor para se sentir seguro na presença de maníacos como a Morte Rápida, que tinha um histórico de matar contratados.
Morte Rápida não saiu do condado. Ele estava se movendo em direção à Mansão do Conde. Era uma maravilha como ele ia penetrar na barreira e entrar lá dentro…