Chereads / A Odisseia de Ático: Reencarnado em um Parquinho / Chapter 13 - Morte de Ariel Ravenstein

Chapter 13 - Morte de Ariel Ravenstein

No dia seguinte, Ático sentou-se em sua cama meditando. Com uma sutil mudança de foco, ele estendeu seu sentidos, alcançando a mana ambiento que permeava o ar.

Ao absorver a mana, Ático sentiu-a descer através de seu ser como uma cachoeira gentil, uma corrente reluzente que resonava com a essência do mundo. Conforme a mana fluía dentro dele, ele começou a manipulá-la, guiando-a para seu núcleo de mana. Após um tempo, ele abriu os olhos e soltou um suspiro leve.

'Nada mudou. Tenho treinado assim por anos a fio, mas não sei nada sobre o sistema de poder deste mundo,' Ático refletia. 'Mãe disse que ela me deixará começar a treinar quando eu completar seis anos. Por enquanto, só posso continuar absorvendo mana.'

Na noite anterior, Ático havia mencionado que queria aprender a lutar depois do jantar. É claro, Anastácia recusou veementemente, alegando que Ático era muito jovem. Ático então lançou mão de sua arma secreta: seu rosto adorável de filhote de cachorro. No entanto, mesmo a expressão adorável não conseguiu convencer Anastácia.

Depois de alguns minutos de súplicas persistentes de Ático, Freya e Avalon interviveram, apoiando seu pedido. Levou um tempo, mas Anastácia relutantemente concordou em deixá-lo começar o treinamento quando fizesse seis anos.

"Essa mulher é tão protetora, caramba!" Ático proferiu, irritado. "Você pensaria que em um mundo assolado por guerras e mortes, os pais iriam querer que seus filhos aprendessem a lutar e se defenderem cedo. Tenho de ser paciente. Vou continuar absorvendo mana por agora e depois no próximo ano, vou focar em entender o sistema de poder deste mundo e aprender a lutar!"

***

Boman avançava decidido pelo corredor que levava à sala de treinamento de Avalon. Seus passos eram rápidos e determinados, um senso de urgência impulsionando seus movimentos. A superfície metálica e elegante da porta brilhava sob a luz ambiente, seu design uma mistura de simplicidade elegante e tecnologia avançada.

Ao se aproximar, sensores embutidos na porta reconheceram sua presença e, com um zumbido quase inaudível, a superfície lisa da porta começou a se abrir, revelando Avalon em meio a uma intensa sessão de treinamento, sentado de pernas cruzadas com lava ao seu redor. Boman pigarreou, chamando sua atenção.

"Mestre Avalon," ele começou, sua voz tingida de trepidação. "Há más notícias."

Avalon abriu os olhos, surpreso ao ver Boman ali. 'Isso deve ser muito grave, ele nunca me interrompe quando estou treinando'. Ele desativou a estimulação e permitiu que Boman se aproximasse.

"O que foi?" A voz de Avalon era baixa e controlada, mas uma corrente de tensão vibrava pelo ar.

Boman engoliu em seco antes de entregar a notícia devastadora. "Mestre Ariel... ele foi assassinado."

As palavras de Boman pairavam no ar, pesadas com o peso de seu significado. Ao entregar a notícia da morte prematura de Ariel, era como se o mundo ao redor de Avalon se alterasse, transformando-se em um tableau surreal. Os sons da mansão movimentada, o zumbido distante da atividade, tudo se afastava para uma sinfonia abafada, deixando apenas um eco vazio.

O olhar de Avalon fixou-se nos lábios de Boman enquanto eles se moviam, formando as palavras que haviam destruído sua realidade. Mas apesar do movimento, as palavras pareciam se dissolver antes de alcançar seus ouvidos. Um torpor se apoderou dele, um casulo de incredulidade que o protegia do impacto total da notícia.

Percebendo a desconexão, a voz de Boman desapareceu em silêncio. Seu olhar preocupado encontrou os olhos distantes de Avalon, reconhecendo o choque que o havia envolvido. Ele deu um passo para trás, permitindo espaço para Avalon processar a verdade devastadora.

O tempo parecia esticar enquanto a mente de Avalon lutava para compreender a enormidade da perda. Imagens de Ariel, seu irmão, seu confidente, passavam por seus pensamentos. Risadas compartilhadas, batalhas lutadas lado a lado, e agora... um vazio que nunca mais seria preenchido.

Finalmente, após o que pareceu uma eternidade, uma voz conseguiu penetrar o torpor que envolvia os sentidos de Avalon. Era um sussurro fraco, sua própria voz, fragmentada e distante.

"Ariel... se foi?"

O som de sua própria voz parecia quebrar a ilusão, permitindo que a realidade voltasse a se infiltrar. O mundo recuperava seu som, a vida na mansão retomando seu ritmo. Os olhos preocupados de Boman encontraram os de Avalon, uma mistura de simpatia e empatia gravada em seu rosto.

A voz de Boman, quando veio, era gentil, como se reconhecesse a fragilidade do momento. "Sim."

O peito de Avalon se apertou, uma mistura de dor, raiva e descrença surgindo dentro dele. Ele inspirou profundamente, as mãos tremendo involuntariamente ao seu lado.

"Como...?" Sua voz vacilava, traindo as emoções que lutava para conter.

"Eles não deixaram rastro, mas suspeitamos da Ordem Obsidiana." Boman respondeu.

A mandíbula de Avalon se apertou, uma feroz determinação substituindo o choque inicial. A raiva irrompia, acendendo um fogo dentro dele.

"A Ordem Obsidiana," ele repetiu, sua voz agora marcada por resolução. "Eles vão pagar por isso."

"Encontre-os," a voz de Avalon era como aço, sua ordem inabalável. "Use todos os recursos à nossa disposição. Bloqueie todo o domínio humano, se necessário. Quero que os responsáveis sejam localizados."

Boman assentiu, sua determinação se firmando enquanto absorvia as ordens de Avalon. "Sim, Mestre Avalon. Não deixaremos pedra sobre pedra."

A aura de Avalon pulsou mais uma vez, o ar carregado com uma tensão quase palpável. "Certifique-se disso. Eles vão pagar por isso!"

Enquanto Boman se apressava para cumprir suas ordens, o olhar de Avalon permanecia fixo no horizonte, seus pensamentos um redemoinho de raiva e dor.