Anastácia e Freya ficaram diante de Brasa e Caldor, seus corações pesados com o fardo que estavam prestes a suportar. Anastácia pigarreou, sua voz trêmula enquanto ela se preparava para a tarefa desoladora à frente.
"Queridos," ela começou, sua voz suave, porém instável. "Tenho algo muito difícil para contar a vocês."
Brasa e Caldor fixaram seus olhos nela, sentindo a gravidade do momento. Seus olhares se deslocaram de Anastácia para um ao outro, uma troca silenciosa de apreensão.
"Seu pai, Ariel," a voz de Anastácia falhou, uma lágrima escapando de seu olho. "Ele... ele morreu."
O cômodo pareceu prender a respiração enquanto o peso daquelas palavras se estabelecia. Devastação gravada em seus rostos, eles trocaram um olhar incrédulo antes de sua compostura desmoronar, e eles começaram a chorar.
Caldor, que sempre estava sorrindo e rindo, desabou. Até Brasa, a normalmente reservada e estoica, não conseguiu conter sua tristeza e chorou.
Eles haviam se tornado órfãos.
Anastácia e Freya avançaram, envolvendo-os em um abraço apertado. Seus soluços ecoando no cômodo, tristeza compartilhada e fardos suportados juntos.
"Eu prometo" Anastácia sussurrou, sua voz trêmula mas resoluta. "Estarei aqui para vocês, sempre."
Brasa, suas lágrimas manchando o ombro de Freya, olhou para cima com os olhos avermelhados. Sua voz mal passava de um sussurro, preenchida com uma mistura de tristeza e raiva. "Quem fez isso?"
Freya encontrou o olhar de Brasa, entristecida. Ela não queria que ela vivesse sua vida pelo desejo de vingança. "Ainda estamos investigando, mas prometo que vamos descobrir. E quem quer que seja o responsável pagará pelo que fez. Deixe os adultos cuidarem disso, querida". Freya segurou Brasa mais forte.
Embora Brasa fosse sempre fria e indiferente, ela amava sua família profundamente. Ela faria qualquer coisa para protegê-los, mas o mundo acabara de arrancar um homem pelo qual ela se importava mais no mundo. 'Eu sou muito fraca'. Ela pensou, encharcando as roupas de Freya com lágrimas. 'Eu preciso de força. Eu farei aqueles que o mataram pagarem!' ela pensou, sua determinação palpável.
***
Ático estava absorvendo mana dentro de seu quarto, quando Arya materializou-se das sombras.
"Droga!" sua surpresa evidente. Ele rapidamente percebeu que tinha cometido um erro e se corrigiu. "O que te traz aqui?"
Arya não ligou para suas palhaçadas. Seu olhar carregava um peso sombrio, e ela encontrou seus olhos com uma expressão grave. "Jovem mestre, a jovem senhorita Brasa e o jovem mestre Caldor, seu pai foi morto ontem à noite"
As palavras de Arya foram como uma adaga em seu coração, cada sílaba cortando mais fundo do que a última.
"Como?" ele perguntou, perplexo que Ariel fosse morto assim. Se havia alguma coisa que ele havia aprendido, era que a Família Ravenstein era uma das mais fortes no domínio humano. Era surpreendente que alguém ousasse matar Ariel.
"Ainda estão investigando, jovem mestre. Você deveria ir encontrar o jovem mestre Caldor e a jovem senhorita Brasa. Minha senhora está contando a eles agora"
Sem perder mais um momento, Ático partiu em direção a Brasa e Caldor, seu coração pesado pelo luto por seus primos. Ele nunca havia encontrado Ariel e estaria mentindo se dissesse que sentia algo sobre sua morte. Embora pudessem estar relacionados por sangue, era difícil se importar com uma pessoa que nunca conheceu. A única coisa que o preocupava era como Brasa e Caldor se sentiriam.
Ele encontrou Brasa e Caldor, seus rostos marcados pela tristeza, chorando sem parar, e seus olhos caíram sobre Anastácia e Freya enquanto as abraçavam.
Enquanto ele ficava atrás delas, seus pensamentos eram um turbilhão de introspecção. 'Ariel era forte, e ainda assim morreu. Sem força absoluta neste mundo, você não pode sobreviver. É ainda pior para mim, já que sou praticamente um herdeiro da Família Ravenstein. Eu preciso de força!' Ático havia morrido sem poder fazer nada em sua vida passada; ele recusava-se a deixar que isso acontecesse novamente.
Uma resolução feroz se instalou nele, um fogo aceso pela perda e determinação. A mandíbula de Ático se fechou, suas mãos se fechando em punhos. Ele observava enquanto Anastácia e Freya os confortavam, seu coração doendo pela dor deles.
"Eu preciso de força" ele repetia a si mesmo, as palavras um voto silencioso. Ele treinaria mais duro, se esforçaria mais e se tornaria uma força a ser reconhecida.
Enquanto isso, profundamente dentro do Estate Ravenstein, aninhado no abraço de uma montanha imponente, havia um centro de treinamento isolado criado com precisão incomparável e fortificado para resistir até mesmo às entidades mais formidáveis, um Paragon.
Ao parar diante da entrada dessa instalação formidável, suas emoções se agitavam como um vendaval dentro dele. Respirações profundas firmavam sua resolução, suas mãos tremendo ligeiramente.
Ele olhou para a entrada e com determinação resoluta, Avalon avançou, seu coração batendo forte no peito.