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"Senhorita Madeline! Senhorita Madeline!" uma empregada bateu na porta que estava fechada por dentro, "Por favor, abra a porta para que possamos arrumá-la," a empregada tentou abrir a porta mas a senhora do lado de dentro não estava nem aí.
Madeline encarava a porta enquanto estava sentada na cama, sem vontade de se mover e abrir a porta que ela tinha trancado desde a hora que tinha acordado pela manhã. Ela deveria se juntar ao Rei Calhoun para o café da manhã e, ao invés de deixar as criadas entrarem para arrumá-la, Madeline estava lá com suas roupas de dormir, atrasando o temido tempo que teria que passar com ele.
A porta continuava a bater, "Senhorita Madeline, pedimos que por favor abra. O Rei espera por você nos próximos dez minutos. Ele vai ficar muito bravo conosco..."
Ela encarou a porta com força antes de finalmente descer da cama e caminhar em direção à porta para abri-la. Madeline não era uma mulher insensível para não saber que repercussões as pessoas enfrentariam por causa dela. Ela se sentia como se seus pés e mãos estivessem atados onde ela era incapaz de fazer algo naquele momento.
Madeline disse, "Eu já tomei meu banho," ela não queria que as criadas a tocassem como na noite passada, onde tinha sido nada além de desconfortável, "O que é isso?" ela perguntou olhando para as duas criadas que carregavam caixas em suas mãos.
"Suas roupas e joias para usar agora, minha senhora," respondeu aquela à frente, que se chamava Nicola. A empregada a olhou nos olhos sem piscar, "O Rei disse que encomendou os vestidos do longínquo Leste e espera que você goste," ao ver a birra da garota desde ontem, a criada-chefe teve que se segurar para não pedir que ela parasse de agir como uma criança. Ela estava se comportando como se o inferno tivesse caído aqui, quando na verdade ela deveria se sentir afortunada.
E Madeline podia ver o jeito como a empregada a olhava, como se quisesse lhe dizer algo mas, ao invés disso, Nicola escolheu baixar a cabeça. Um sorriso surgindo em seu rosto que confundiu Madeline,
"Vamos arrumá-la," disse a empregada e as outras duas criadas começaram a desempacotar a caixa que tinham trazido com elas. Tirando os materiais um após o outro e a outra abrindo a caixinha que carregava colares. Madeline ainda estava se arrumando quando a porta foi aberta sem bater, fazendo todos se virarem para ver Calhoun chegar à porta.
"O que está demorando tanto para arrumá-la?"
As criadas congelaram no lugar e o corpete só estava sendo amarrado com os laços que escaparam de suas mãos à vista do Rei que tinha vindo aqui. Madeline engoliu em seco ao vê-lo, seu corpo carregando uma sombra de um lado enquanto seus sapatos faziam clique no chão.
Calhoun lançou um olhar para a criada-chefe que rapidamente lhe fez uma reverência, "Estávamos arrumando-a, milorde."
"Você achou que eu tomaria meu café da manhã depois que o sol se pusesse?" ele perguntou com um tom subjacente de sarcasmo. As criadas não responderam e ficaram em silêncio. Sem ousar olhar para cima ou se mover um centímetro.
Então Madeline falou, "Eu acordei tarde."
Os olhos vermelho escuro líquidos de Calhoun passaram das criadas para olhar a mulher que ele estava ansioso para ver desde que ela tinha saído de seu quarto na noite passada. Seus cabelos loiros estavam soltos para cair sobre os ombros como raios de sol. Seus olhos pareciam castanhos e não dilatados, o que significava que ela estava acordada há algum tempo.
"Deve ter sido um bom sono," ele inclinou a cabeça para o lado, seus olhos a encarando, "Nos deixem." Os olhos de Madeline se arregalaram com as exigências do Rei. Ela olhou para as criadas alarmada enquanto elas começavam a sair do quarto. "Espere," ele as impediu de dizer, "Fechem as portas atrás de vocês."
Madeline podia sentir suas pernas tremendo levemente por baixo da anágua que vestia. Ela estava quase sem roupas, apenas com a anágua, a combinação, as meias e o corpete que estava pela metade. Com as criadas à sua frente, ela se sentia coberta mas agora que elas tinham ido embora, ela se sentia como se estivesse nua diante dele.
"Eu sou capaz de me vestir sozinha," falou Madeline, suas palavras saindo nervosas quando Calhoun deu um passo à frente.
"Ninguém disse que não é," seus olhos devoraram sua aparência, o jeito que seus pés descalços estavam colocados um ao lado do outro e estavam apertando o chão. A pele em seu pescoço arrepiando-se por todo lado mesmo que o quarto não estivesse frio. Ele avançou e as costas de Madeline bateram no poste da cama.
Contrário à aparência dela, Calhoun estava vestido da cabeça aos pés e seu cabelo pentado para trás para não atrapalhar seu olhar e sorriso diabólicos que ela tinha conhecido em pouco tempo. Mas agora, ele não estava sorrindo para ela. Seus olhos continuaram a observá-la de perto, o que a deixava desconfortável e ele parecia desfrutar da sua resposta. Como um animal selvagem brincando com sua presa com suas patas que poderiam estender suas garras a qualquer momento.
"Não minta para mim, Madeline. Eu não vou tolerar mentiras ou segredos," ele disse a ela, seu corpo se movendo mais perto e ela teve que segurar a respiração para vê-lo alcançar o vestido que estava na cama, recuando ele disse, "Vamos impor alguma disciplina." Ele então afirmou, "Tenho certeza de que você aprenderá a acordar cedo e não desperdiçar meu tempo da próxima vez."
Ele estava brincando, não estava? Pensou Madeline para si mesma, sua garganta secando.
"Você não pode fazer isso," ela disse, e embora quisesse se mover, ela não conseguia. Não com sua escassa vestimenta no corpo. Neste momento seus olhos estavam olhando em seus olhos castanhos e ela não queria que eles vagassem para onde ela não queria que ele olhasse.
"Não consigo pensar em nenhum bom motivo pelo qual eu não possa. Afaste-se do poste da cama, a menos que queira que eu a vista com o poste. Você trouxe isso sobre si mesma," Madeline sentiu sua cabeça girar levemente por causa do súbito apuro em que se colocou.
"Eu não estou pronta para isso," Madeline trouxe a mão à frente de seu peito.
Com a falta de sorriso em seus lábios, Madeline sentiu o medo misturar-se em seu sangue, "Vire-se," ele não estava cedendo e não iria deixá-la ir.
Madeline virou-se, cerrando os olhos em concentração. Era uma pequena mentira branca, "Você só está tentando encontrar razões para se aproximar de mim."
Calhoun tinha se colocado atrás dela. Sem aviso prévio, ele puxou os laços do corpete com força suficiente para ela cair para trás e se chocar contra o peito dele. Ele sussurrou, "O que posso fazer quando você me dá motivos para me aproximar."
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