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Chapter 15 - Então é Ela!

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Depois de encontrar com o Rei Armen, Arlan levou Drayce para passear no lago bonito no lado leste do palácio, mas, claro, Drayce não estava interessado na vista pitoresca.

"Já que você ainda está entediado, devemos usar o resto do dia para dar uma olhada fora do palácio," sugeriu Arlan.

"Não é como se fossemos criar ouro dentro do palácio se ficarmos aqui," rebateu Drayce, pois ele não via o que tinha de interessante nesse tal de lugar bonito. Na opinião dele, sua reputação era exagerada pelos outros.

"Diabo sarcástico," comentou Arlan, alto o suficiente para ele ouvir, mas Drayce não se importou.

Os dois saíram em seus cavalos e dois cavaleiros abetanos os escoltaram caso precisassem de ajuda, especialmente com Drayce sendo novo e desconhecido na capital.

Arlan guiou seu amigo até o distrito comercial da capital. Sua rua principal era uma mistura de grandes lojas e residências, já que essa parte do mercado também era onde moravam os mercadores mais ricos e os líderes empresariais da cidade.

"Como nossos reinos são vizinhos, Griven às vezes importa as armas dos mercadores daqui. Sua qualidade é de primeira," informou Arlan.

"Duvido que se compare a Megaris."

"Narcisista!" suspirou Arlan. "Não há nada de mal em conhecer as coisas daqui. No futuro, você pode ter algum negócio com este reino, então é bom conhecer os líderes comerciantes e construir bons relacionamentos com eles. Esses ricos mercadores têm amplas redes e exercem grande influência em muitos reinos, não apenas em Abetha."

"Eu tenho meus métodos," rebateu Drayce e Arlan entendeu como sempre o que ele quis dizer.

'Que cara violento.'

"Nós somos humanos normais, então só podemos seguir o caminho normal, ao contrário de você." Arlan suspirou enquanto continuava a cavalgar em direção à maior guilda comercial de Abetha.

Eles entraram em um salão luxuoso após o outro, e Arlan apresentou Drayce a algumas pessoas importantes antes de irem ao encontro do líder dos mercadores. Logo, chegaram em frente a um escritório de dois andares na parte mais central do distrito de mercado.

Arlan entrou na luxuosa construção de madeira e Drayce estava prestes a segui-lo, mas seus ouvidos sensíveis captaram alguns barulhos curiosos que pareciam vir de um beco próximo.

Ele parou e se concentrou no barulho, confirmando que não estava tão longe dele.

Uma onda familiar de energia que ele sentira algumas vezes antes veio da mesma direção.

'Não posso estar enganado…''

Não conseguindo se conter, Drayce entrou no beco ao lado daquele luxuoso edifício de madeira, caminhando a princípio antes de começar a correr.

Ele parou na outra extremidade do beco ao avistar uma mulher misteriosa vestida de rosa cercada por alguns homens. Ele a ouviu advertir o bando de homens de que os queimaria.

Sua voz soava familiar, mas como ela estava de chapéu, ele não conseguia vê-la. Ele deu um passo em direção ao grupo, querendo confirmar suas suspeitas.

Antes que pudesse se aproximar, todos ao redor da mulher pegaram fogo, criando um caos.

Por coincidência, a mulher de rosa correu em sua direção apressadamente e esbarrou nele, fazendo seu chapéu cair. Mas graças a isso, ele finalmente pôde ver seus olhos.

Não apenas sua voz, mas até seus olhos eram exatamente iguais aos daquela em suas memórias.

Sem hesitar, ele colocou o chapéu de volta na cabeça dela e a arrastou para um beco silencioso ao acaso, ignorando seu aviso vazio.

Drayce encurralou-a contra a parede de pedra do beco e sorriu diante da tolice dela, de não saber quem ele era e até ousar ameaçá-lo.

"Minha fúria pode queimar todo este lugar. Quer ver?"

Isso foi suficiente para intimidá-la e calar sua boca de falar absurdos.

"O-O que você quer?" ela perguntou.

Em vez de responder, Drayce tirou o chapéu dela e olhou profundamente em seus olhos. Ele tinha certeza de que aqueles eram os mesmos olhos que procurava. A metade inferior do rosto dela estava coberta por um véu, o mesmo que aquela figura misteriosa que apareceu quando ele estava lutando nas cadeias de montanhas na fronteira de Abetha e quando foi nadar no rio.

"Quem é você?" ele perguntou.

"Uma bruxa!" veio a resposta dela.

Ele conseguia ver através dos esquemas que passavam por sua pequena cabeça.

'Ainda tentando me assustar, hein, gatinha?' Ele riu baixinho e comentou, "Interessante!"

Justamente quando ele levantava a mão em direção ao véu dela para tirá-lo, ela disse algo que o surpreendeu.

"Essa tatuagem...?"

Sua mão parou antes que ele pudesse tocar o véu e a expressão no rosto dele mudou. O sorriso zombeteiro em seus lábios desapareceu enquanto ele se tornou silencioso e a encarou. Refletido em seus olhos surpresos, ele podia ver seus próprios olhos ficarem mais escuros, chamas parecendo arder dentro deles.

Sua voz estava fria e ameaçadora enquanto repetia, "Quem é você?"

Antes que ela pudesse responder, foram interrompidos pelos gritos sobre capturar a bruxa e Drayce a ouviu murmurar baixinho, "Preciso fugir."

Drayce deu um passo atrás e a deixou ir. Depois que ela partiu, ele olhou para o chapéu em sua mão e percebeu que ela havia esquecido.

Havia algo que ela estava tentando esconder e pela maneira como todos a procuravam, ele tinha certeza de que ela estava em apuros. Mas por quê?

O jeito como ela queimou aquelas pessoas, ele estava certo de que ela detinha algum poder, mas ela era realmente uma bruxa?

"Parece que não," ele murmurou e segurou o chapéu enquanto o examinava. "Devemos sempre devolver algo de alguém se deixaram para trás."

Ele caminhou em direção à outra extremidade do beco onde a viu ir. Ele viu a multidão de pessoas indo pelo mesmo caminho. Antes que pudessem entrar no beco, ele se postou na entrada, bloqueando o caminho deles.

Ele não sabia por que, mas algo nela o fazia querer protegê-la.

Ele advertiu a multidão para voltar, mas eles não pareciam levá-lo a sério, então ele teve que dar um exemplo.

Sem piscar sequer uma vez, ele decapitou o homem à sua frente, sem um pingo de arrependimento nos olhos, pois matar alguém não era grande coisa para ele.

Assustados, quando a multidão recuou, Drayce viu uma velha senhora conhecida com cabelos cinzentos. Ele tinha certeza de que a havia visto na cerimônia de noivado mais cedo. Se não estivesse enganado, ela deveria ser uma serva da terceira princesa de Abetha.

"Então é ela," concluiu Drayce.

A velha olhou para Drayce e depois para o chapéu em sua mão e se aproximou dele.

Drayce estendeu o chapéu. A velha aceitou e entrou no beco atrás dele.

No exato momento, Arlan chegou junto com os cavaleiros abetanos que os acompanhavam.

"O que você está fazendo aqui?" Arlan perguntou antes de seu olhar cair sobre o corpo decapitado no chão.

"Você e sua espada não gostam de descansar," comentou Arlan.

Drayce não disse nada. Seus olhos vaguearam pelo beco onde viu a velha indo em direção ao local onde a mulher de rosa estava escondida e sentiu-se aliviado.

"Vamos," instruiu Drayce e eles deixaram o local.

No caminho de volta, embora Drayce parecesse calmo, ele tinha muitas perguntas em mente cujas respostas precisava descobrir.

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