Seria okay para ela sair e encontrar sua amiga?
Essa era mesmo uma pergunta?
Dominic nunca havia impedido o Paraíso de fazer o que ela queria. Ele nem ao menos a pediu para parar a carreira dela. Foi decisão do Paraíso parar com a atuação e ficar em casa o dia todo, todos os dias. A única coisa que ele pedia dela era ser mãe para o filho deles.
Ouvir ela pedindo sua aprovação soava estranho.
"Você não precisa me buscar também," Heaven disse, saindo do carro assim que ele parou de se mover. Ela então pegou sua pequena bolsa e estudou seu conteúdo após fechar a porta atrás dela. Heaven esperou de pé sob o calor do sol da tarde.
Dominic manteve seu olhar na janela com vidros escurecidos, observando Heaven enquanto ela checava sua bolsa.
'O que ela está fazendo?' ele se perguntou. Ele a observava mexendo no conteúdo de sua pequena bolsa como se não pudesse encontrar o que estava procurando. Era uma bolsa tão pequena que era impossível ela não ver o que quer que estivesse procurando.
'Caramba,' Heaven pensou frustrada, mordendo seu lábio inferior, olhos fixados em sua bolsa. 'Por alguma razão, minha ansiedade está aumentando porque eu não tenho nada comigo.'
Seus olhos podiam estar focados na bolsa como se ela estivesse faltando a carteira ou o telefone. A realidade estava longe disso. O Paraíso atual nunca saía totalmente sozinha. Mesmo que fosse em uma ocasião extremamente rara, ela estaria armada.
Em outras palavras, sair apenas com seu telefone e carteira de alguma forma a deixou ansiosa.
'Não é como se eu fosse matar alguém ou precise me defender,' ela disse a si mesma, dando coragem e lembrando-se das vantagens dessa nova vida. 'É isso aí. Bem. Mesmo que algo aconteça, eu posso facilmente reverter a situação como sempre fiz.'
Justo quando o Paraíso concordou mentalmente, a janela foi abaixada. Também foi só então que ela percebeu que o carro não havia partido.
"O que você está fazendo?" Dominic perguntou friamente, "Está algo errado?"
"Bem," Heaven respondeu enquanto se inclinava casualmente, apoiando os braços na janela para olhar para ele. "Eu não tenho dinheiro vivo."
"Você tem um cartão," Dominic disse com uma voz monótona.
"Eu posso usá-los?"
"Eles são seus."
"Ah… okay." Heaven se afastou do carro, apenas para se virar e voltar à sua posição inicial. "A propósito, você quer alguma coisa? Eu vou tentar pegar no caminho de casa."
Houve um momento de quietude no minuto em que Heaven pronunciou aquelas palavras. Dominic e Heaven piscaram, pois houve um silêncio súbito entre eles.
O que ela disse?
"Hmm?" As sobrancelhas dela se levantaram, inclinando a cabeça para o lado. "Você me ouviu?"
"Não. Eu não quero nada. Vou pedir para alguém te buscar mais tarde," Dominic disse.
"Está tudo bem. Paula vai me levar de volta para casa. Tem certeza que não quer nada? Sorvete? Bolinhos? Talvez alguns biscoitos?" Heaven perguntou com uma voz doce.
"Não," Dominic disse firmemente.
"Tudo bem." Heaven bateu na parte interior da porta como se dissesse ao motorista para ir embora. "Até mais, então."
Heaven casualmente se afastou do carro, caminhando em direção ao shopping da cidade, onde disse a Paula para encontrá-la. Ela olhou para trás e viu que o carro nunca tinha deixado seu lugar de onde haviam parado. Era como se Dominic estivesse esperando que ela entrasse.
'Ele provavelmente está chocado,' ela pensou, olhando para frente. 'Eu não me importo mais. Nós concordamos em adiar o divórcio, mas isso não significa que eu possa ser complacente. Se eu quero um limite de crédito maior, a única maneira é ganhar o favor do meu marido.'
Um sorriso astuto surgiu em seu rosto enquanto ela ria baixinho. Ela estava de bom humor para fazer compras e experimentar os tipos de comida que não havia comido antes. Apertar os botões de Paula seria um bônus.
Dominic manteve seus olhos na direção dela quando ela já estava dentro do shopping. Ninguém poderia adivinhar o que estava passando em sua mente naquele momento, mas com certeza, as duas pessoas no assento da frente estavam visivelmente surpresas. O motorista e o assistente de Dominic se olharam, ambos usando expressões chocadas.
A jovem Senhora e o senhor tiveram uma conversa agora?
Eles trabalhavam para Dominic mesmo antes dele se casar. Eram totalmente cientes do terrível casamento do chefe. Toda vez que Heaven e Dominic estariam no mesmo carro, a viagem seria total silêncio, ao ponto de ser sufocante. Não só isso, mas eles nunca viram Heaven e Dominic falarem um com o outro com mais de vinte palavras.
O que era ainda mais surpreendente era que Heaven foi quem iniciou!
Então, o que eles testemunharam?
"Ahem, Senhor." O assistente de Dominic limpou a garganta após balançar a cabeça, recompondo-se do que acabou de testemunhar. Quando ele olhou para trás, Dominic ainda estava olhando para onde Heaven havia desaparecido. "Devemos ir? Ou você quer cancelar sua reunião para se juntar à Senhora?"
"Não me lembro de ter sido convidado," ele murmurou, desviando o olhar da direção para a qual havia estado olhando. "Vamos."
O assistente comprimiu os lábios em uma linha fina e assentiu. Então ele fez um pequeno sinal com a cabeça para o motorista indicando para começar a dirigir. O motorista retornou o gesto e lentamente se afastou do shopping.
'O que ela está fazendo?' Dominic ponderou no caminho para sua reunião. 'Por que ela de repente parece... diferente?'
Dominic fechou os olhos enquanto, mergulhado em pensamentos sobre o estranho comportamento de sua esposa. Sua expressão voltou a ser impassível, nada satisfeito com as perguntas em sua cabeça.
'Heaven Liu... é melhor você manter sua palavra,' Dominic pensou, suas narinas se alargando de irritação com os pensamentos dentro de sua cabeça. 'Se descubro que você está tramando algo ruim, não serei mais leniente.'
Embora Dominic não tivesse expectativas de sua esposa, ele temia que ela estivesse aprontando algo. Quaisquer que fossem os planos, Heaven deveria se certificar de que isso não machucasse seu filho. Porque se isso resultasse em ferir Sebastian, Dominic faria tudo ao seu alcance para que ela não aparecesse mais diante deles.
Seu casamento estava em cima da casca do ovo.
Um passo em falso resultaria em um desastre.
Ninguém é o culpado, mas o Paraíso, embora. A falta de confiança e segurança de Dominic nela era devido aos cinco anos de negligência por parte dela. Esperar e confiar nela só o machucaria e desapontaria.